Acharam vivos camponeses desaparecidos em Chupinguaia



Atualizado 14/9/2014 13 h,
Segundo informações da CEBRASPO e da LCP os dois camponeses do Acampamento Gilson Gonçalves, desaparecidos a semana passada em Chupinguaia, foram encontrados vivos.
Desde a manhã do dia 4 de setembro, Daniel Sfalsini e Paulo Sérgio, dois camponeses do Acampamento Gilson Gonçalves estavam desaparecidos. O acampamento fica no município de Chupinguaia-RO.
Segundo a CEBRASPO eles estavam, "presos e reféns sobre ameaças dentro do banheiro da fazenda". Um deles estaria ferido. Segundo a matéria divulgada após perseguição de "pistoleiros e polícia" eles "foram sequestrados a mando do latifundiário conhecido como Nego Zen".
A notícia do desaparecimento dos camponeses, chamados Daniel e Paulo e foi divulgada sexta feira (6,9,2014) pela Liga dos Camponeses Pobres.
Segundo a nota divulgada pela LIGA o dia 08,  os dois camponeses foram regatados pela polícia no domingo à noite, após um grupo de apoio aos acampados ter estado pedindo informações sobre o paradeiro dos camponeses a Polícia Militar no Distrito de Boa Esperança e de terem proibida a entrada na fazenda de Heládio Cãndido Senn (conhecido como Nego Zen). 

O mesmo grupo formado por advogados, familiares e entidades pela noite "receberam a informação que os dois camponeses haviam sido resgatados pela policia de Boa Esperança na sede da fazenda de (Nego Zen)". No mesmo domingo os dois camponeses foram ouvidos na delegacia de Vilhena e tiveram contato com familiares e advogados. Segundo a LIGA o fazendeiro Nego Zen “pioneiro” de Vilhena,  responde diversos processos trabalhistas e agora deverá responder também por "sequestro, formação de quadrilha, cárcere privado e tortura".

Acampados ficaram cercados por bandos armados.
Segundo a LIGA: "Acampados que conseguiram furar o cerco e sair do local, relataram que dezenas de disparos de armas de fogo foram efetuados durante três noites seguidas pelo bando armado que cerca o acampamento. A preocupação é com as famílias e crianças que estão acampadas na área e precisam de alimentos, roupas, remédios e utensílios de cozinha, pois tiveram seus pertences roubados pelos capangas do latifundiário".

Perigo de confronto armado.
Segundo o site a Folha do Sul On Line, a própria Polícia Militar do Cone Sul adverte que a região pode ser palco de novo “banho de sangue” em virtude de um conflito agrário. Ao registrar a denúncia de homens armados no local a Polícia Militar destacou que “há grande risco de conflito na localidade”. Diante disso, é possível que a presença da PM seja intensificada, a fim de evitar mortes em virtude da disputa pela terra.

Segundo o mesmo site, Vitório Abrão, representando o fazendeiro Nego Zen negou este ter usado violência contra as famílias que entraram em sua fazenda. Abrão diz que, mais de 15 anos atrás, Zen começou a comprar lotes de pessoas que haviam ganhado a terra do Incra. Após as aquisições das propriedades, de 25 hectares cada, o novo dono anexou todos a três outras áreas que já possuía. “Ele tem 6 mil hectares com títulos definitivos. Esses outros mil hectares, referentes aos lotes comprados dos posseiros, estão em fase de regularização”. Ainda que irá pedir a reintegração de posse da área ocupada.
Vejam abaixo a nota divulgada pela CEBRASPO e pela LIGA



CONTRA O ASSASSINATO DE CAMPONESES E LIDERANÇAS CAMPONESAS!

