Solidariedade com as comunidades do Baixo Madeira
Comunidades inteiras do Baixo Madeira (na imagem São Carlos) foram alagadas. foto falarondonia |
Porto Velho, 14 de abril de 2014
Nota de Solidariedade com as comunidades do Baixo
Madeira atingidas pela enchente
Convocada pela memória do Evangelho da
vida e da esperança, fiel ao Deus dos pobres, ouvindo o clamor que vem dos campos
e florestas, a Comissão Pastoral da
Terra quer ser uma presença solidária, profética, ecumênica e fraterna junto
com as comunidades atingidas pela enchente da bacia do Rio Madeira, situação que
a CPT - Rondônia vem acompanhando desde o começo.
Na região mais de 5 mil famílias foram
atingidas, muitas delas estão desabrigadas e desalojadas, mais de 100 mil
pessoas não têm acesso a água potável. As águas do Rio Madeira e seus afluentes
submergiram inúmeras plantações e animais, isto trouxe muito sofrimento e
destruição e consequências que ameaçam a saúde dos moradores das áreas
alagadas. Identificamos-nos com as reivindicações
apresentadas pela Conferência dos Bispos do Brasil - Regional Noroeste, que
reunida no dia 29 de março de 2014 declarava:
“Sabemos que catástrofes
naturais ameaçam a vida no nosso planeta desde o princípio. A terra é um
planeta vivo que se reconfigura continuamente. No entanto, acreditamos que há
novos fatores como o aquecimento global que acelera o descongelamento das
geleiras das montanhas, desmatamentos e processos erosivos no solo, a formação
de represas para geração de energia elétrica.
As águas abundantes que
descem das montanhas da Bolívia e do Peru aumentaram consideravelmente os
reservatórios das usinas hidrelétricas de Jirau e Santo Antônio. A construção
dessas duas obras no Alto Rio Madeira, além de sofrer um atraso de mais de um ano,
segundo especialistas, apresenta erros no estudo de impacto ambiental. A
inundação das BRs 364 e 425 isolou o Estado do Acre, a região de Guajará-Mirim
e toda a área do Abunã. O difícil abastecimento de suas populações, com
combustíveis e alimentos, mostra a urgência de novos estudos.
Sem desconsiderar o esforço
do governo para oferecer à população do País energia elétrica de qualidade,
lamentamos a falta de cuidado com os estudos de impacto ambiental que, por
sinal, não contemplaram o médio e o Baixo Madeira...
Solicitamos com insistência
às autoridades competentes uma nova e criteriosa investigação técnica das
construções e dos impactos ambientais e sociais. Que ela seja feita por
profissionais especialistas e independentes. ...
Nesse momento, urgimos
junto aos poderes públicos que deem a devida assistência às famílias flageladas
da área urbana e rural para que possam recuperar suas casas, visto que o
direito à moradia é um direito constitucional. Compete ainda ao Governo adotar
medidas que facilitem o acesso a créditos com tempo de carência e juros baixos,
bem como fornecer orientação técnica a fim de que as famílias possam
reorganizar os seus meios de sobrevivência. Acrescenta-se ainda a necessidade
de socorrer as pessoas e famílias flageladas com um ‘salário emergencial’.
Toda a sociedade e, ainda
mais os Cristãos, estamos sendo desafiados a solidarizar-nos ainda mais com as
famílias sofridas. De mãos dadas para rezar, partilhar e reconstruir, poderemos
crescer humana e espiritualmente.”
A Comissão Pastoral
da Terra, através de Ir. Gabriella,
em parceria com os Missionários Combonianos Pe. Jorge e Pe. Raffael, se disponibiliza em somar forças com as mesmas
no processo de reconstrução da vida após as enchentes: dando visibilidade às
reivindicações, proporcionando encontros entre as comunidades, favorecendo
parcerias para ajudar a recuperação agrícola das aéreas danificadas pela
enchente, entre outras.
Nesta Semana
Santa, na qual celebramos a Paixão, Morte e Ressurreição de Jesus, reafirmamos com
fé nAquele de onde emana a força e a luz
para orientar a caminhada de esperança e recomeçar a reconstruir uma vida nova.
Votos
de Feliz e Santa Páscoa!
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