Dom Moacyr Grechi: Igreja a serviço do povo de Rondônia!

"Além do zelo pastoral, gostaria de destacar duas características de Dom Esmeraldo: sua fortaleza e a humildade, buscando sempre harmonizar o ministério da misericórdia com a autoridade, a mansidão com a força, o perdão com a justiça (AS 42-43). Deixa-nos o exemplo de colegialidade episcopal, de serviço à unidade e à comunhão eclesial".
Em 2012 Dom Esmeraldo recebia de Dopm Moacyr a arquidiocese de Porto Velho. foto gentedeopiniao
Palavra de Dom Moacyr Grechi – Arcebispo Emérito de Porto Velho

Matéria 464 - Edição de Domingo – 22/03/2015

Igreja a serviço do povo de Rondônia!

“Eu vim para servir” (Mt 10,45): esta frase pronunciada por Jesus é o lema da Campanha da Fraternidade deste ano, que tem como tema “Fraternidade: Igreja e Sociedade”.
São também as palavras dirigidas ao povo de Deus da Arquidiocese de Porto Velho por Dom Esmeraldo Barreto de Farias, neste momento em que é transferido para a Arquidiocese de São Luiz do Maranhão, pelo papa Francisco:
Peço a graça de Deus para que, seguindo aquele que proclamou “eu vim para servir e não para ser servido” (Mc 10,45), possa viver os próximos anos, como seu humilde servo, auxiliando o arcebispo de São Luís do Maranhão, para onde o Espírito de Deus me envia. São Paulo, escrevendo à comunidade cristã presente em Corinto, expressa a sua convicção de que a obra é de Deus. Ele nos chama e nos dá forças para levarmos adiante a missão na qual nos consagra constituindo-nos servidores de Cristo e administradores dos mistérios de Deus (1Cor 4,1). Ele é fiel (1Cor 1,9) e pede aos seus servos que sejam fiéis (1Cor 4,2). Nesta confiança e certeza de que a obra é de Deus, nos colocamos no seguimento a Jesus Cristo para que, na força do Espírito Santo, possamos ser servos não importando o lugar e o ministério que nos seja confiado por Ele.
Ao agradecer o trabalho e a dedicação de Dom Esmeraldo junto a Arquidiocese, a Conferência Nacional dos Bispos do Brasil (CNBB) destaca seu espírito missionário:
Dom Esmeraldo traz do berço o nome que sempre caracterizou a preciosidade simples de seus gestos, palavras e ações. Em pouco tempo, já percorreu uma longa estrada: paróquias, seminário, dioceses, Comissão Episcopal da CNBB, orientação de retiros para os bispos em assembleia geral, para padres, seminaristas, religiosos, religiosas. Tudo com a marca registrada do discipulado missionário. Sempre pronto, próximo, serviçal e alegre, mesmo com a saúde em permanente estado de atenção. Seus irmãos bispos, Dom Esmeraldo, se já o admirávamos e lhe queríamos tanto bem, doravante teremos um afeto ainda maior, pois o senhor continua fazendo-se menor: “Eu vim para servir” (CF 2015).
Feliz o povo que o teve como pastor. Feliz Dom Belisário, Vice-Presidente da CNBB, que o terá como irmão muito próximo. Felizes as irmãs e irmãos da Arquidiocese de São Luís que poderão saciar-se com seu sempre atencioso carinho de irmão e de pai. A CNBB agradece sua dedicação em favor de todo o povo da Arquidiocese de Porto Velho. A Virgem Maria da qual o senhor é tão devoto, alcance do seu filho Jesus as bênçãos necessárias para os bons frutos de seu ministério.
Além do zelo pastoral, gostaria de destacar duas características de Dom Esmeraldo: sua fortaleza e a humildade, buscando sempre harmonizar o ministério da misericórdia com a autoridade, a mansidão com a força, o perdão com a justiça (AS 42-43). Deixa-nos o exemplo de colegialidade episcopal, de serviço à unidade e à comunhão eclesial. Ao Senhor Jesus que assiste sempre a sua Igreja e seus ministros, oramos por Dom Esmeraldo, para que, em sua nova missão apostólica, o Senhor lhe dê forças (Fl 4,13) e seja sempre apoiado pela inabalável esperança (1Cor 15,58; AS 230).

