A CAMINHO DE RIO PARDO UMA DÚVIDA: QUAL SERÁ O DESTINO DA FLONA BOM FUTURO?


Segunda-feira, 10 de setembro de 2012, em direção à Vila Rio Pardo nos deparamos com uma placa identificando a Floresta Nacional Bom Futuro. A paisagem é exuberante, a natureza na sua forma mais bonita e equilibrada.
O cenário começa a mudar, são avistadas áreas desmatadas, e muitas cobertas pelas chamas, ou pelas cinzas, bananais totalmente destruídos. Isso é resultado de um processo, que envolveu o governo anterior e, que levou à  ocupação de partes de áreas que antes pertenciam à Flona. Hoje existem ali fazendeiros e pequenos agricultores, e o que ainda persiste é uma cultura de derrubada e queima.

Felizmente é também na Vila Rio Pardo que se começa a discussão sobre o modelo de produção atual, e busca de uma agricultura mais harmoniosa com a natureza, a agroecologia.
São pequenas iniciativas como a de um grupo de mulheres locais trabalhando em uma horta agroecológica, que mostram que o povo sendo orientado é capaz de fazer um trabalho alternativo, e esse tipo de orientação precisa ser expandido para que mais pessoas sejam beneficiadas. Com isso, teremos a possibilidade de mudança desse cenário de destruição.
Apesar do grupo já ser assistido pela SEMAGRIC, convidamos estas mulheres para um seminário de agroecologia, a ser realizado em Ouro Preto, de 01 a 04 de outubro. Mais interessados que iniciam essa caminhada podem entrar em contato com a CPT. Fone: 3224-4800.
No retorno, vimos os carros do IBAMA e a equipe do PREVFOGO, numa tentativa desesperada de apagar os focos de incêndio em áreas da mata. O motorista da equipe chegou a dizer que haviam chegado ao local às seis horas da manhã, retornaram para o almoço, e quando voltaram encontraram outros focos de incêndio. Era cerca de trinta homens nesta luta contra o fogo, onde a desvantagem era enorme para eles.
Na verdade, a batalha diretamente contra o fogo quase sempre será perdida. A luta urgente de se travar é pela conscientização do povo, que precisa entender a importância das florestas, mas que principalmente precisa aprender a conviver com ela de forma sustentável.
 

Observam-se áreas pequenas onde certamente ocorreu uma derrubada e uma queimada, mas que se tornaram áreas de cultivos que garantem a subsistência de pequenos produtores. Em contraste com essa situação, veem-se também extensas áreas sendo devastadas para a expansão das pastagens para o gado.
É um cenário contrastante em meio a uma importante área de preservação, com riquíssima biodiversidade numa das últimas florestas tropicais do mundo que é a floresta Amazônica, continua a cultura do fogo, colocando a existência desta em risco.
 Não há como saber se a Floresta Bom Futuro terá um futuro tão bom assim.
Um morador da Vila de Rio Pardo diz: “se trata de terras sem donos, e este tem sido o pior ano quando se refere às queimadas, enquanto não regularizarem essa área a situação só vai piorar.” Não afirmamos aqui que seja essa a solução, nem que isso é o melhor a ser feito, mas sim que é preciso identificar os culpados por toda essa destruição, com o propósito de impedir que ela continue se alastrando e ameaçando a floresta e pequenos agricultores que tem suas plantações destruídas.
Fomos informadas de que o ICMBIO terá reuniões no local para tomar providências.

Comentários

  1. acredito que a justiça de DEUS tarda mas não falha, e que estes homens sofredores que tem aí suas terras a anos consigam resolver esta situação, porque muitos não tem onde morar,
    e ainda me pergunto porque as autoridades não viu isso no inicio e deixou que esta situação chegasse a este ponto!!!

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