Candeias do Jamari: centenas de famílias ameaçadas de despejos

bloqueio da BR364 - foto site: rolnews.com.br
Mais de duas mil famílias moradoras na linha 45, município do Candeias do Jamari, estão atormentadas e aflitas  desde janeiro deste ano, após um despacho do Juiz Jorge Luiz M. G. do Amaral, em 17 de dezembro de 2015, mandando cumprir uma Liminar de Despejo emitida em 1997, há 18 anos atrás, numa Ação de Reintegração/ manutenção  de Posse movida pelo Senhor Paulo Whately Sack, contra 400 famílias de posseiros naquela época.

No decorrer destes 18 anos, muitas coisas mudaram na região, hoje são mais de duas mil famílias, incluindo os moradores sitiantes e os moradores da Vila Nova Samuel, existem famílias que estão a mais de 20 anos, na Vila existem inclusive investimentos públicos como escolas, postos de saúde, além de investimentos privados como comércios, oficinas, padarias, serrarias e outros estabelecimentos comerciais.

A escola pólo, atendem em média de 500 alunos oriundos da Vila Samuel, Linha 45, bem como do Projeto de Assentamento Florestal- PAF Jequitibá.

A Ação de Reintegração/ manutenção  de Posse, com número 0084503-62,1997,8,22,001, corre na segunda vara cível da Comarca de Porto Velho, desde 1997.

Os moradores alegam que o senhor Paulo Sack, tem um título de uma área bem menor do que a área que ele quer, cujo título é em nome do Desembargador Aldo Castanheira desde a época que Rondônia pertencia ao Estado do Amazonas. Que o restante da área, mais de 15 mil hectares, trata-se de área pública onde as famílias são posseiras há pelo ao menos uns vinte anos. Houve uma grande concentração de famílias na região chegando a formar a Vila Nova Samuel, por causa da usina de Samuel no Rio Jamari.

perito com policiais entrando nas propriedades 
As famílias solicitam providências por parte das autoridades competentes, INCRA, Terra Legal, MPE, MPF, Governo do Estado, entre outros, inclusive apoio por parte da Igreja e da CPT.

Nesta segunda feira, as famílias bloquearam a BR364 como protesto por tamanha injustiça que estão sofrendo, ao ver suas propriedades invadidas por perito e policiais,  sem suas autorizações, para atender a ação judicial em benefício do empresário. As famílias estão muito aflitas e temem em resistir ao despejo com a própria vida, testemunhou um morador: "daqui eu só saio morto".

É urgente uma intervenção e uma negociação que leve sossego e paz para essas famílias, para que possam continuar a viver com tranquilidade.

CPT-RO.


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