A DIGNIDADE DE UM POVO SE CONSTRÓI COM TERRITÓRIO E VALORIAZAÇÃO E VIABILIDADE DA PRODUÇÃO E DA COMERCIALIZAÇÃO DE SEUS PRODUTOS.
Moradores da Resex- Reserva
Extrativista do Rio Cautário, no município de Costa Marques-RO relatam que as comunidades
extrativistas que habitam a reserva e vivem da coleta e extração de produtos
vegetais vêm desenvolvendo um trabalho de manejo, da coleta, extração e
armazenamento de maneira sustentável dos recursos naturais. Porém nos dois últimos
anos não estão conseguindo comercializar sua produção de castanha e já estão
com dificuldade de locais para armazenar “os barracões estão lotados, correndo
o risco de perdermos a produção da safra de 2019/20”.
Associação dos Seringueiros
do Vale do Guaporé – AGUAPÉ, relata que a comercialização era feita para
atravessadores Bolivianos que pagava um preço bom, mas devido alta produção de
castanha naquele país nos últimos anos, somado a troca de governo e as
alterações inclusive nas relações entre os povos na fronteira, inviabilizando esse canal de comercialização.
Outro fator que
contribuiu para queda no preço da castanha foi a Pandemia do COVID 19, baixa
procura por empresas brasileiras, as que procuram querem pagar um preço
inviável para as famílias, que nesse momento começam a passar por dificuldades
financeiras.
As riquezas da floresta,
tão cobiçada e que gera lucros exorbitantes para os especuladores na região
Amazônica, parece desprovida de valor quando se refere a manutenção de cadeias
produtivas com preços justos atribuídos a produção extrativista. As ações de
solidariedade e até mesmo assistencialistas não vão ser recusadas por esses
povos, há quem se contente com elas, mas aqui queremos afirmar que a dignidade
e autonomia territorial se constroem com processos permanentes de fortalecimento
dessa autonomia, e perpassa pela garantia de valorização dos povos e da sua
produção!
Não nos chamem de
pobres, a diversidade dos frutos oferecidos pela floresta, coletados e
trabalhados pelos povos, gerariam condições de vida digna para gerações, em
convivência harmônica com a casa comum. São 100 Toneladas de castanha armazenada e
sem canal de comercialização, mais de 120 famílias que dependem da renda obtida
com a comercialização desse produto.
Falta política de
Estado, quando a CONAB praticava a compra de balcão, havia o mínimo de
segurança para agricultores e extrativistas nessas situações. Hoje qual
mecanismo está sendo disponibilizado?
Se
alguém tem interesse ou souber de possíveis compradores para essa produção, com
preço justo, pode entrar em contato por meio do e-mail:
cautarioaguape@hotmail.com ou do telefone da associação (69) 99333-6863.
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