Garimpagem e contrabando de ouro brasileiro para a Bolívia
Em duas matérias sobre o contrabando de ouro em Guayará Merín, na Bolívia, relacionada com os problemas de legalização da garimpagem no Rio Madeira, o jornalista Chico Nery insiste em denunciar a situação da mineiração garimpeira do Ouro no Rio Madeira.
Draga de garimpo de ouro no Rio Madeira. foto newsrondonia
Chico Nery. Sexta-Feira , 23 de Agosto de 2013 - 07:39 .
MAIS DE 200 QUILOS DE OURO JÁ FORAM VENDIDOS ILEGALMENTE À BOLÍVIA EM 2013
O suposto taxista Jonas Nascimento, através de corridas fretadas, há mais de cinco anos transportaria garimpeiros do Belmond e Mutum-Paraná para Guajará-Mirim sob a alegação de que, seus passageiros vão às compras de eletroeletrônicos, vestuários, alimentos e bebidas para abastecer as cantinas dos garimpos no lado rondoniense.
Guayaramerín, BENI, Bolívia – Uma segunda parte dos investigados na ‘Operação Eldorado’, da Polícia Federal, vinculados ao Sindicato dos Garimpeiros de Rondônia [SINGRO] – agora sob intervenção da Federação Nacional dos Garimpeiros [FENAG], pode ser alcançada ainda nesta semana dentro das ações de desmonte oriundas do estado de Mato Grosso.
De acordo com fontes da Junta Governativa que audita as contas dos dirigentes do SINGRO afastados pela Justiça Federal, na primeira fase da Eldorado, foram detidos e presos 32 envolvidos com extração e venda ilegal de ouro de reservas indígenas, inclusive o dono da compra de ouro Parmethal, esta forte aliada da COOGAM [Cooperativa de Garimpeiros da Amazônia]. (continua)
O suposto taxista Jonas Nascimento, através de corridas fretadas, há mais de cinco anos transportaria garimpeiros do Belmond e Mutum-Paraná para Guajará-Mirim sob a alegação de que, seus passageiros vão às compras de eletroeletrônicos, vestuários, alimentos e bebidas para abastecer as cantinas dos garimpos no lado rondoniense.
Integrando o modus operandi de desvio de ouro dos garimpos locais, por não estarem habilitados, os ‘garimpeiros’ João Batista Rocha [este oriundo da cidade de Ourinhos, São Paulo], Marcelo, Ceará Doido e o ex-Tesoureiro da MINACOOP [Cooperativa de Garimpeiros, Mineração e Agroflorestal], Enerly Martini, voltarão a ser denunciados, nesta sexta-feira [23], à Polícia Federal.
Do grupo que é visto constantemente à frente das compras de ouro na Província de Guayaramerín [Bolívia], além de Jonas, Marcelo, Ceará Doido e outros, apenas Enerly Martini ainda não foi notado. Contudo, ele e o advogado Marcos Pereira estão sendo processados pelo juiz Ilisir Bueno Rodrigues, titular da 9ª Vara Cível, por calúnia, injúria e difamação.
Desde o dia 9 deste mês, a dupla está obrigada a restituir todos os documentos e bens subtraídos da MINACOOP, além diária de R$ 1.356,00 [Mil e Trezentos e Cinqüenta e Seis Reais]. Aliada à decisão tomada pelo magistrado, Sebastião Roberto Tavares – outro membro do grupo liderado por Enerly e Marcos – foi considerado depositário infiel e pode ser preso a qualquer momento.
CHUVA DE REAIS EM GUAYARAMERIN - Conforme autoridades bolivianas, ‘as caras dos garimpeiros brasileiros já fazem partes do cenário do comércio de ouro deste lado da fronteira’. Segundo disseram, ‘as travessias são mais intensas e fáceis nos finais de semana, domingos e feriados. Nessas datas, ‘a Aduana Brasileira parece contribuir com o movimento de garimpeiros clandestinos, em nosso lado’.
