Inicia a jornada de luta das mulheres da Via Campesina Rondônia

(Foto: Acervo pessoal)
Nesta sexta-feira, dia 16 de fevereiro, o coletivo de mulheres da Via Campesina esteve em Porto Velho com representantes da Superintendência do Ministério da Saúde e Ministério do Desenvolvimento Agrário - MDA para apresentar pautas estratégias de políticas públicas para as mulheres do campo, águas e florestas de Rondônia, como parte da jornada de luta das mulheres em 2024.

A luta das mulheres camponesas, indígenas, negras e LGBTQIAPN+ do campo e da cidade têm destacado a luta por políticas públicas e contra a invisibilidade. Nós mulheres da Via Campesina defendemos o saber popular executado por nossas mulheres, com respeito a conservação e o uso das plantas medicinais, que são tradicionalmente utilizadas pelas famílias camponesas. Nossa luta pela produção de alimentos saudáveis, acesso à terra e soberania alimentar estão conectadas com a defesa de um plano estratégico de ação que garanta políticas específicas para nossas mulheres, pautando o protagonismo do papel da mulher na produção alimentar em busca de sua autonomia.

A agenda política iniciou na Superintendência do Ministério da Saúde com o superintendente Sid Orleans, que na ocasião recebeu a realidade das mulheres camponesas que permanecem invisibilizadas ao acesso à saúde básica ou de alta complexidade nos municípios.

                                                (Foto: Acervo pessoal)

O coletivo de mulheres trouxe como principal reivindicação na área da saúde, a defesa do reconhecimento das experiências da homeopatia popular em Rondônia, através da efetivação da Política Nacional de Práticas Integrativa e Complementares (PNPIC) e da Política e Programa Nacional de Plantas Medicinais e Fitoterápicos no Sistema único de Saúde (SUS), reconhecendo a homeopatia como conhecimento popular que deve ser expandido e garantido a população do campo e da cidade.

Em Rondônia, as ricas experiências da prática homeopática sofreram pressões de organizações ligadas aos interesses das grandes indústrias farmacêuticas. Mesmo impactadas e não reconhecidas, continuaram resistindo e hoje já tem experiências que formam aproximadamente 80 agentes populares de saúde em homeopatia no estado. Destacamos que as ervas e plantas medicinais devem ser preservadas e o saber popular reconhecido pelas políticas de estado.

As pautas também foram entregues ao Coordenador Geral do Escritório Estadual do Ministério do Desenvolvimento Agrário – MDA no Estado de Rondônia, Gervano Vicent. Na área da sustentabilidade, foi destacada a importância de ampliar os projetos de quintais produtivos e de agro-indústrias para o estado de Rondônia, e formular projetos que realmente atendam a especificidade Amazônica, de modo que as camponesas acessem e sejam os sujeitos prioritários na formação e multiplicação de saberes, resistindo a formação técnica que limite a autonomia dos territórios.

A presença e protagonismo das mulheres da Via Campesina, representa a luta por políticas públicas que garantam e integrem o modo de saber das e dos camponeses, por soberania alimentar e produção de alimento sem veneno, combatendo a lógica destrutiva do capital sobre nossos corpos e territórios.

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