Em Rondônia não baterei palmas para Dilma
Pelos desastres ambientais e sociais provocados pelas usinas do Madeira e pela legalização de terras para os grileiros do Terra Legal acredito que a Comissão Pastoral da Terra de Rondônia não pode bater palmas para a Presidenta Dilma.
Os problemas trabalhistas têm sido enormes. Denunciados pela própria CPT RO, Pastoral dos Migrantes, Justiça e Paz da Arquidiocese de Porto Velho. após audiência pública, Dom Esmeraldo Barreto de Farias denunciou os fatos ao ministro Gilberto Caravalho, junto o Ministério Público do Trabalho de Rondônia, que tem sofrido retaliações pelas inúmeras denúncias apresentadas, com centenas de processos trabalhistas parados na justiça.
Trabalhadores desaparecidos e torturados na última revolta de Jirau, segundo denúncias publicadas. E incidência de firmas terceirizadas do PAC registradas na Lista Suja do Trabalho Escravo.
Quando a CPT RO denunciou que o Terra Legal estava querendo regularizar terras em área de preservação, a
Floresta Estadual de Rendimento Sustentável de São Domingos, simplesmente se acionou a
Assembleia Legislativa de Rondônia para anular a lei que tinha criado a
floresta estadual e reduzir as áreas que a lei protegia.
Atingidos do PA Joana d' Arc frente a sede de Santo Antônio Energia |
Josep Iborra Plans*
Pois as mazelas das Usinas do Madeira para Porto Velho e toda a região
são visíveis para todos. Até para os especuladores que viram na construção
grandes oportunidades de negócio e de enriquecimento.
As usinas têm sido aprovadas com
irregularidades nas audiências públicas e na concessão de autorizações
ambientais, como a mudança de local da barragem de Jirau para a Cachoeira do
Caldeirão do Inferno, e agora o aumento, não previsto inicialmente, do nível de
alagamento em 80 cm. em Santo Antônio, com a correspondente compensação para
Jirau.
Insustentabilidade ambiental. As
usinas têm provocado problemas ambientais graves, como a morte de toneladas de
peixes nas ensecadeiras de Santo Antônio, a interrupção das migrações das
espécies que sobem e descem pelo rio, já comprovadas pelos seringueiros do
Pacáas Novas, prejudicando uma imensa bacia fluvial superior. As “escadinhas de
peixe” de 15 metros de largura são totalmente insuficientes para um rio de
quilômetros de largura. Enquanto as turbinas matam a maior parte do que passa
nelas.
Fossas sepultam galhadas desmatadas na área de Jirau. foto cpt ro |
E o desmatamento das imensasáreas alagadas, que deve atingir até parte de território boliviano. Com o
procedimento clandestino de sepultamento das árvores em covas alagadas pelas
águas (veja vídeo), que devem apodrecer e liberar gás metano durante décadas. A produção
renovável de energia estará drasticamente limitada no período de seca, pelo qual
em toda a Amazônia estamos condenados a fornecer “usinas vagalume” geradoras de energia por temporada.
Os bispos de Amazônia tem denunciado em carta escrita em outubro ao Papa Francisco os grandes problemas provocados por estas hidrelétricas.
Os bispos de Amazônia tem denunciado em carta escrita em outubro ao Papa Francisco os grandes problemas provocados por estas hidrelétricas.
A aprovação da ONU das Usinas do Madeira como “energia limpa” é uma grande mentira, que somente desacredita e
mostra mais claramente a dimensão enganosa do atual programa mundial de
Créditos de Carbono para redução do aquecimento global.
Por isso continuaremos a nos opor as projetadas Usinas de Tabajara (Machadinho) e Ribeirão (Nova Mamoré).
Por isso continuaremos a nos opor as projetadas Usinas de Tabajara (Machadinho) e Ribeirão (Nova Mamoré).
Insustentabilidade social. A
problemática social desencadeada é revelada pelo crescimento da delinquência,
da especulação imobiliária, da mendicância e dos moradores de rua, dos infinitos
acidentes e vítimas do trânsito caótico da capital; do crack e da prostituição,
especialmente em Jaci Paraná.