Afinal, sem fiscalização alguma, ‘até nosso país perde suas reservas minerais e petroleiras’, afirmam autoridades locais. Essa grande quantidade de ouro, disseram a este site de notícias, parte de cambistas e compradores de pedras preciosas brasileiras no entrono da Aduana boliviana, ‘só são compradas aqui, mas revendidas a judeus, árabes, chineses e teriam como destino final, Holanda, Luxemburgo e Áustria’ – integrantes do eixo dos Países Baixos.
Por outro lado, enquanto autoridades locais ficam impedidas de deter turistas brasileiros, senão em flagrante delito, só podem agir, senão por compra ilegal de drogas [maconha, cocaína, axixe e crack]. Nesse caso, a Aduana de Guajará-Mirim ao afrouxar a fiscalização sobre seus próprios nacionais, ‘o ouro, o diamante, carros e motocicletas roubadas no Brasil, continuarão a entrar na Bolívia’, acreditam os milicianos hermanos.
BORDEÍS LEMBRAM TREVO DO ROQUE - As autoridades revelam, ainda, que, ‘garimpeiros rondonienses são famosos por aqui, também, pelas farras que promovem nos bordéis da nossa Província’. A maioria diz que, ‘enquanto roubam as riquezas do Brasil, sem darem satisfação ao Fisco Federal, Estadual e Municipal do outro lado da fronteira, fazem felizes as damas das noites das praças de la banda e geram emprego em nosso País’.
LIVRES COMO PÁSSAROS – Além do comércio formiguinha do ouro, do combustível, das drogas, de armas poderosas, a província de Guayaramerín vive infestada de foragidos caçados no Brasil. É comum esses ‘Escobares verdes e Amarelos’ gozarem de regalias entre os narcotraficantes locais. Porém, sem extradição pedida ao Governo boliviano, a Guarda Nacional nada pode fazer, admite uma alta patente da Corporação que pediu anonimato.
Segunda-Feira , 26 de Agosto de 2013 - 06:58 -
COOPERATIVAS DE MINERAÇÃO DENUNCIAM AO MP SUPOSTO PROPINODUTO NA SEDAM
Trajano está no cargo à quase uma década e meia. Praticamente, só ele conhecia o decreto que, agora, ressuscitado, suspende, tardiamente, as atividade de lavra garimpeira.
Arca de Noé, BENI, Bolívia - Cooperativas Obreiras voltadas às atividades de lavra garimpeira nos dois lados da fronteira bi-nacional, irão desfechar nos próximos dias uma inédita e monumental ofensiva contra denúncias de corrupção em Coordenadorias de importância estratégica para os setores ambiental e mineral do Estado rondoniense, respectivamente.
A denúncia dos mineradores será feita com base em vários pedidos de ajuda em dinheiro feitos, em 2007, dentro do COREM por um servidor do governo rondoniense na hora da liberação, apesar do ato legal em cima das primeiras Licenças Operacionais [LO’s] para o segmento mineral, além do sumiço ‘misterioso’ de processos – já homologados – durante pedido de renovação das licenças, agora, em 2013.
Segundo dragueiros, supostamente, ligados às Cooperativas de Garimpeiros do Rio Madeira [COOGARIMA], de Mineração e Agroflorestal [MINACOOP] e da Amazônia [COOGAM] com atuação no delta dos rios Itinez-Mamoré-Guaporé, ‘há privilégios na SEDAM, sobretudo nas Coordenadorias de Recursos Minerais [COREM] e de Licenciamento Ambiental [COLMAM]’ em detrimento de pequenos mineradores.
FAVORECIMENTO - A suspeita recai, sobretudo sobre o Coordenador de Recursos Minerais, o geólogo José Trajano dos Santos por ter sido o único conhecedor da existência do Decreto Nº 5.197, de 29 de Julho de 1991, da era Oswaldo Piana, que proibiu no período mineração [ouro, argila, areia, pedra, turmalina e outros] e empreendimentos econômicos no limite da Cachoeira de Santo Antônio ao Distrito de Calama, na divisa com o estado do Amazonas.