No dia 4 de setembro dois camponeses do acampamento Gilson Gonçalves desapareceram após seguidas perseguições de pistoleiros e policiais no acampamento localizado no município de Chupinguaia- RO. Os camponeses foram sequestrados a mando do latifundiário conhecido como Nego Zen. 
Após uma ampla campanha de solidariedade e denuncias na região, por meio de entidades como o próprio CEBRASPO, CPT, ABRAPO, organização de advogados do povo e movimentos camponeses cobrando providência dos Governos Estadual e Federal, os camponeses foram encontrados ainda vivos PRESOS e REFÉNS sobre ameaças dentro do banheiro da fazenda, um deles ferido.


As ameaças, torturas e assassinatos de camponeses e lideranças camponesas a mando de latifundiários é prática recorrente no campo e a denúncia principalmente de entidades e organizações democráticas que defendem os direitos do povo é de fundamental importância para a defesa da vida dos camponeses.



Camponeses foram sequestrados e mantidos presos em fazenda
Jaru, 08 de setembro de 2014

Desde a manhã do dia 4 de setembro, Daniel Sfalsini e Paulo Sérgio, dois camponeses do Acampamento Gilson Gonçalves estavam desaparecidos. O acampamento fica no município de Chupinguaia-RO. 

No sábado (5/09) diversas entidades já haviam denunciado o desaparecimento preocupadas com a situação dos camponeses. Ontem (7/09) pela manhã, uma missão de solidariedade composta de 20 membros de entidades de defesa dos direitos do povo se dirigiu ao distrito de Boa Esperança para exigir da Polícia Militar local, que prestasse informações sobre o paradeiro dos camponeses, pois era sabido que viaturas da PM estiveram na sede da fazenda e no acampamento na noite anterior ao desaparecimento. Os policias alegaram não saber de nada e que não poderiam fazer nada sem autorização do comando do Batalhão de Vilhena.

No início da tarde a missão chegou na área do acampamento, para prestar solidariedade às famílias, mas foi proibida de entrar por um homem que soubesse depois era o genro do latifundiário (vulgo Katiça). Ele junto com outros homens armados vigiava a única estrada de acesso ao acampamento. 

Katiça que ora se apresentava como “funcionário” e ora como da “família do patrão” disse eu não sabia sobre o paradeiro dos camponeses e também havia dito que o latifundiário Heládio Cândido Senn (Nego Zen) estaria em outra fazenda. Mas a mentira tem perna curta. Primeiro porque jornalistas da missão fotografaram o latifundiário ao lado de uma caminhonete ouvindo a conversa de longe. Também foram fotografados 3 veículos que haviam sido denunciados de participar do desaparecimento dos camponeses. Segundo que a noite os advogados, familiares e entidades receberam a informação que os dois camponeses haviam sido resgatados pela policia de Boa Esperança na sede da fazenda de (Nego Zen).

Os camponeses sequestrados foram ouvidos ainda ontem na delegacia de Vilhena e tiveram o primeiro contato com familiares e advogados. 

Nego Zen “pioneiro” de Vilhena, responde a dezenas de processos na justiça trabalhista, agora deve responder também por sequestro, formação de quadrilha, cárcere privado e tortura. Diversas entidades estão tomando as medidas para que sua prisão seja decretada. Também vão pedir que a Ouvidoria Agrária e Comando Geral da PM tomem providencias em relação a possível participação de policiais militares no sequestro dos camponeses e de sua atuação com bandos armados.

Famílias resistem ao cerco de bandos armados
Acampados que conseguiram furar o cerco e sair do local, relataram que dezenas de disparos de armas de fogo foram efetuados durante três noites seguidas pelo bando armado que cerca o acampamento. A preocupação é com as famílias e crianças que estão acampadas na área e precisam de alimentos, roupas, remédios e utensílios de cozinha, pois tiveram seus pertences roubados pelos capangas do latifundiário.

Uma nova Missão de solidariedade será organizada nos próximos dias para arrecadar todo o material necessário e prestar apoio as famílias que seguem acampadas e que depois desta vitória estão ainda mais decididas a tomar e cortar as terras. 

LCP - Liga dos Camponeses Pobres de Rondônia e Amazônia Ocidental

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