180 famílias estão sendo despejadas na Gleba Garça em Porto Velho





 Uma ocupação rural com mais de 180 famílias está com cumprimento de despejo em andamento na Gleba Rio das Garças, linha H27, projeto fundiário Alto Madeira, localizado a aproximadamente 40km de Porto Velho.. 

O despejo começou na manhã de hoje, 03 de março, e segundo o Oficial de Justiça e do Tenente da Polícia Militar o despejo continuará no dia de amanhã. Os mesmos também informaram que imaginariam encontrar um número menor de famílias, e concluíram que não seria possível cumprir a liminar num único dia.



As famílias, acuadas pelo grande aparato policial mobilizado, estão desesperadas por não saberem a qual autoridade ou órgão recorrer, visto que o INCRA manifestou-se incapaz de intervir nesse conflito. Durante o dia foi possível observar a presença de crianças junto aos seus familiares observando a ação de despejo, valendo destacar que toda a ação ocorreu sem a presença de qualquer membro do Conselho Tutelar o qual deve intervir em situações onde haja menores de idade em situação de risco.

O Ministério Público Estadual soma-se ao rol de instituições públicas que não se fizeram presentes no acompanhamento do desenrolar do despejo dessas famílias, mesmo havendo um provimento da corregedoria do próprio órgão o qual recomenda ao promotor a intervir nos feitos de reintegração de posse onde há conflito social.

Além das casas derrubadas, também estão destruindo todas as demais benfeitorias arrancando com tratores as plantações como (macaxeira, abacaxi, coqueiros), bem como destruindo postes e fios de energia elétrica. As famílias que não tem parentes em Porto Velho, estão sendo acolhidas por camponeses da região vizinha.


Despejos como esse estão acontecendo em todo o Estado e verifica-se que além da mobilização de forças policiais e viaturas enfileiradas, tratores e todo equipamento necessário é deslocado para esses locais pagos com o dinheiro do povo a fim de garantir o despejo. Nesse caso, em específico, fazia-se presente o autor da ação de reintegração, denominado fazendeiro, que segundo os camponeses estava cercado por pessoas ligadas à ele sem qualquer vínculo com os ocupantes.

A Comissão Pastoral da Terra seguirá acompanhando e garantindo visibilidade a mais essa violência sobre o povo do campo que segue na luta pelo acesso à terra.

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