De acordo com fontes de cooperativas controladas por garimpeiros, dragueiros e areeiros rondonienses, respectivamente, o primeiro passo para que o Ministério Público [MPF e MPE] entre no caso, será o da entrega de documentos [polígnos e coordenadas] que comprovam a existência legal dos garimpos do Mutum-Paraná, Ponta do Abunã até o distrito de Calama, em laudos emitidos por José Trajano e sob a chancela dos secretários Augustinho Pastore, Paulo Roberto Brandão e Nanci Maria Rodrigues – atual titular da pasta ambiental – cuja mandatária pode ter sido induzida a erro pelas Coordenadorias de Recursos Minerais [COREM] e de Licenciamento Ambiental [COLMAM].
Trajano está no cargo à quase uma década e meia. Praticamente, só ele conhecia o decreto que, agora, ressuscitado, suspende, tardiamente, as atividade de lavra garimpeira. Porém, a SEDAM proibiu a lavra a pequenas cooperativas, inclusive com o sumiço dos processos de renovação automática da LO da MINACOOP [Cooperativa de Garimpeiros, Mineração e Agroflorestal], o que não impediu a secretária Nanci assinar sete novas licenças aCOOGAM e a fazer novas concessões às usinas hidrelétricas.
MILHÕES DESVIADOS EM OURO – O uso de dois pesos e duas medidas pela SEDAM, através das Coordenadorias de Recursos Minerais [COREM] e de Licenciamento Ambiental [COLMAM], vem tirando o sono do governador do vizinho Estado, Confúcio Moura [PMDB-Ariquemes].
Sobre, a Assembléia Legislativa espera pela sanção do Projeto de Lei que declara a nulidade do Decreto 5.197. Porém, José Trajano orientou a secretária da SEDAM a ‘melar’ a sanção pelo Governador, porque a autoria é do presidente do Parlamento, deputado José Hermínio Coelho, considerado arquiinimigo do Governo da Cooperação.
Com a proibição a SEDAM fez crescer a venda do ouro e outros minerais de Rondônia sem Nota Fiscal ou guia de transporte atestando a origem no mercado boliviano. As operações, consideradas ilegais, são incentivadas por empresários aventureiros e ex-Cooperados das cooperativas que atuam no rio Mutum-Paraná, São Carlos e Humaitá [AM], sem que sem a comprovação da origem do produto, com mais de 70% roubados das áreas da MINACOOP, cujo comércio formiguinha cresceu vertiginosamente nas cidades bolivianas.
Em Guayaramerín, o principal centro financeiro da binacional, é visível a presença do taxista Jonas Alves do Nascimento [El Cabelo Blanco] direcionando colegas-passageiros que transporta, semanalmente, de Porto Velho e Humaitá às compras de ouro e casas de câmbio locais. Tudo à luz do dia, já que o governador rondoniense só cedeu às pressões das grandes cooperativas sob o comando da COOGAM, COOGARIMA, setores da construção civil e do agronegócio bovino e madeireiro.
LICENÇA RÁPIDA, SÓ COM DINHEIRO - José Trajano e o comissionado Francisco Orleison [O Chicão da SECEL], à revelia da secretária Nanci Rodrigues, em duas reuniões na SEDAM, garantiram ao grupo liderado por Jonas Alves Nascimento, Marcos Pereira, Gleyson Belmont, Enerly Martini, Uilson Ferreira, José Alves Jordão, Jairo Luiz Razzera, Francisco Aldeni da Silva [O Chico, cunhado de Hermínio], João Batista Rocha [Ourinhos, São Paulo], Eldrio Longen, Sebastião Tavares [considerado depositário infiel], Eunice Rabelo Ferreira, Nilva do Carmo de Almeida, Nivaldo Aquino Santiago, Emídio Virgílio da Silva, Waldery Venâncio Silva [vulgo Todo Feio], José Martins da Silva, Geraldo Pereira, Fernando Carlos Marinho da Silva, Walter Renan Teles Novais, Thais Mara de Oliveira Mathias, Luiz Antônio Chaves Oliveira, Adriano de Oliveira Masquietto, Marcelo Danser Barbosa, Francisco Aldeni da Silva, Paulo César Rodrigues, Jairo Luiz Razzera, Uilson Teodoro Ferreira, Edilton José Azevedo Siqueira [vulgo Ceará Doido], Fabiano Oliveira Sena [O Fabinho da COOGAM], Iraci de Oliveira Sena [ex-presidente do SINGRO], Arão Mendes Rodrigues [homiziado com os garimpeiros CHACAL e BARBA ROXA em Itaituba, no Pará] eGeomário Leitão de Sena [investigado pela Policia Federal na Operação Eldorado e dragueiros investigados e presos pela Operação Eldorado da Polícia Federal que, ‘a LO da MINACOOP sairia se pagarem R$ 50.000,00’, segundo teria afirmado, na segunda-feira 19, Jonas Alves Nascimento, depois de uma tentativa de invasão frustrada da sede da entidade, na Capital Porto Velho.
