Mulheres e Agroecologia - Garantindo Alimentação Saudável pro Meu Quilombo
Mulheres quilombolas das
comunidades de Santa Fé e Forte se reúnem em uma oficina para resgatar
tradições e trocar saberes. O objetivo é fortalecer a produção agroecológica e
garantir uma alimentação saudável no quilombo.
Em 18 de setembro de
2024, a comunidade quilombola de Santa Fé realizou uma oficina de Resgate de
Tradições e Troca de Saberes, com o tema "Mulheres e Agroecologia
Garantindo Alimentação Saudável pro Meu Quilombo."
Estiveram presentes, mulheres quilombolas das comunidades de Santa Fé e Forte Principe da Beira, que
compartilharam suas motivações e expectativas para o encontro. Teve como objetivo principal, fortalecer a prática da agroecologia entre as mulheres do quilombo, promovendo
o resgate das tradições culturais e a troca de saberes. Essa iniciativa visa
garantir a produção de alimentos saudáveis e sustentáveis para a comunidade.
Numa dinâmica de refletir sobre os sonhos e expectativas, cada participante teve a oportunidade de escrever e falar sobre os mesmo. Posteriormente, eram convidadas a colocar esse sonho dentro de um balão, enchendo-os de ar, trazendo uma simbologia do cuidado que cada uma deveria ter com ele. Mesmo quando esses balões são estourado, mostra os desafios que enquanto mulheres enfrentam, despertando em cada participante uma reflexão de que é necessário caminhar juntas, em união, promovendo o empoderamento e zelando pelo o autocuidado que deve ser sempre prioridade entre as mulheres, evitando destruir os próprios sonhos ou os de outrem por meio de palavras ou gestos impensados.
Além de refletirem sobre a importância de zelar pelo autocuidado, numa perspectiva de empoderamento e redução de violênica, destacaram a necessidade de pensar ações que visa a sustentabilidade econômicas das mulheres quilombolas. Como por exemplo, pensar mecanismos que garanta o protagonismo das mulheres nas cadeias produtivas em suas comunidades. Onde as mulheres possam ser reconehcidas e autônomas em suas economias.
Quando se fala em
agroecologia, as mulheres se destacam como protagonistas, sendo fundamentais na
luta das comunidades pela produção de alimentos saudáveis. É importante
dialogar sobre as diversas dimensões que interagem com a agroecologia, que vai
além da simples prática de plantar sem o uso de produtos sintéticos. A
agroecologia envolve a luta pela terra e pelo território, visando garantir
direitos, promover o bem-estar das famílias e assegurar a sustentabilidade
ambiental. Assim, ela não apenas contribui para uma alimentação saudável, mas
também fortalece as comunidades em sua busca por justiça social e ambiental.
Por se tratar de uma oficina, o debate não ficou somente na teoria, as mulheres colocaram as mãos na massa, ou melhor, as mãos na terra. E assim foi possivel com ajuda da agente de Pastoral
da CPT – RO, realizar algumas técnicas sustentáveis para produção de alimentação saudáveis
adquirida a partir da formação de Biopoder Camponês. Foi realizado
a peletização de sementes, onde é utilizado apenas ovos caipira e pó de rocha e a água de vidro.
Realização da água de
Vidro - Para controle de mela, grilo, lagarta. Utilizando a cinza da
madeira e a cal
Substrato e enchimento de
sacolinhas para plantio de urucum
O dia foi pouco para tanto entusiasmo e dedicação das mulheres, inclusive já saíram com uma data pré agendada para próxima etapa. O debate da agroecologia é sempre bem prazeroso, para aqueles e aquelas que querem fazer a diferença em suas vidas, pois gera saúde e equilíbrio para todos os seres. mesmo com horário corrido, ainda conseguiram preparar caldas
repelentes, fertilizantes naturais para serem experimentadas nas produções.
Em meio a atividade, todas foram surpreendidas com as palavras da companheira Lulu da Comunidade Forte Principe da Beira, que recitou uma mensagem de sua autoria intitulda " Mulheres Empoderadas".
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