Comissão Pastoral da Terra de Rondônia realiza 2° encontro de jovens da CPT





CPT-RO

Com o tema “Juventude a Caminho” e a presença de jovens dos municípios de Ariquemes, Cacoal, Seringueiras, Vilhena, Costa Marques e Porto Velho, reuniram-se no município de Ministro Andreazza entre os dias 19 a 22 de julho. O encontro organizado pela Comissão Pastoral da Terra de Rondônia buscou ser um espaço de debate sobre a conjuntura política e seus reflexos na vida dos jovens, bem como, a partir da mística e espiritualidade dessa pastoral, ser espaço de construção e fortalecimento da participação da juventude nos espaços de luta.
Os jovens presentes carregam parte da diversidade dos sujeitos do campo de Rondônia, militantes de movimentos sociais (MPA, MAB, MST), acampados, quilombolas, integrantes de comunidades eclesiais de base e da PJ, estudantes de EFA. Tiveram no espaço e nos dias compartilhados a oportunidade de troca de experiências e socializaram sobre temas como imigração, crise política, o avanço do agronegócio, dentre outros assuntos, dentro do contexto internacional, nacional e regional, ressaltando como isso afeta a juventude camponesa e as tarefas que são colocadas para aquelas e aqueles que buscam uma verdadeira transformação social.
Temáticas como a conscientização e participação da juventude nos processos sociais, formas de se organizar em suas respectivas comunidades e grupos, e a defesa de direitos das trabalhadoras e trabalhadores, perpassaram todo o encontro. 
Juventude que Ousa a Lutar, Constrói o Poder Popular!
O encontro foi marcado por diversos momentos, dentre eles as místicas realizadas pelos jovens onde demonstraram como o Estado atua, as percas de direitos sociais que atingem a juventude e a manipulação da grande mídia sobre a sociedade.
As trocas de experiencias, o trabalho coletivo e a importância da união para um bem coletivo, foram experimentadas nesses dias, com intuito de fazer da juventude protagonista de sua luta e história.
Segundo o camponês e membro da Comissão Pastoral da Terra-CPT de Seringueiras, Roberto Barros, o tema do encontro define a direção em que a juventude seguirá. “Seguimos uma linha do tempo, onde nosso compromisso é a luta social da igreja da fraternidade, contra as injustiças que vem matando nosso povo que luta por um pedaço de terra para produzir alimentos saudáveis para toda sociedade”, frisou.
Em outro momento da formação foram debatidos assuntos como a luta pelo acesso e permanência na terra, educação, saúde, respeito a diversidade entre outros assuntos.
A jovem Jussara Santos, moradora do assentamento 14 de Agosto, atuante no Movimento dos Pequenos Agricultores-MPA, falou sobre a importância em se organizar enquanto juventude no Brasil. “Foi muito construtivo [o encontro], pois na atual conjuntura que nós estamos conseguir reunir os jovens durante três dias para formação, é um embate com o sistema estamos andando contra mão, acho que ainda tem muita coisa por vir mas já é um avanço, mas, a juventude está disposta a articular nas suas bases para que possamos construir um mundo justo e igualitário onde não exista opressor e oprimido. E que sejamos sujeitos de nossa própria história”, defendeu a jovem.
O espaço também foi construído de momentos culturais, e na ocasião puderam conhecer a experiência do casal Protázio e Marli que preservam uma área de mata ciliar em região de nascentes do Rio Lobó no município de Ministro Andreazza. Na propriedade também não são utilizados agrotóxicos a mais de 20 anos e juntos passam aos visitantes a possibilidade de construir saídas sustentáveis de uso da natureza.
Jovens de diversos movimentos sociais como o Movimento de Atingindo por Barragens-MAB; Movimento de Pequenos Agricultores-MPA; Via Campesina; Movimento dos Trabalhadores Sem Terra-MST; e Levante Popular da Juventude colaboram com a construção desse espaço, por entender a importância de que os jovens assumam tarefas políticas dentro das organizações e nas lutas da classe trabalhadora.
Os participantes prepararam materiais e intervenções para dialogar com a sociedade sobre os assuntos discutidos no decorrer desses dias, e se fizeram presente na Romaria da Terra e das Águas de Rondônia realizada junto com a Romaria do Pe Ezequiel, que ocorreu no dia 22 de julho de 2018 em Rondolândia/MT. Com faixas, cartazes e intervenção teatral, o grupo denunciou o agronegócio como projeto de campo para o Brasil que carrega consigo a violência e o esvaziamento do campo, e fez memória aos que tombaram na luta pela terra, entre eles Pe. Ezequiel, assassinado em 1985 por sua luta em defesa dos indígenas e sem terra da região.
Além dos conhecimentos e experiências compartilhados, cada jovem se comprometeu em se organizar e buscar organizar outros jovens para o fortalecimento da luta da juventude camponesa e trabalhadora na defesa dos direitos e na luta por uma sociedade mais justa. 
















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