Secretário geral da CNBB
Secretário geral da Conferencia Nacional dos Bispos do Brasil - CNBB orienta a população sobre
a greve de 28 de abril
“Consideramos fundamental que se escute a
população”, afirma dom Leonardo Steiner sobre greve geral
Em entrevista, secretário geral
da CNBB fala sobre manifestações do dia 28 de abril
Movimentos sociais e sindicatos
de todo o Brasil marcam para a próxima sexta-feira, dia 28 de abril, uma greve
geral contra as reformas da Previdência e trabalhista apresentadas pelo Poder
Executivo e em tramitação no Congresso Nacional. Às vésperas da 55ª Assembleia
Geral da Conferência Nacional dos Bispos do Brasil (CNBB), que tem início
amanhã, dia 26, em Aparecida (SP), o bispo auxiliar de Brasília (DF) e
secretário geral da Conferência, dom Leonardo Steiner, concedeu entrevista
tratando da posição da entidade sobre as manifestações. Reafirmando a
convocação feita pelo Conselho Permanente, no mês passado, dom Leonardo
considera “fundamental que se escute a população em suas manifestações
coletivas”.
Confira a entrevista:
Qual é a posição da CNBB sobre a
anunciada greve geral do dia 28 de abril?
A partir de amanhã, quarta-feira,
26 de abril, os bispos estarão reunidos em assembleia geral, em Aparecida (SP).
A assembleia é a instância suprema da Conferência e dela pode sair novo
posicionamento. Posso agora, reafirmar o que o Conselho Permanente da CNBB já
declarou em Nota: “Convocamos os cristãos e pessoas de boa vontade,
particularmente nossas comunidades, a se mobilizarem ao redor da atual Reforma
da Previdência, a fim de buscar o melhor para o nosso povo, principalmente os
mais fragilizados”.
Nesse sentido, consideramos fundamental
que se escute a população em suas manifestações coletivas. Claro que nosso
olhar se dá na perspectiva da evangelização e nossa posição brota das
exigências do Evangelho. E isso significa reafirmar a busca do diálogo, da paz
e do entendimento. Na afirmação dos bispos está a orientação de que esses
momentos sejam marcados pelo respeito à vida, ao patrimônio público e privado,
fortalecendo a democracia.
Qual o impacto de uma greve geral neste
momento?
Certamente o conteúdo das
manifestações se dará no sentido de defesa dos direitos dos trabalhadores do
campo e da cidade, de modo muito particular dos mais pobres. O movimento
sinaliza que a sociedade quer o diálogo, quer participar, quer dar sua
contribuição. Reformas de tamanha importância não podem ser conduzidas sem esse
amplo debate.
O Congresso Nacional e o Poder
Executivo, infelizmente, têm se mostrado pouco sensível ao que a sociedade tem
manifestado em relação às reformas. Os brasileiros e brasileiras desejam o bem
do Brasil e para construir uma nação justa e fraterna querem participar das
discussões e encaminhamentos.
É oportuno apresentar propostas de
reformas na atual conjuntura?
O Brasil vive um momento
particular de sua história, uma crise ética. Há situações de enorme
complexidade nos quais estão envolvidos personagens do cenário político, sem
falar da crise econômica que atinge a todos. Como encaminhar mudanças sem o
respaldo da sociedade? Propostas de reformas que tocam na Constituição Federal,
no sistema previdenciário, na CLT merecem estudo, pesquisa e aprofundamento.
Sem diálogo não é possível criar um clima favorável que vise o bem do povo
brasileiro.
(Site CNBB)
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