Moção de Repúdio da 5ª Conferência Intermunicipal do Meio Ambiente: Pela Defesa da Vida e do Bem Viver na Amazônia é aprovada em plenária
(Foto: Comunicação da Conferência)
Entre
os dias 10 e 11 de dezembro de 2024, realizamos a 5ª Conferência Intermunicipal do Meio
Ambiente, abrangendo os municípios de Porto Velho,
Guajará-Mirim, Nova Mamoré, Candeias do Jamari e Itapuã do Oeste. Estivemos reunidos e reunidas enquanto organizações da sociedade civil, movimentos sociais e populares, coletivos,
organismos da Igreja, povos indígenas e tradicionais, povos urbanos e catadores
e catadoras de materiais recicláveis.
Unidos(a) pelo compromisso com a defesa da Casa Comum e do Bem Viver
dos povos da Amazônia, reafirmamos nosso papel como guardiões da vida, da
dignidade humana e da natureza. Reivindicamos direitos invioláveis e
inalienáveis para as populações e para os ecossistemas que
sustentam nossa existência, impondo rompimento com as práticas tradicionais e
ancestrais, promovendo um “progresso” que beneficiam apenas grandes empreendimentos
violando a relação dos indivíduos com seus territórios e terra, e condenamos
qualquer tentativa de mercantilizar ou explorar de forma predatória o
território amazônico.
Constatamos,
com profunda indignação, o avanço de grandes empresas, mercados abusivos de
crédito de carbono e setores do agronegócio, que buscam determinar o futuro das
populações originárias e tradicionais. Este cenário se agrava com a
intensificação do desmatamento, a expansão das fronteiras agrícolas
e a implementação de grandes projetos que ameaçam diretamente os
territórios, as culturas e as vidas dos povos da Amazônia.
Mais
alarmante ainda é o agravamento da crise climática, evidenciada pela seca
histórica que afetou as principais bacias hidrográficas da Amazônia entre 2023
e 2024. Essa situação, que impacta diretamente milhões de pessoas e
ecossistemas, expôs a negligência e a inoperância do Governo do Estado de
Rondônia e das prefeituras municipais.
A
invisibilização das comunidades e a precariedade no acesso a serviços básicos,
como água potável, segurança alimentar, transporte, saúde e educação, são
práticas sistemáticas que perpetuam a violação dos direitos humanos e ambientais.
Reivindicamos
o fortalecimento das políticas de segurança alimentar e nutricional, o acesso
digno à saúde e educação, e a ampliação das condições de vida nos territórios
afetados pela seca e pela violência do modelo econômico predatório.
Exigimos
a regulamentação efetiva da participação popular nas decisões que envolvem o
meio ambiente e os recursos naturais, garantindo que as vozes das comunidades
sejam ouvidas e respeitadas.
Clamamos
pela demarcação imediata dos territórios indígenas e a regularização dos
territórios quilombolas, bem como a proteção das áreas extrativistas,
pesqueiras e das populações tradicionais de terreiros.
Seguiremos
articulados e articuladas, fortalecendo as redes de resistência, preservando os
laços comunitários e defendendo o Bem Viver. Não aceitamos que nossas vidas e
nossos territórios sejam mercantilizados, e estaremos em constante vigilância e
mobilização para assegurar que a Amazônia permaneça de pé, protegendo sua socio biodiversidade
e seus povos.
Que
esta moção ecoe como um chamado à ação e à solidariedade para todos(a) aqueles
que acreditam em uma sociedade mais justa, equilibrada e sustentável.
5ª Conferência Intermunicipal do Meio Ambiente
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