Os mais de 7.000 atingidos
reconhecidos, muitos deles trasladados em casas precárias, aos quais restam
poucas possibilidades de sobreviver de suas atividades tradicionais de pesca e
agricultura. O fim de pesca na comunidade da antiga Cachoeira do Teotônio é uma
mostra. Outra mostra o fiasco do novo Assentamento de Santa Rita e as
insistentes reclamações dos remanescentes do Joana d’ Arc.
As comunidades ribeirinhas abaixo
das barragens sofrem com o desbarrancamento da beira do Madeira, sem que o
problema sequer seja reconhecido como decorrente da construção das usinas, e os
prejuízos, mais uma vez, bancados com recursos públicos. Os benefícios milionários
serão privados dos investidores, porém os prejuízos públicos e distribuídos
para todos.
Os problemas trabalhistas têm sido enormes. Denunciados pela própria CPT RO, Pastoral dos Migrantes, Justiça e Paz da Arquidiocese de Porto Velho. após audiência pública, Dom Esmeraldo Barreto de Farias denunciou os fatos ao ministro Gilberto Caravalho, junto o Ministério Público do Trabalho de Rondônia, que tem sofrido retaliações pelas inúmeras denúncias apresentadas, com centenas de processos trabalhistas parados na justiça.
Trabalhadores desaparecidos e torturados na última revolta de Jirau, segundo denúncias publicadas. E incidência de firmas terceirizadas do PAC registradas na Lista Suja do Trabalho Escravo.
Enquanto as compensações sociais
não aparecem por nenhum lado. Somente precisamos ver o vergonhoso abandono dos
viadutos de Porto Velho, as obras de saneamento não realizadas e o desvio de
recursos que está sofrendo, por exemplo, a projetada construção da Escola
Família Agrícola do Flor do Amazonas, em Candeias do Jamari.
Sem entrar no debate da
inauguração da Linha de Transmissão que deve tirar a energia de Rondônia para
o sul do país (nem o ICMS fica para Rondônia) e depois ser exportada para o
exterior, em forma de alumínio e outros produtos das indústrias
electro-intensivas. Todas estas mazelas sofridas por nós em benefício dos
grandes acionistas do capital internacional.
A entrega enganosa de títulos do
Terra Legal. Alguns podem pensar que pelo menos a vinda a Rondônia da
Presidenta Dilma para entregar alguns milhares de títulos de terra do Programa
Terra Legal é motivo de alegria e satisfação. Não é ouro tudo o que brilha.
O Terra Legal tem tirado
autoridade e limitado a atuação ao INCRA e da reforma agrária. E tem trazido
todo tipo de confusão na resolução de conflitos agrários de Rondônia. Assim
mais que os resolver, acreditamos que o Programa possa ter acirrado os
conflitos agrários, pois o Terra Legal entrega a terra ao final a quem está
acima dela, não importa como isso aconteça.
Nada a dizer do trabalho e boa
vontade da maioria dos responsáveis do mesmo, como o rondoniense Sérgio Lopes,
nem da maioria dos servidores, pelo menos dos lotados no Programa em Rondônia.
Inclusive é verdade que graças a intervenção do Terra Legal, alguns posseiros de Porto Velho (área do Militon) têm obtido anulação de despejos, e na região de Vilhena e Chupinguaia têm conseguido a anulação de CATPs inadimplentes, títulos provisórios em terras abandonadas e ocupadas por famílias de pequenos agricultores. Eles também estavam ameaçados por ações de reintegração de posse, promovidas seguramente para se amparar de terras e as legalizar no mesmo programa.
Inclusive é verdade que graças a intervenção do Terra Legal, alguns posseiros de Porto Velho (área do Militon) têm obtido anulação de despejos, e na região de Vilhena e Chupinguaia têm conseguido a anulação de CATPs inadimplentes, títulos provisórios em terras abandonadas e ocupadas por famílias de pequenos agricultores. Eles também estavam ameaçados por ações de reintegração de posse, promovidas seguramente para se amparar de terras e as legalizar no mesmo programa.