“Eu creio que este é o tempo da misericórdia” disse o papa após sua viagem ao Brasil. Para encerrar as celebrações do jubileu do Concílio Ecumênico Vaticano II, o papa anunciou a promulgação de um Ano Santo da Misericórdia. Será um Jubileu Extraordinário que irá começar no dia 8 de dezembro terminando na festa de Cristo Rei (novembro/2016).
Aproximando-nos, cada vez mais, do Tríduo Pascal, ocasião para a qual temos nos preparado nesta Quaresma, a liturgia nos coloca no horizonte da entrega de Jesus, como sinal de obediência ao amor do Pai (Hb 5,7-9). Jesus é ouvido pelo Pai; ele sabe que Deus está com ele. No 1° domingo da Quaresma esboçou-se a luta de Jesus contra o poder do mal. Hoje, ao aproximar-nos da Semana Santa, descobrimos a arma com a qual Jesus venceu seu adversário: a obediência no amor até o fim.
Ao sinalizar a obediência de Jesus, a liturgia nos convida ao engajamento de nossa própria vida ao serviço de amor (Jo 12,20-33), caminhando com alegria na mesma caridade que levou Jesus a se entregar por amor ao mundo. Dessa maneira, manifestaremos ao mundo a graça de sermos contados entre os membros do Corpo de Cristo, como convite para que toda humanidade possa gozar da aliança definitiva com o Senhor, que nos salva (Jr 31,31-34).
Encontramos o tema da aprendizagem divina no Miserere (Salmo 50), inspirado em Jr 31: pede um coração novo, um espírito puro. Exprime com acerto a aspiração que animou o “tempo de quarenta dias”, que vai para o fim. Só falta ainda a etapa final da aprendizagem (de Cristo e de nós): a morte na cruz.
Na hora da completa angústia, Jesus reconhece a vontade de Deus, não como algo terrível, mas como glória, ou seja, o íntimo de Deus revelando-se no amor de seu Filho para os seus: “Pai, glorifica teu nome”. Também nossa vocação, na Nova Aliança, é: conhecer Deus de perto, do modo como o aprendeu Jesus. ”Se o grão de trigo não morrer na terra, fica só, mas se morre, produz muito fruto”. É a “lei do grão do trigo”, o modo de agir de Deus, a instrução da Aliança definitivamente renovada. Deus sabe que o endurecimento só é vencido pela vítima. Quando o adversário a quer abafar, a verdade do amor se afirma. É a força da flor sem defesa. A justiça se vê afirmada e vencedora na hora em que a violência a quer suprimir.
Os exemplos da “lei do grão de trigo” são muitos em nosso mundo e na América Latina, terra de justos martirizados pelos que se dizem cristãos. Pois essa lei vale não só para Jesus, mas também para seus seguidores: “Quem quer servir-me, siga-me, e onde estiver eu, estará também aquele que me serve, e meu Pai o honrará”. Eis a aprendizagem da nova Aliança, da “lei”, da instrução inscrita em nosso coração. Não é extrínseca, imposta de fora. Faz parte de nosso ser cristão, de nosso ser participante da vida de Cristo. Essa instrução como a ação escondida do grão na terra, deve frutificar em nossas atitudes políticas, culturais, humanitárias (Konings).
Domingo próximo vamos iniciar a Semana Santa celebrando o Domingo de Ramos e o dia da Coleta da Solidariedade (29/03). Nosso gesto fraterno da oferta tem um caráter de conversão quaresmal, condição para que advenha um novo tempo marcado pelo amor e pela valorização da vida. A Campanha da Fraternidade nos envolve nessa grande responsabilidade de sermos servidores da humanidade. A Igreja espera que todos participem, oferecendo sua solidariedade em favor das pessoas, grupos e comunidades, pois “ao longo de uma história de solidariedade e compromisso com as incontáveis vítimas das inúmeras formas de destruição da vida, a Igreja se reconhece servidora do Deus da vida” (DGAE, n. 66).
O outro gesto concreto dessa Campanha é a coleta de assinaturas em prol da reforma política proposta pela CNBB e tantas outras entidades; merece nossa adesão, para fazermos da coisa pública um verdadeiro serviço à sociedade. A semana de Mobilização pela Reforma Política Democrática, que tem como meta alcançar 1,5 milhão de assinaturas, acontece em todo o país de 20 a 29 de março.
Na Constituição pastoral Gaudium et Spes, a Igreja expressou de modo claro a relação que existe entre a missão que lhe é própria e a responsabilidade que ela tem de colaborar com a sociedade. Consciente disso, ela atua em favor de tudo o que eleva a dignidade humana, consolida a coesão social e confere sentido mais profundo à atividade humana. A Igreja pensa que, por meio de cada um dos seus membros e por toda a sua comunidade, pode ajudar muito a tornar mais humana a família humana e a sua história. Convida a que não se oponham, infundadamente, as atividades profissionais e sociais, por um lado, e a vida religiosa, por outro. E adverte: o cristão que descuida dos seus deveres temporais falta aos seus deveres para com o próximo e até para com o próprio Deus, e põe em risco a sua salvação eterna (TB/CF n.220).
Hoje é um dia especial para o Seminário Maior São João XXIIII que completa 30 anos de sua fundação do Seminário Maior em nossa arquidiocese. A Missa em ação de graças será na Catedral Sagrado Coração de Jesus, neste domingo às 08h. Todos são convidados!

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