Despejo em Seringueiras pode acontecer este sábado.
Despejo em 14.9.12 em Seringueiras. foto comando 190 |
Após sentença assinada hoje no dia 12 de abril de 2013, pelo juiz federal de Ji Paraná, Flávio da Silva Andrade, as famílias do Acampamento Paulo Freire 3 de Seringueiras podem ser despejados amanhã mesmo, sábado dia 13.04.13 pela Polícia Federal, que segundo autorização do juiz, pode até requerer o auxílio do Exército Brasileiro em Rondônia para cumprir a ordem.
O juiz titular fez o apensamento dos processos: Reintegração e Retomada para decidir junto o destino dos mesmos. e o MPF tinha-se pronunciado a favor do pedido do INCRA pela retomada da terra pública.
Porém a sentença judicial decidiu sobre 2.581,047 hectares de terra, entregando mais de duas terceiras partes (1.765 hectares) para os fazendeiros que as tinham grilado e apenas 816 hectares para o INCRA assentar as 82 famílias cadastradas no local, com o qual não vai restar nem 10 hectares por família.
A história do Acampamento Paulo Freire, em Seringueiras/RO, tem sido marcada pela violência em todas as formas. Um agricultor morreu por crise cardiáca após uma reintegração de posse realizada por surpresa, e após atrasar o devido socorro, segundo testemunhas presentes. Entre as violências, conta-se com o registro de dois assassinatos, um deles da liderança do Acampamento: Orlando Pereira Sales, o Paraíba, e um grave atentado contra a companheira do mesmo.
Na última reintegração de posse, em outubro de 2012, os acampados viram suas plantações e casas, onde moraram por dois anos, serem derrubadas e destruídas sem piedade. Ainda o arrendatário Timira, que sequer é parte no processo, contou com ajuda da prefeitura de Seringueiras para construir outra estrada e escolta particular da polícia para transportar o gado de uma outra fazenda.
Acampados em situação precária, as famílias foram ameaçadas por jagunços a mando do arrendatário, que parece ter a proteção da policia local, pois, as denúncias que cai sobre o mesmo sequer são apuradas.
Após reocupar o local em 24.12.12, foi emitida nova ordem de reintegração no dia de Natal, que foi confirmada hoje. Com o conhecimento desses fatos, faz tempo que se teme a reintegração que pode acontecer amanhã, pois, parece que nenhum órgão de proteção a vida foi informado para acompanhar os fatos, nem a Ouvidoria Agrária e nem a OAB ou mesmo a CPT, que tinha dirigido carta pedindo a mediação do Ouvidor Agrário Nacional, Desembargador Gercinho da Silva Filho.
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