Em 18/11/2011, o camponês Luiz Antunes, apelido
Jacaré, ao retornar para suas atividades em Rio Alto, na cidade de Buritis/RO
foi abordado por policiais militares, que sem apresentar qualquer documento,
prenderam o mesmo, encapuzaram e passaram a agredi-lo fisicamente, provocando
lesões em todo o seu corpo.
A sessão de tortura que foi realizada por
policiais civis e militares da cidade de Buritis/RO, em dado momento,
perguntaram para Luiz Antunes se conhecia os jovens que viviam no acampamento
Élcio Machado, cognominados Dione, Brinquinho e Ratinho (que foram assassinados
na região com indícios de participação da policia na execução), no que era negado o conhecimento pelo torturado.
Os policiais, então, afirmavam que o mesmo estaria em seguida encontrando-se
com eles.
Temendo que a tortura pudesse ser presenciada
por outros camponeses que estavam na região a espera do torturado, os
torturadores deslocaram-no para a DP de Buritis/RO.
O torturado foi apreendido no dia 18/11/2011, as
13 horas, ficando sob a guarda dos policiais até as 20:13 horas (dados do
Boletim de Ocorrência: 3894-2011), horário em que foi apresentado a DP de
Buritis/RO, sendo que nesse período foi barbaramente torturado: sacola na
cabeça, socos, chutes, arma apontada para a cabeça, sendo que seu Exame de
Lesão Corporal, somente ocorreu no dia 19/11/2011, as 18:20 horas.
Houve atraso e má vontade em encaminhar o
torturado para realização de Exame de Lesão Corporal, sendo realizada somente
após a intervenção do advogado Dr. Ermóneges Jacinto de Souza, que foi impedido
de acompanhar o Exame de Lesão; sendo
que durante o Exame, que foi acompanhado pelos policiais, estes realizaram
diversas ameaças de morte ao camponês para que este sustentasse a versão de que
as lesões seriam decorrentes de queda de
moto, insistiam para que o torturado negasse que tivera sofrido tortura (José
Maria e Chicão - policiais civis da DP de Buritis foram os que realizaram essa
ameaça).
O Exame de Corpo de Delito foi realizado de forma
inadequada, incompleta e incapaz de demonstrar claramente as lesões sofridas
pelo torturado, sendo que demorou mais de um mês para que o advogado do
torturado tivesse acesso ao mesmo.