Insensatez na Região Amazônica
De: Omiglei da Silva Em agosto de 2003, a companhia elétrica estatal brasileira Furnas e o conglomerado privado da construção Odebrecht apresentaram, em um seminário no Rio de Janeiro organizado pelo Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES), um projeto para um complexo hidrelétrico e uma hidrovia industrial no Rio Madeira, o principal afluente do Rio Amazonas. Quase imediatamente, o Complexo Madeira foi promovido como o único projeto energético considerado “essencial” para evitar racionamentos de eletricidade no Brasil durante os próximos dez anos – assumindo, portanto, o papel que, até então, havia sido destinado à represa de Belo Monte, no Rio Xingu. Por mais de uma década, a Eletronorte, companhia estatal de eletricidade, tentou forçar a construção de Belo Monte driblando as disputas técnicas e legais e a forte oposição dos grupos ambientalistas e de direitos humanos. Para justificar a opção por essas mega – hidrelétricas, o governo e o setor privado utilizam a e...