Desembargador do Acre acusado der grilar terras em Rondônia
Juiz do Acre teria se passado por agricultor e mediante laranjas tentado regularizar de fazenda de Nova Mamoré de 2,4 mil hectares.
Tribunal processa desembargador por ocupação de terras da Reforma Agrária.
Tribunal processa desembargador por ocupação de terras da Reforma Agrária.
O desembargador Francisco Djalma da Silva. Foto tjac |
O Tribunal de Justiça do Acre (TJ-AC) instaurou processo administrativo disciplinar contra o desembargador Francisco Djalma da Silva ao constatar a "existência de indícios de cometimento de infração a deveres funcionais".
O magistrado foi denunciado pelo procurador de Justiça Sammy Barbosa, sendo acusado de ter cometido vários ilícitos com o intuito de ocupar terras, tentando, inclusive, regularizá-las junto ao Instituto Nacional de Colonização e Reforma Agrária (Incra) de Rondônia.
O magistrado é acusado de aquisição e ocupação de terras públicas destinadas à reforma agrária, associação de pessoas para regularização das áreas públicas e falsificação de documento público. A apuração foi recomendada pelo Conselho Nacional de Justiça, a pedido do Ministério Público do Acre (MP-AC).
De acordo com a decisão, as condutas "afrontam, em tese, os deveres constantes no Estatuto da Magistratura e na Lei Complementar Estadual nº 221/2010, devendo, pois, o Magistrado ser submetido a Processo Administrativo Disciplinar, com vistas a se analisar o efetivo cometimento da infração administrativa".
Quando era juiz da 1ª Vara Criminal da Comarca de Rio Branco (AC), em 2007, o magistrado foi denunciado pelo MP-AC de ter organizado uma quadrilha para invadir terras da União destinadas à reforma agrária e por falsidade ideológica em documento particular.
De acordo com a ação judicial do MP do Acre, “o primeiro passo tomado pelo magistrado denunciado foi o de arregimentar nove pessoas, que simuladamente receberam em doação sem ônus, lotes da Fazenda Taquara e suas benfeitorias, sendo que em seguida, todos os envolvidos, inclusive o juiz de Direito e principal mentor interessado na prática ilícita, fizeram se passar por agricultores beneficiários da reforma agrária”.
O juiz praticou crime de falsidade ideológica, segundo o MP, passando-se por agricultor, alegando ser casado, embora seja divorciado, e afirmando não ser do quadro de servidores públicos, omitindo sua condição de juiz.
Quando o Incra constatou a falsidade dos requerimentos, o juiz não mais se apresentou como agricultor, mas como magistrado e pecuarista. Ele chegou a peticionar à superintendência do Incra, por meio de advogados com poderes para confessar, a regularização fundiária do imóvel pretendido apenas em seu favor.
Em fevereiro de 2009, a defesa recorreu, mas o Superior Tribunal de Justiça manteve a ação penal que corria contra o magistrado no Tribunal de Justiça do Acre.
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