Governo de Rondônia também impulsa os "desertos verdes"

eucaliptos. foto tropkais
Qualificados de "desertos verdes" as monoculturas de árvores de eucaliptus e de pínus são estranhos e prejudiciais ao bioma amazônico. Plantios massivos em monocultura de eucaliptus, uma árvore originária da Austrália, são conhecidos por secar e degradar a terra. Depois do eucaliptus, a terra não produz mais nada. Ainda, sendo uma planta repelente aos insetos, nas matas de eucaliptus apenas sobrevivem formigas e cigarras, representando em grave prejuízo para a biodiversidade amazônica. Por isso os eucaliptus são conhecidos como desertos verdes. O plantio de eucaliptus já tem sido atividade flagrada com trabalho escravo e em lugares como Bahia, Minas Gerais, Rio de Janeiro e Espíritu Santo, a  CPT tem formado parte da Rede Alerta Contra o Deserto Verde, que já em 2005 denunciou que o eucalipto "empobrece nossa diversidade biológica, social e cultural, causando expropriação, desemprego, êxodo rural e fome".
Apesar de todos estes impactos e experiencias negativas, contrariando o bom senso e missão que lhe é devida, uma ano depois da Assembléia Legislativa de Rondônia aprovar a reflorestação com espécies exóticas (não nativas da região) sem sequer precisar autorização ambiental, agora é o governo, através da Secretaria de Meio Ambiente (SEDAM), que cedeu a pressão pela demanda de celulose e criou a "Coordenação de Florestas Plantadas", que foi oficializada hoje, 24 de outubro de 2012. 
Mais uma vez a SEDAM e o governo de Rondônia se submetem ao mercado e ao negócio, sem consideração pelo cuidado pela natureza que Deus deixou ao nosso cuidado. Está na hora do Ministério Público defender o meio ambiente e impedir este avanço do agronegócio depredador em nosso estado.
Segundo Marilza Roch, assessora da Sedam, "Este é o resultado das ações de regulamentação e co-gestão entre Sedam, Associação Rondoniense dos Produtores e Consumidores de Florestas Plantadas (Arflora) e Associação Rondoniense dos Engenheiros Florestais (AREF). O Programa Florestas Plantadas será gerido pelo engenheiro florestal Edgard Menezes Cardoso e a bióloga Annye da Costa". E revelando somente pensar nos negócios, afirmam que "esse novo segmento de mercado é muito importante para Rondônia em função das características climáticas e geográficas favoráveis,... sendo um investimento altamente viável".
Na região de Vilhena (RO) já existem centenas de hectares plantadas de eucaliptus, destinadas a produção de energia na época da seca, e "já funciona uma Pequena Central Hidroelétrica com capacidade de produção de energia superior a 90 MW e uma termoelétrica em construção sob a responsabilidade da Eletrogoes, com capacidade de consumo de oito mil hectares de floresta plantada para atender o ciclo de cinco anos de consumo". (fonte ALE RO) O deputado estadual Jaques Testoni (PSD) é um dos mais interessados em trazer a destruição da monocultura de eucalipto para nosso estado.

Para o grupo Votorantim Energia, que foi flagrada com trabalho escravo em plantio de eucalipto de Goiás, para crescer, precisa deixar de lado os "escrúpulos".  foto  tropkays
A Rede Alerta Contra o Deserto Verde, uma articulação que envolve mais de 100 entidades (entre elas a CPT) dos movimentos sociais dos estados de Minas Gerais, Espírito Santo, Bahia e Rio de Janeiro, além de entidades internacionais, denunciou que:
a) o desastre sócio-ambiental causado nos últimos 35 anos pela monocultura de eucalipto e pinus, integrado aos complexos siderúrgico e de celulose, atingindo diversos ecossistemas e populações tradicionais de nosso território (índios, quilombolas, campesinos), empobrece nossa diversidade biológica, social e cultural, causando expropriação, desemprego, êxodo rural e fome;
b) a necessidade de outro modelo de geração e divisão de riquezas e de ocupação de nosso território, que respeite e coloque como protagonista as populações rurais e o interesse da sociedade brasileira e não do capital global.

Comentários

  1. Isso é terrível! conheço bem o estrago socio-ambiental que eucalípto fez no norte do Espirito Santo e sul da Bahia. Com se não bastasse a degradaçaõ ambiental existente no estado de Rondonia e agora mais essa!
    Precisamos tomar uma atitude contra esse monstuoso projeto "pintado com uma cor e imagem bonita" CHEGA! Ir. Noemi

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