Sempre foi abelha, polinizando sonhos. Valdir Diniz, Presente na caminhada!

A Comissão Pastoral da Terra, com coração entristecido, estende sua solidariedade e pesar aos familiares e amigos do companheiro Valdir Balbino Diniz, militante do MST e assentado da Reforma Agrária, do assentamento Madre Cristina, que fez sua páscoa dia 30 de janeiro de 2024 e agora se encontra em outro plano conforme os desígnios de Deus.

A família Diniz ingressou no MST nos anos 90 e caminham deixando legado da luta pela Reforma Agrária, defendendo a vida em comunidade dos povos do campo e das florestas e a produção sem veneno, que supere o modelo de degradação do agronegócio. Valdir é exemplo na defesa da agroecologia, da natureza como nossa mãe Terra, viveu e fez sua páscoa com coragem. Em nome do nosso grande companheiro e irmão da CPT, ecoamos a luta, cuidado e amor verdadeiro de sua companheira Aparecida Diniz, suas filhas Andreia Diniz e Vanessa Diniz, seu neto Yago e as netas Aurora e Maria.

Nécta

Dizem que o dia começa, quando o sol aparece,

Mas na teoria do conhecimento.... Que são várias,

Não sabemos ao certo.


Mas para mim, o dia começa aquecendo as azas,

Pois o dia hoje promete,

Claro, todo dia tem um pouco de aventura,

E hoje é sobreviver.


Não sei ao certo quanto tempo eu posso viver,

Mas posso também deixar em aberto, esta pergunta,

Sem ter ao certo qualquer tipo de resposta,

Mas que não venha me dizer o que eu devo ou não fazer.


Eu não sou exatamente o que disse, mas tenho a certeza, que em um outro momento serei a mais bela delas,

Não porque eu goste, mas porque sei o quanto ela é importante para minha sobrevivência,

Ou porque sei que seu balançar de asas, me leva a lugares lindos.


E sentir cheiros cheirosos de flores ao longe,

Ou irá me permitir não ver com rapidez os olhos dos humanos,

“Essa parte eu aprendi esses tempos”,

E dizem que os olhos dos humanos são como fogo...

Em certo ponto, pode até ser.


Mas eu acredito que todo mundo tem bondade, e todos os seres podem errar e ter o direito de compreender o erro... e no meu tempo de vida

Sabe se lá quanto, acredito que eu tenha errado.


E que aos poucos essa minha dificuldade de ver o mundo como uma coisa simples,

Possa ter feito eu pedir perdão aqueles que magoei, e aprendi que somos nós que complicamos nossa existência,

E que o racional do ser, não condiz com suas necessidades.


E sabe que hoje, quando vejo que o futuro me deu uma nova chance,

Eu descobri que além do perfume das flores, além da cor brilhante e da brisa na manhã.


Todos nós carregamos o néctar dentro de nós,

Hoje, eu carrego nas patas e asas,

Hoje eu vejo que o mundo é belo,

E que antes eu carregava o néctar, o doce da vida em meus sonhos.


Há! São tantos sonhos que eu sonhei...

Tanto amor que eu dei, tanto bom gosto de provar o doce de minha amada,

E sei que hoje, choram a minha partida, e que sonham assim como eu, pois eu fui um bom companheiro...

Debulhando sonhos ao vento.


E meu tempo foi curto, para sonhar tantos sonhos,

O meu tempo foi curto para dizer o quanto eu fico feliz, de ver que todos estão bem,

E que apesar do tempo que eu não posso calcular,

Sinto que ele foi suficiente.


E que hoje beijar flores. É bem mais que sonhar os meus sonhos...

É dar vidas a outras vidas...

E ser abelha, não sei por quanto tempo, me faz tão feliz,

E segue o ciclo da vida.



Vanessa Dias Diniz                                   

Dedicado ao meu pai, sempre foi abelha, polinizando sonhos.


                                     (Foto: Acervo pessoal)

“Madre Terra nossa esperança, onde a vida dá seus frutos, o teu filho vem cantar; Ser e ter o sonho por inteiro, Ser sem-terra, ser guerreiro, Com a missão de semear, À terra, terra.”... (Canção da Terra)



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