Outros posseiros não tiveram a
mesma sorte, como a Associação do Rio Melgaço, em Pimenta Bueno, que viu suas
posses cadastradas, com marcos colocados pelo Terra Legal, e posteriormente os
marcos arrancados e sendo despejados por fazendeiro vizinho de olho na grilagem
da área. Ameaça semelhante sofrem os posseiros que não foram “regularizados” no
PA Pau d’Arco, cadastrados pelo Terra Legal na BR 425, e atualmente tentando
evitar o despejo movido na justiça federal pela Fazenda Fartura.
Outros antigos posseiros, com mais de quarenta anos acima da terra, como os da "área do Badra" em Costa Marques, por enquanto continuam com problemas.
Outros antigos posseiros, com mais de quarenta anos acima da terra, como os da "área do Badra" em Costa Marques, por enquanto continuam com problemas.
De todas formas, nós alegramos
por todos aqueles pequenos agricultores (inclusive companheiros nossos da CPT)
que após anos de promessas, finalmente possam ter alguma regularização de suas
pequenas propriedades.
Os títulos entregues pelo Terra Legal podem ser
anulados. O que ninguém diz para eles (e para todos os que devem estar na
solenidade com Confúcio e Dilma na próxima terça feira em Ji Paraná) é que todos estes títulos podem ser anulados a
qualquer momento, tal vez o dia depois da entrega dos títulos. Pois o Programa
Terra Legal implementado pelo Ministério de Desenvolvimento Agrário (MDA) está
baseado na Lei Federal 11.952/2009, que enfrenta desde logo após sua
promulgação uma Ação Direta de Inconstitucionalidade (Adin N. 4.269/2009)
apresentada pelo Ministério Público Federal (MPF), que ainda depende de
julgamento. Se a lei for considerada inconstitucional, todos os títulos deverão
ser anulados pelo STF. Isso ninguém conta para os que recebem títulos do Terra Legal. (continua)
O Terra Legal confunde grileiros
com posseiros. A CPT sempre denunciou MPs assim como a lei do Terra Legal que
as sucederam como “um programa para anistiar grandes grileiros de terras”
(Afonso das Chagas, assessor jurídico da CPT RO).
Pois tanto as medidas provisórias
que antecederam o Terra Legal - MPs “do Bem”(2005), 422 (de 2008) e 458 (de
2009) - como a Lei Federal 11.952/2009, permitem a regularização fundiária das
terras do INCRA e de Reforma Agrária ocupadas ilegalmente (griladas) na
Amazônia Legal até 1.500 hectares. E não se trata de pouca cosa. Se fala do
cadastro de 111.44 mil ocupações em 412 municípios e 14,09 milhões de hectares
de terra (fonte: Terra Legal)
Assim contradiz a Lei n. 6.383 de
1976 que permite legitimar posse apenas até 100 hectares, em decorrência do
módulo fiscal mínimo de parcelamento da terra rural. Para regularizar posses
até 100 há não precisava do Terra Legal, enquanto que a terra pública devoluta
com extensão superior a 100 hectares não é passível de legitimação. É grilagem
de terras, crime castigado por lei!
Por isso a lei é considerada
inconstitucional pelo MPF e os títulos podem ser anulados pelo STF. A
legalização legítima de poucas terras para os pequenos agricultores é utilizada
para fazer “engolir” o reconhecimento dos crimes de desmatamento e roubo da
maior parte de terras públicas, realizada muitas vezes acompanhada de uso de
violência e corrupção da banda podre de servidores públicos, que ficaram “de
rabo preso” com os fazendeiros a quem venderam terras públicas, como ficou constatado
com a CPI da Grilagem de Terras e em Rondônia pela “Operação Terra Limpa”.
