Arquidiocese de Porto Velho realiza sua 22ª Assembleia
22ª
ASSEMBLEIA DE PASTORAL ARQUIDIOCESANA
“Não vos conformeis com este
mundo, mas transformai-o segundo a vontade de Deus”. (cf. Rm 12,2)
05 e 06 de novembro de 2016. Ariquemes – RO.
foto: Aldadina Miranda |
A assembleia é um momento importante de avaliação da caminhada, de revigorar as energias, aprovar as prioridades e renovar o compromisso com a missão e a unidade da Igreja particular da Arquidiocese de Porto Velho.
foto:Aldadina Miranda |
profética e de compromisso, direcionada aos irmãos e irmãs da Arquidiocese de Porto Velho.
abaixo, carta na integra:
Ariquemes, 06 de
novembro de 2016.
Aos irmãos e irmãs da Arquidiocese
de Porto Velho,
Nós,
Povo de Deus, vindos das diversas realidades da Arquidiocese de Porto Velho,
reunidos na 22ª Assembleia de Pastoral Arquidiocesana – APA, com o objetivo de
olhar a realidade atual à luz da Palavra de Deus e, a partir dela, assumir como
Igreja de comunhão e participação o Novo Plano de Pastoral Arquidiocesano
2017-2020; motivados (as) pela palavra “Não vos conformeis com este mundo, mas
transformai-o segundo a vontade de Deus” (cf. Rm 12, 1-2), convocamos a cada um
(a) a sermos Igreja em saída.
Atentos
(as) aos fortes apelos que vem do mundo e da Amazônia, fomos instigados a VER
os desafios que são apresentados pela estrutura politica, econômica, social e
ambiental, destacando os pontos críticos que fragilizam a vida humana e o
cuidado com nossa casa comum: a agressão à criação por um modelo econômico
predatório, o desmatamento e a
mercantilização da vida e dos recursos naturais, o enriquecimento dos
grandes mercados das armas, das drogas lícitas e ilícitas e do tráfico humano,
que possuem grandes portas de entrada em nossa região, a má distribuição de
renda, tão visível em nosso país; o aumento do desemprego, do trabalho escravo
e exploração do trabalho infantil e a violência generalizada, com os inúmeros
conflitos na disputa pela terra, os
altos índices de homicídio e, em especial, contra mulheres e a juventude; a
mobilidade humana, do campo à cidade, e também ultrapassando as fronteiras
nacionais, com destaque aos refugiados e imigrantes.
Na
nossa realidade constatamos o aumento dos conflitos agrários, a exemplo do que
ocorre no Vale do Jamari, onde os assassinatos são decorrentes da disputa pela
terra; invasão das terras indígenas, por madeireiros, garimpeiros e loteamentos
promovidos por agentes públicos, que se beneficiam de tais conflitos, a
criminalização das lideranças e de movimentos sociais e o descaso com as
populações urbanas, rurais, ribeirinhas e indígenas, com falta de políticas
públicas no campo da educação, saúde, moradia e sustentabilidade.
Desafiados
por esta realidade, buscamos nos alimentar pela Palavra de Deus que nos exorta
a não nos conformarmos com as estruturas injustas deste mundo (cf. Rm 12, 1-2),
e a nos comprometermos com o cuidado da vida e da casa comum, para que não haja
nenhuma família sem casa, nenhum camponês sem terra e nenhum trabalhador sem
direito, assumindo a postura de uma Igreja a caminho, discípula, missionária,
profética e misericordiosa, que anuncia a Boa Nova do Reino de Deus.
Por
fim, assumimos o compromisso de ser Igreja solidária na defesa da vida junto às
comunidades urbanas, rurais, tradicionais e povos indígenas, e denunciamos os
projetos de morte, a exemplo da PEC 241, a tramitar no Senado com o número de
PEC 55, dos grandes empreendimentos projetados para a região amazônica e a
concentração de terra nas mãos de uns poucos. Convocamos a todos/as os/as
irmãos e irmãs da Arquidiocese de Porto Velho a reafirmar a vivência da
comunhão e participação, orientados pelo Plano de Pastoral Arquidiocesano
2017-2020.
Um
abraço fraterno a todos/as,
Delegados
da 22ª Assembleia Arquidiocesana de Pastoral
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