Dois vereadores indígenas em Rondônia
Foto ilustrativa: Indígena Oro Wari da TI Lages. Foto cpt ro |
Por primeira vez na história, dois indígenas conseguiram se eleger vereadores em Guajará Mirim, Rondônia.
Enquanto em Pimenteiras do Oeste, o líder quilombola Jorge Homero também foi eleito vereador, com 86 votos. “A diversidade étnica no Brasil precisa ter representatividade plena nas instituições”, comemorou o deputado Padre Ton.
Os indígenas são NHAM-PÁ ORO WIN da Aldeia de São Luiz, situada nas cabeceiras do Rio Pakáas Novas (Terra Indígena Uru Eu Au Au). Foi eleito pelo PSB com 2,74% das intenções de votos, ou seja, o ele foi o mais votado do município com 569 votos.
Enquanto em Pimenteiras do Oeste, o líder quilombola Jorge Homero também foi eleito vereador, com 86 votos. “A diversidade étnica no Brasil precisa ter representatividade plena nas instituições”, comemorou o deputado Padre Ton.
Os indígenas são NHAM-PÁ ORO WIN da Aldeia de São Luiz, situada nas cabeceiras do Rio Pakáas Novas (Terra Indígena Uru Eu Au Au). Foi eleito pelo PSB com 2,74% das intenções de votos, ou seja, o ele foi o mais votado do município com 569 votos.
E o terceiro mais votado de Guajará Mirim, ARÃO do povo ORO WARI, da Área Indígena do Lages,– apresentado pelo partido do PTB. Foi eleito obtendo 2,66% e vai para o legislativo municipal com 552 votos.
Este fato inédito em Rondônia abre espaço para novos desafios que possam fortalecer a união dos indígenas e obter maior representatividade política na defesa dos seus direitos. Guajará Mirim escolheu por prefeito o Dr. Dúlcio, do PT. Saiba mais dos indígenas Oro Win e Wari (a continuação).
De difícil acesso, com quatro dias de viagem de barco desde Guajará Mirim, a Aldeia de São Luiz era um antigo seringal, onde os remanescentes Oro Win, após sofrer uma massacre do seringalistas, foram forçados a trabalhar por quase vinte anos, antes de ir morar com os Wari, no Rio Negro Ocaia. Foi somente em 1991, com a expulsão do proprietário do Seringal São Luís, que puderam retornar a sua área tradicional. Atualmente esse antigo seringal abriga a maior parte da população oro win que, em 2010, somava mais de setenta pessoas. Essa tímida retomada demográfica foi acompanhada de outras iniciativas de fortalecimento político e cultural, como a criação de uma associação própria e a inclusão de aulas da língua Oro Win nas escolas.
Muito mais numerosos, os indígenas Oro Wari' são muitas vezes designados como Pakaa Nova, por terem sido avistados pela primeira vez no rio homônimo, afluente da margem direita do Mamoré, no estado de Rondônia. Mas é como Wari', palavra que em sua língua significa "gente", "nós", que gostam de ser chamados, e é dessa forma que são conhecidos pelos não-indígenas que mantêm com eles um convívio mais estreito. Vivem hoje aldeados em torno de sete Postos da Funai administrados pela Ajudância de Guajará-Mirim, Rondônia, e na Terra Indígena Sagarana, na confluência dos rios Mamoré e Guaporé, administrada pela Diocese de Guajará-Mirim. De acordo com o censo realizado pela Funai no ano de 1998, os Wari' somavam cerca de 1.930 indivíduos. Um censo anterior, do mesmo órgão, em 1996, indicava 2.050 pessoas.
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