Em Rondônia: a questão ambiental é cada vez mais preocupante
Terras Indígenas, Reservas Extrativistas,
Parques, Áreas de Conservação, Florestas, sofrem campanhas de invasões!
O abate indiscriminado das matas
e das florestas e o avanço do Agronegócio, assim como a marcha acelerada do
Arco do Desmatamento, condenam as áreas indígenas de Rondônia e reservas
extrativistas a desaparecerem. As área
indígenas URU-EU WAU-WAU , KARIPUNA, LAJE , RIBEIRÃO e CINTA
LARGA, todas no estado de Rondônia, bem como as reservas
extrativistas dos municípios de Machadinho e Cujubim, vem sofrendo uma
avalanche de invasões e grilagem de terras há décadas.
A situação ficou ainda mais caótica a partir do ano de 2015, incentivados
pela falta de fiscalização, pelo sucateamento da FUNAI, pelas vistas grossas
das autoridades do Estado e do Governo Federal, da SEDAM, centenas de
madeireiros e grileiros começaram uma grande campanha de ataque às terras
indígenas e reservas extrativistas no estado.
Grandes picadões, centenas de carreadores, longas estradas de toras,
brechas gigantescas construídas selva adentro de várias reservas, compõem no
estado a nova geopolítica da pilhagem e saque dos recursos naturais dessa parte
da floresta Amazônica brasileira. Segundo denúncias de vários indígenas e
matérias da imprensa divulgada nas últimas semanas, terras indígenas estão
sendo loteadas para o corte e derrubada de árvores nobres da floresta. Para
garantir toda essa operação, bandos armados dão guarida e proteção a outros
grupos que trabalham incessantemente puxando madeira das entranhas das reservas.
É provável que a abertura de um trecho da BR 421, que corta o centro do
Parque Estadual Guajará-Mirim no ano de 2014, foi a brecha perfeita para os
invasores penetrarem nas reservas indígenas e no parque adentro, tal rodovia
também está encravada nas terras indígenas.
Nas áreas indígenas Ribeirão e Karipuna o desmatamento foi tanto que a
floresta encolheu até a margem de um rio e das proximidades de uma das aldeias,
tal atitude dos invasores revela sua segurança com relação à impunidade. Outra
região bastante ameaçada é a terra indígena Cinta Larga que vem sofrendo com
invasões há muitos anos, com extermínio do seu povo, a exemplo do Massacre do
Paralelo 11, (1963) onde fala-se da morte de 3500 indígenas em sua maioria
envenenados por arsênico. Hoje a situação é agravada pela invasão para
exploração de minério e madeira.
Tudo isso é reflexo da interferência do Governo para aprovar
licenciamentos a Grandes Projetos Hidrelétricos e aumentar incentivos ao
Agronegócio, que vem determinando qual é a política de prioridades do Estado
Brasileiro.
Denuncia-se ainda a ofensiva anti-indígena, que vem sendo liderada pelo
setor latifundiário ligado ao Agronegócio, enraizando-se na política
brasileira, a exemplo da PEC 215/2000, combatida
pelo movimento indígena, que configura um retrocesso nas conquistas dos
direitos indígenas, prevendo transferir do executivo para o legislativo, a
palavra final sobre a demarcação de suas terras.
O mesmo cenário de
invasões e violações se dá nas reservas extrativistas no estado de Rondônia. Seringueiros
da região de Machadinho têm realizado constantes denúncias sobre invasões em
suas terras, de roubos de madeiras, de minério, denunciou ainda assassinatos e ameaças
de mortes a seringueiros. Uma das
lideranças ameaçada de morte mostrou o mapa da reserva e os locais atualmente
invadidos pelos madeireiros, chegou a falar que numa noite contou mais de 40
caminhões trafegando as toras retiradas das reservas, sendo a resex Angelim a
mais violada, mesmo durante o dia é possível ver o tráfego da madeira, que
segundo eles, as autoridades responsáveis fazem vistas grossas.
Comissão Pastoral da Terra-CPT-RO
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