Seringueiras - RO: município ameaça fechar escolas
Dezenas de crianças, adolescentes e jovens da zona rural do município de Seringueiras, da região da BR429 em Rondônia, estão ameaçadas de terem sua escola fechada pela Secretaria Municipal de Educação.
Pais, alunos e moradores das linhas 10, 08 e 06 manifestaram contra a decisão arbitrária e violenta do município em fechar a Escola Municipal de Ensino Infantil e Fundamental, Epitácio Pessoa.
Para os pais, é inadmissível tal decisão, pois vai colocar eminentemente em risco a segurança e a vida dos alunos ao terem que se deslocarem à outras escolas.
A escola que está implantada na área há mais de 25 anos, faz parte da vida da comunidade, foi conquistada com muito esforço. Os pais de alunos de hoje, já foram alunos nesta escola, onde veem na mesma o esforço de muita luta e resistência, além de contarem com a escola como contribuição indispensável para permanência no campo. A escola é mais que uma estrutura física, é parte da vida e da história das comunidades e local de referência para a vivência comunitária, o lazer e a organização.
Atitudes como esta do município de Seringueiras, vem se tornando corriqueiras no Estado de Rondônia, tantos nas estancias municipais como na estadual, onde a EDUCAÇÃO, é tratada com irresponsabilidade, com uma política de faz de conta. Não é de hoje que as comunidades fazem ecoar os seus gritos de desesperos, exigindo uma educação escolar acessível e de qualidade, que lhes és de direito.
Em 2016, mesmo diante de várias manifestações contrárias, abaixo assinado, atos públicos, seminários, audiências e notas de repúdio, o estado, bem como a Assembleia Legislativa aprovaram o Projeto de Lei do (EMMTEC) Ensino médio com mediação tecnológica.
Conclamamos a todos cidadão rondonienses para abraçar essa causa, o que hoje parece ser problema da Escola Epitácio Pessoa, amanhã pode ser problema da escola onde o seu ou o meu filho estão estudando. Não podemos aceitar os retrocessos para o povo.
A Comissão Pastoral da Terra, uma pastoral que está a serviço dos camponeses e camponesas, das comunidades tradicionais, dos pequenos agricultores, como voz profética diante daqueles e daquelas que são duramente explorado pelo poder econômico, repudia o fechamento de escolas no campo, que é um ato de violência, e de continuidade histórica da negação ao camponês do acesso a educação.
Fechar escolas, é uma forma indireta de expulsar o jovem do campo, pois ou obriga a enfrentar o precário transporte escolar, percorrendo, por vezes, longas distâncias, ou a se mudar para o meio urbano.
A criança e o jovem tem direito ao acesso a educação o mais próximo de suas casas, e o Estado, a família e a sociedade no geral, são responsáveis por garantir os meios para que o Direito a Educação esteja acessível a todos.
CPT-RO
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