Falta transparência na aplicação
do programa. Em Rondônia a terra pública do INCRA não destinada seria de
4.907.824,00 hectares, das quais pelo menos 2.691.956,00 hectares de terra
potencialmente devoluta. Nos relatórios e notícias emitidos pelo Terra Legal
sobre terras regularizadas, sempre nos dizem quantos títulos são cadastrados e
emitidos, porém jamais qual é o tamanho da área que acaba sendo destinada. Nem
quanta terra vai para os verdadeiros posseiros, para os agricultores com menos
de 100 há, que são a maioria dos títulos porém a menor área. Nem contar quantas
terras são entregues aos grileiros que ocupam as áreas maiores ou médias, que
são a maior parte delas.
Se em Rondônia o Terra Legal
estimava em abril de 2011, total de
19.488 posses com área de 2.503.930 hectares... Qual porcentagem delas em
realidade está sendo destinada aos verdadeiros posseiros de menos de 100
hectares? Qual é a área destinada aos médios e grandes grileiros de terras do
estado?
Alguém sabe para quem de Rondônia será
entregue título na próxima segunda feira, dia 10 de dezembro de 2013 em Ji
Paraná? Quanto deles são pequenos agricultores? Qual é o tamanho da área que
será regularizada para eles? Quantos são considerados médios e grandes e o
tamanho da área regularizada para estes? Nós não sabemos.
Se realizamos alguma denúncia,
como nos foi pedido, não tivemos como acompanhar o desenlace das mesmas. Por
isso acredito que, se participamos em algumas reuniões da “Comissão de
Movimentos Sociais” no Terra Legal, foi bobeira nossa. Estamos fora. Não
precisa convocar mais a Comissão Pastoral da Terra de Rondônia.
Neste ponto houve concordância
entre todos os representantes da CPTs da Amazônia do recente seminário sobre
“Desmatamento, madeiras e grilagem de Terras na Amazônia”, realizado em Rio
Branco, Acre, com assessoria do professor da USP Ariovaldo Umbelino de
Oliveira.
O Terra Legal favorece a
concentração de terras. Em realidade existem estimativas de que um número
reduzido de grileiros (6,6%) reúne quase 70% das terras que o Terra Legal
pretende regularizar. Terras que também são regularizadas mediante a divisão
dos imóveis entre familiares e laranjas. O fraccionamento dos imóveis entre
familiares também é permitido pelo programa. A falta de transparência na
entrega de títulos pelo programa confirma os temores expressados em 2010 por
nossos companheiros da CPT de Santarém: “O TERRA LEGAL na verdade vai garantir
o direito de preferência para alienação para os atuais grileiros ocupantes das
terras públicas e acelerar o desmatamento e a concentração de terras para o agronegócio”.
Longe de dispor das terras públicas
disponíveis para reduzir a desigualdade e a pobreza no Brasil, o Terra Legal
continua e consagra a injusta
distribuição de terra do Brasil ao custo do meio ambiente, dos povos
tradicionais e da reforma agrária na Amazônia.
Em Rondônia, é comentado pelo
povo que a “Fazenda GR” dentro do antigo Projeto Primavera, em São Miguel do
Guaporé, já foi dividida em 15 lotes para ser regularizada. Também que muitos
casais de fazendeiros separaram legalmente para poder regularizar 900 há cada
um, marido e mulher, por separado.
Enquanto para reforma agrária nos
assentamentos somente é autorizado um lote por casal, sejam casados ou não. E é
exigido uma certidão de antecedentes criminais, pelo qual os candidatos a serem
assentados podem ser rejeitados. Nada disso é exigido pela lei do Terra Legal.
Pode ter se apoderado da terra com mortes e assassinatos: O título é dele!
Ainda a Reforma Agrária não dá
terra para os assentados: Todas as despesas devem ser pagas para resgatar os
títulos de propriedade dos lotes dos assentados. Pela regularização do Terra
Legal nada deve ser pago para os ocupantes de menos de 200 hectares.
O Terra Legal dificulta a reforma
agrária e legaliza o roubo de terras públicas.
Já no Artigo 2º do Estatuto da Terra, Lei 4.504-de 30/11/1964, se diz
que o acesso a propriedade da terra é condicionada pela sua função social, que
é cumprida, segundo a Constituição Federal de 1988, quando a propriedade atende
simultaneamente aproveitamento racional e adequado, utilização adequada dos
recursos naturais e preservação do meio ambiente, observância das disposições
trabalhistas e o favorecimento de proprietários e trabalhadores.
