Região Norte de Minas Gerais,Barragem de Jequitaí
Barragem de Jequitaí destrói a vida
dos atingidos e engana população!!
Isso vem ocorrendo através do Governo
Federal e do Governo Mineiro/SEAPA.
Localizado na Região Norte de Minas
Gerais, o Projeto Jequitaí compreende uma barragem de 10 mil has e um perímetro
irrigado de 35 mil has. A CODEVASF pretende implantar o projeto no Rio
Jequitaí, afluente do São Francisco na região Alta/Média do Rio. Este tipo de
projeto já foi implantado na região, no período da ditadura militar: Jaíba e
Gorutuba. Ambos carregam problemas sócio-ambientais à décadas. A crise da água
e o desrespeito aos direitos dos pequenos compõem a tragédia. O Rio São
Francisco está numa situação de penúria e a Barragem do Bico da Pedra, que
abastece o projeto Gorutuba, está novamente com a cota abaixo do nível
permitido para a irrigação.
O projeto também traz falsas
verdades: regularização do Rio Jequitaí; abastecimento da cidade de Montes
Claros; progresso pra região (pode trazer “progresso” para as empreiteiras,
políticos e grandes empresas do agronegócio). Traz muitos problemas: aumento do
uso de agrotóxicos, destruição do Cerrado, êxodo rural, comunidades atingidas e
reassentadas de forma compulsória, impactos em sítio arqueológico, inundação de
terras férteis. Durante esta década, o processo de licenciamento ambiental tem
vários e vários “ajeitos” já denunciados em outros momentos.
A CODEVASF anuncia a retomada das
obras para 2018. Para isso tem que resolver os passivos sociais e ambientais.
Desde o início deste processo vem
ocorrendo vários conflitos com as comunidades. Os processos de negociação, de
forma isolada, criam uma condição desfavorável aos atingidos. Assusta o fato
que ainda não existe um cadastro que realmente envolva todos e, os direitos dos
grupos estão sendo violados. A SEAPA (Secretaria de Estado de Agricultura e
Abastecimento do Estado de Minas Gerais) vem fazendo acordos extrajudiciais com
os atingidos que serão reassentados sem que as áreas sejam adquiridas
previamente – ou seja, entregam suas terras para o Estado sem saber para onde
vão. Também existem contratos de indenização que não foram pagos pela CODEVASF,
dentre outras irregularidades.
O CEAS – Conselho Estadual de
Assistência Social, após reconhecer que o Plano de Assistência Social/Plano de
Negociação tinha uma série de irregularidades e falhas, recomendou que ele seja
refeito. A nova presidência do CEAS fez um novo acordo com a CODEVASF que
desrespeita a Comissão dos Atingidos e todo o processo construído juntamente
com o MPE e MPF.
A situação é muito grave. Solicitamos
providências aos órgãos responsáveis. A SEAPA, secretaria do Governo do Estado
Mineiro, junto com a CODEVASF, vem pressionando os atingidos e fazendo acordos,
desrespeitando o direitos do povo.
Montes Claros, 17 de novembro de 2017
Comissão Pastoral da Terra Minas
Gerais
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