Arquidiocese de Porto Velho realiza sua 22ª Assembleia


   22ª ASSEMBLEIA DE PASTORAL ARQUIDIOCESANA
    “Não vos conformeis com este mundo, mas transformai-o segundo a vontade de Deus”. (cf. Rm 12,2)
      05 e 06 de novembro de 2016. Ariquemes – RO.





foto: Aldadina Miranda
 A vigésima segunda assembleia da Arquidiocese de Porto Velho, reuniu aproximadamente 140 cristãos e cristãs das diversas paróquias e municípios que abrangem a Arquidiocese; refletindo sobre o Tema "Não vos conformeis com este mundo, mas transformai-o segundo a vontade de Deus (cf. Rm 1,2), percebemos que há ainda muitas situações de explorações que nos desafia a não nos conformarmos diante dessas violações a vida e a casa comum. 
A assembleia é um momento importante de avaliação da caminhada, de revigorar as energias, aprovar as prioridades e renovar o compromisso com a missão e a unidade da Igreja particular da Arquidiocese de Porto Velho.
foto:Aldadina Miranda
Foi aprovado o Plano de Pastoral para os próximos 04 anos, com pelo ao menos três prioridades: Missão permanente, com os olhos fixos em Jesus, a serviço da vida nas culturas urbanas, rurais e tradicionais; formação permanente de missionários para a evangelização; Pastoral de conjunto, que revele uma Igreja profética na comunhão e na participação. Também foi aprovado uma mensagem
profética e de compromisso, direcionada aos irmãos e irmãs da Arquidiocese de Porto Velho.

abaixo, carta na integra:


Ariquemes, 06 de novembro de 2016.

Aos irmãos e irmãs da Arquidiocese de Porto Velho,
Nós, Povo de Deus, vindos das diversas realidades da Arquidiocese de Porto Velho, reunidos na 22ª Assembleia de Pastoral Arquidiocesana – APA, com o objetivo de olhar a realidade atual à luz da Palavra de Deus e, a partir dela, assumir como Igreja de comunhão e participação o Novo Plano de Pastoral Arquidiocesano 2017-2020; motivados (as) pela palavra “Não vos conformeis com este mundo, mas transformai-o segundo a vontade de Deus” (cf. Rm 12, 1-2), convocamos a cada um (a) a sermos Igreja em saída.
Atentos (as) aos fortes apelos que vem do mundo e da Amazônia, fomos instigados a VER os desafios que são apresentados pela estrutura politica, econômica, social e ambiental, destacando os pontos críticos que fragilizam a vida humana e o cuidado com nossa casa comum: a agressão à criação por um modelo econômico predatório, o desmatamento e a  mercantilização da vida e dos recursos naturais, o enriquecimento dos grandes mercados das armas, das drogas lícitas e ilícitas e do tráfico humano, que possuem grandes portas de entrada em nossa região, a má distribuição de renda, tão visível em nosso país; o aumento do desemprego, do trabalho escravo e exploração do trabalho infantil e a violência generalizada, com os inúmeros conflitos na disputa pela terra,  os altos índices de homicídio e, em especial, contra mulheres e a juventude; a mobilidade humana, do campo à cidade, e também ultrapassando as fronteiras nacionais, com destaque aos refugiados e imigrantes.
Na nossa realidade constatamos o aumento dos conflitos agrários, a exemplo do que ocorre no Vale do Jamari, onde os assassinatos são decorrentes da disputa pela terra; invasão das terras indígenas, por madeireiros, garimpeiros e loteamentos promovidos por agentes públicos, que se beneficiam de tais conflitos, a criminalização das lideranças e de movimentos sociais e o descaso com as populações urbanas, rurais, ribeirinhas e indígenas, com falta de políticas públicas no campo da educação, saúde, moradia e sustentabilidade.
Desafiados por esta realidade, buscamos nos alimentar pela Palavra de Deus que nos exorta a não nos conformarmos com as estruturas injustas deste mundo (cf. Rm 12, 1-2), e a nos comprometermos com o cuidado da vida e da casa comum, para que não haja nenhuma família sem casa, nenhum camponês sem terra e nenhum trabalhador sem direito, assumindo a postura de uma Igreja a caminho, discípula, missionária, profética e misericordiosa, que anuncia a Boa Nova do Reino de Deus.
Por fim, assumimos o compromisso de ser Igreja solidária na defesa da vida junto às comunidades urbanas, rurais, tradicionais e povos indígenas, e denunciamos os projetos de morte, a exemplo da PEC 241, a tramitar no Senado com o número de PEC 55, dos grandes empreendimentos projetados para a região amazônica e a concentração de terra nas mãos de uns poucos. Convocamos a todos/as os/as irmãos e irmãs da Arquidiocese de Porto Velho a reafirmar a vivência da comunhão e participação, orientados pelo Plano de Pastoral Arquidiocesano 2017-2020.
Um abraço fraterno a todos/as,
Delegados da 22ª Assembleia Arquidiocesana de Pastoral

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