"Camponeses tomaram uma pequena fazenda, vizinha do Canaã, no município de Ariquemes. Aos poucos foram chegando mais pessoas, num total de 60, lutando por um pedaço de terra para trabalhar. O acampamento recebeu o nome de “Zé Porfírio”.
No dia 27 de fevereiro de 2013, 2 viaturas da PM, 1 da Polícia Civil e outra do GOE, 1 caminhão baú e 1 ônibus chegaram de manhã ao acampamento e despejou os camponeses. Todos foram levados para a delegacia de Jaru, onde foram tratados como bandidos e coagidos durante os depoimentos. Segundo os camponeses, o delegado de Jaru ameaçou de morte um dos líderes do acampamento. Um grupo de acampados se escondeu num curral próximo e viu quando 5 policiais do GOE retornaram ao acampamento às 15 horas. Eles ficaram esperando e os camponeses ouviram quando um policial disse: “Bem que podia aparecer uns 3 sem terra para a gente cortar na bala.” Às 17 horas os policiais já iam embora quando chegou o latifundiário Oswaldo Nicoletti, seu gerente e 2 peões, provavelmente pistoleiros. Só então os camponeses entenderam o que os policiais do GOE estavam esperando: com a ajuda pessoal do Sr. Oswaldo Nicoletti, derrubaram de motor os barracos dos camponeses e botaram fogo. Depois foram embora. Na mesma noite, este grupo de camponeses retomou acampamento. Nos dias seguintes, todos os demais acampados retornaram. Só um desistiu.
No último ano, surgiram 5 acampamentos na região de Theobroma, próximo da área Canaã. Totalizando centenas de homens e mulheres lutando pelo sagrado direito à terra para trabalhar. Hoje, mais pessoas nos procuram para acampar, a maioria é de desempregados, que passam necessidade nas periferias das cidades. Isso joga por terra a propaganda mentirosa do governo federal de que a luta pela terra hoje não é mais necessária, que quem quiser terra agora pode comprar “em suaves prestações” pelo banco da terra".
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