Pois bem, para o Terra Legal não
é exigida função social da terra, nem produtividade, e não importa se o
grileiro se apossou da terra com fraudes legais, corrupção, violência ou
destruição ambiental.
Venderam-nos que o Terra Legal
começaria pelos pequenos. Não é verdade. Está dando títulos de áreas médias e
grandes. O presidente do CNA de Rondônia teria sido um dos primeiros a receber
um título de 900 há em São Francisco do Guaporé.
Disseram-nos que da regularização
fundiária deveria “sobrar terras” para assentamentos da reforma agrária. As
mesmas não aparecem por nenhum lado. Enquanto o INCRA nos diz que não é mais
competência dele a arrecadação de terras pra novos assentamentos. Quem arrecada
as terras para novos assentamentos, então?
Floresta de São Domingos. Fonte UNB |
Fleba Terra Firme e Conceição.Fonte Incra |
Quando a CPT RO publicou a
denuncia de indígenas puruborá, que títulos de terra estavam sendo distribuídos
pelo Terra Legal em seus territórios tradicionais, simplesmente reponderam que não tinha nenhuma terra indígena lá, enquanto continua se
barrando o trabalho antropológico que devia realizar o estudo oficial (GT), o
reconhecimento das áreas tradicionais da etnia indígena puruborá, que tem a
maior parte do seu território atingidos por invasão de grileiros, em
Seringueiras.
Retrocesso legal para quilombolas
e indígenas. Com a colonização de Rondônia muitas pessoas de fora achamos
oportunidade de vida e trabalho, nesta região. Rondônia foi boa para nós. Para
muitos foi uma oportunidade de enriquecimento, muitas vezes a custas da
ilegalidade. Para a maioria que já estava aqui, somente ficou o prejuizo.
Os antigos moradores da região:
indígenas, quilombolas, seringueiros e indígenas continuam sendo os mais
prejudicados. Pelas usinas e pela titulação de terras dos grileiros do Terra
Legal que invadiram suas áreas. Enquanto que aos indígenas de Rondônia como os
puruborá, miquelenos, cujubim, wuajurú o estado continua a lhes negar o direito
constitucional a ver seus territórios reconhecidos.
Para qualquer fazendeiro é dado
título definitivo de terras. Para os quilombolas, verdadeiros guardiões da
fronteira brasileira do Guaporé, o exército brasileiro e a Secretaria do
patrimônio Público (SPU) lhes nega agora o direito constitucional à propriedade
definitiva da terra, oferecendo-lhes apenas uma concessão de direito real de
uso (CDRU).
Assim a titulação do Terra Legal impulsada pela presidenta Dilma contrasta com a
morosidade do Estado no reconhecimento do direito territorial das áreas
indígenas e quilombolas, das mais antigas comunidades da Amazônia. Por lei o
reconhecimento territorial dos mais antigos moradores do país deveria ser
prioritário.
A mensagem da vinda da presidenta
Dilma em Rondônia parece clara: A grilagem de terras compensa, o desmatamento e a
destruição de florestas tem como prêmio a apropriação de terras públicas.
Com esta medida de titulação das
terras dos grileiros o Estado continua a promover a violência agrária, a
expulsão de pequenos posseiros, a invasão de áreas de conservação e de
territórios tradicionais.
Por enquanto o Terra Legal
“legaliza” o desmatamento e a grilagem de terras até 2004. Assim vende a
mensagem que pressionando, mais tarde ou mais cedo tudo será “legalizado”,
consagrando os crimes e fatos consumados, como agora. O desmatamento, os
conflitos agrários, a violência e o avanço da fronteira agrícola acima das
florestas remanescentes da Amazônia recrudescerá na Amazônia.
Enquanto continuar assim, a
ocupação continua sendo a única forma de conseguir terras neste país. Muitos
dos desempregados atuais de Rondônia já estão percebendo isso.
Josep Iborra Plans. É agente da
CPT RO e da equipe de Articulação da CPT na Amazônia
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