Agregado aos 200 quilos que rechearam as compras de ouro e de câmbio da Província de Guayaramerín, outros 400 teriam sido vendidos por empresários-dragueiros ligados a outras cooperativas que transitam com desenvoltura nas coordenadorias de Recursos Minerais [COREM] e de Licenciamento Ambiental [COOLMAM]. Aliás, uma delas [COOGAM] teria comissionados lotados no gabinete da secretária Nanci Maria Rodrigues.
NANCI: ‘NÃO ESTOU NEM AÍ!’ - O mandatário Confúcio Moura, na audiência com deputados estaduais, o deputado federal Padre TON [PT] e o presidente da MINACOOP, Washington Charles Cordeiro Campos, foi informado das vendas clandestinas de ouro dos garimpos. Mutum-Paraná, Ponta do Abunã, Guajará-Mirim [Rios Mamoré e Guaporé] e Machado lideram o desvio por falta de fiscalização do Fisco Estadual, Municipal e Federal. Contudo, Nanci Rodrigues ignora até hoje as decisões tomadas pelo governador.
O volume das evasões escandalosas de divisas, geradas pela saída do ouro, segundo palacianos, ‘assustou Confúcio pelo tamanho da perda gratuita de receita’ em apenas um ano após a reaplicação do Decreto 5.197 da era Oswaldo Piana. Os supostos 600 quilos de ouro saídos de Rondônia a Bolívia – deste País a Holanda, Bélgica e Luxemburgo, além de Dubai [Emirados Árabes], Estados Unidos, Canadá, Japão, China, África e Israel.
Vendidos legalmente, os 600 quilos de ouro evadido, segundo economistas da Federación de Los Empresarios, ouvidos por este site de noticias, acreditados na Província de Guayaramerín [BENI], gerariam o equivalente cerca de R$ 564 milhões e 800 mil reais no período de setembro de 2012 a agosto deste ano. Segundo eles, ‘perde o povo de Rondônia, perde a República Boliviana, porque, geralmente, os brasileiros incentivam a sonegação, a principio, em seu próprio País’.
Mas que pode segurar mais a categoria para que não seja cumprida a promessa dos ilegais em ocupar a residência oficial do Governador [cidade de Ariquemes], o Palácio Presidente Vargas e a sede da SEDAM, na Capital Porto Velho.
Washington espera que, após a posse do ex-presidente da JUCER [Junta Comercial de Rondônia], Gilvan Ramos, à Secretaria de Finanças [SEFIN], ‘o mandatário Confúcio Moura jogue duro, prenda e processe os ladrões das riquezas do nosso Estado’. Segundo ele, ‘até aqui, só a Polícia Federal prendeu e investigou a máfia do ouro nas Operações Rio de Ouro e Eldorado’. Inclusive os chefões do Sindicato dos Garimpeiros e da COOGAM, denunciados pelo MPF à Justiça Federal de Mato Grosso.
Xico Nery é Produtor Executivo de Rádio, Jornal, TV, Repórter Fotográfico e CONTATO de Agências de Notícias nas Amazônias, Países Andinos e Bolivarianos.
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