DENÚNCIA: DESPEJO DE MAIS DE 80 FAMÍLIAS DE POSSEIROS EM MACHADINHO DO OESTE
No
último dia 8 de junho a justiça Estadual por meio da Ação de interdito proibitório convertido em reintegração de posse com sentença favorável ao fazendeiro, N.º
7001902-90.2018.8.22.0019, proferida pela juíza Dra. Luciane Sanches, da
Comarca de Machadinho de Oeste, determinou reintegração de posse do imóvel
rural da Fazenda Jatobá, onde vivem 80 famílias pertencentes ao acampamento
Valdiro Chagas, localizado na zona rural do município.
![]() |
Foto Abrapo Nacional |
![]() |
Foto: Abrapo Nacional |
A Vara de Machadinho contraria a recomendação do CNJ proferida em fevereiro de 2021 e a decisão do Superior
Tribunal Federal divulgada no último dia 3 de junho, que determina a suspensão
dos despejos por um prazo de seis meses. A justiça local ataca novamente
camponeses e camponesas em plena pandemia. Segundo informações do Observatório
Nacional de Despejos que promove a “Campanha Despejo Zero”, mais
de 14 mil famílias foram removidas durante a pandemia e outras 84 mil famílias
estão ameaçadas de despejo em todo Brasil. Em Rondônia foram 500 famílias
despejadas até o dia 6 de junho de 2021 e outras 1200 famílias estão ameaçadas
de despejo em todo o Estado.
A
Defensoria Pública do Estado e o Conselho Estadual de Direitos Humanos
solicitou a suspensão dessa ação que está com dia e hora marcada para
acontecer. Segundo os ofícios do processo, a reintegração de posse deverá
ocorrer amanhã, quinta-feira, dia 10 de junho às 7 horas da manhã.
Segundo
a Dra. Lenir Correia Coelho:
“Esse
processo de reintegração está eivado de erro, desde a concessão de reintegração
de posse sem comprovação de posse; sem intervenção da DPE; irregularidade da
citação das famílias; cumprimento de nova reintegração sem respeitar o rito
processual de conversão de sentença em execução [...] Teve agravo sobre a
situação de a reintegração acontecer em
tempos de pandemia. Negado o
recurso em sede de liminar e não apreciado ainda o mérito”
A
advogada afirma ainda que as instituições citadas anteriormente estão
denunciando mais esta ação de arbitrariedade da justiça rondoniense.
A
Comissão Pastoral da Terra, se posiciona contraria a mais esta ação de despejo
em pleno o período de pandemia. Infelizmente, isso é a materialização do processo de expulsões que está atrelado ao discurso
ultraliberalista de um Estado que pauta suas ações por meio de medidas de
austeridades. Dessa forma, esperamos que essa arbitrariedade seja amplamente
divulgada e que os órgãos competentes possam intervir por essas famílias
camponesas.
Fonte:
CPT-RO
Comentários
Postar um comentário
Agradecemos suas opiniões e informações.