Impasse no Assentamento Joana d' Arc I, II, e II
Mais de cem assentados serão atingindos pela hidrelétrica Santo Antonio. Entretanto, há três anos todo o assentamento foi se preparando para sair.O impasse se deu quando sairam os nomes de quem seria reassentado, fruto de uma luta constante do MAB e alguma parceria com a CPT. A usina de Santo Antônio não reconheceu muitos como atingidos. Por incrível que pareça, depois que começaram a sair os primeiros grupos, todos queriam ir embora também. De fato, os que ficaram são atingidos cultural, afetiva e economicamente.
Dia 18 de abril, a convite do MAB, a CPT e sua advogada foram até o assentamento Joana d'Arc para uma reunião com os que não iriam sair. É desolador perceber a desesperança e desolação que se abateram sobre todos os que ficaram. O lamento comum é o abandono que experimentam. Na escola é reduzido o número de alunos. Muitos funcionários e professores ficarão sem o emprego. As igrejas perderam a maioria dos fiéis, os jovens se queixam dos colegas e namorados (as) que partiram. Agora, dizem eles," não há para quem vender nossos produtos, nem para quem fazer diárias, porque nossos negócios se davam dentro do assentamento. Nossos visinhos e parentes se foram. Aqui ficou um cemitério." Estes assentados fizeram uma manifestação fechando o porto, que dá acesso ao assentamento e Humaitá - AM. As queixas são sobre o temor de que com o término da hidrelétrica suas terras sejam também algadas, porquanto desde que ali foram assentados a grande maioria dos lotes ficam enxarcados em muitos locais impedindo o cultivo. As vozes correntes são:" Estamos cansados de sofrer. E agora sem estradas, sem recursos e esquecidos."
Perguntamo-nos: Até quando os pobres terão que pagar por um "desenvolvimento", que nunca chega até eles?
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