Dia do Meio Ambiente e da Ecologia chama atenção para o cuidado do homem com
a natureza.
“E disse
Deus: Produza a terra erva verde, erva que dê semente, árvore frutífera que dê
fruto segundo a sua espécie, cuja semente está nela sobre a terra; e assim foi.
E a terra produziu erva, erva dando semente conforme a sua espécie, e a árvore
frutífera, cuja semente está nela conforme a sua espécie; e viu Deus que era
bom”, assim está escrito em Gênesis 1:11,12, quando Deus, em sua grandiosa
sabedoria realiza o mistério da criação. Desde o início a relação do ser
humano, da natureza e seu Criador estão intimamente ligadas.
Em 05 de
junho é celebrado o Dia Mundial do Meio Ambiente e o Dia Mundial da Ecologia. A
data nos leva a refletir sobre os cuidados do mundo com aquilo que foi confiado
aos seres humanos pelo Altíssimo. O arcebispo de Porto Velho, em Rondônia e
presidente do Conselho Indigenista Missionário, Dom Roque Paloschi comentou
sobre a importância da conscientização para essas temáticas e para a
Espiritualidade Ecológica.
“Celebrar
o dia do Meio Ambiente é renovar o nosso compromisso no cuidado da casa comum.
É urgente! Urgentíssimo que mudemos nossa forma de viver, de nos relacionar com
todas as criaturas e com a criação, e também que façamos uma sensibilização
para resgatar o que o papa Francisco nos chama atenção sobre a sobriedade
feliz. Se a gente não cuida da terra, estaremos decretando a nossa morte”,
disse.
A data
foi criada em 1974 e se tornou, ao longo do tempo, uma plataforma mundia para
divulgar ações públicas pelo meio ambiente em mais de 100 países. A Organização
das Nações Unidas (ONU) considera o dia de hoje como uma das datas principais
do seu calendário, principalmente porque são promovidas ações ambientais,
buscando sensibilizar todo o globo sobre a urgência e necessidade de proteger o
planeta. Criada em 1974, a data cresceu e se tornou uma plataforma global para
a divulgação de ações públicas pelo meio ambiente em mais de 100 países.
Ao longo
dos séculos vemos que a utilização dos recursos e riquezas de forma irracional
criou um ciclo onde todos são afetados. A natureza sofre com a ação
irresponsável dos seres humanos, explorando sem consciência dos riscos e o ser
humano, por sua vez, é impactado com as mudanças no clima, poluição do ar e da
água.
“Os povos
indígenas chegam a dizer ‘se nós não cuidamos da terra, ela não cuida de nós. O
planeta está doente porque há uma exploração exacerbada de todos os recursos.
Estamos nos esquecendo que os recursos naturais são finitos, assim como nós. O
coronavírus tem mostrado a nossa finitude, a nossa fragilidade, a nossa
insegurança. Tudo está intimamente interconectado. Na carta encíclica Laudato Si’,
160, o papa nos interpela ‘o que deixaremos para a geração futura? Meu irmão e
minha Irma,assumamos o compromisso de cuidar da nossa casa comum. A única casa
que nós temos. De defender a vida, a terra e o direito de todos os povos, dos
originários e amazônicos. Estejamos atentos e atentas ao grito dos pobre e da
terra”, expressou.
Deus
confiou ao homem a criação em sua totalidade e é nossa responsabilidade
reavaliar as ações mediante a grande mãe natureza. Ações simples como
descartar o lixo em local adequado, consumir apenas a quantidade necessária de
água e fazer um trabalho de recolhimento seletivo dos detritos residências, por
exemplo, pode gerar um retorno extremamente positivo na relação com o meio
ambiente e sua ecologia.
As
escrituras sagradas nos revelam que a: “A própria natureza criada aguarda, com
vívido anseio, que os filhos de Deus sejam revelados”, na carta aos Romanos,
capítulo 8, no verso 19. Por ser um presente providenciado pelo grandioso Deus,
os fiéis em Cristo devem cuidar e proteger o meio ambiente e sua ecologia com
amor e total zelo. Tudo que o Pai dá, deve ser tido como precioso e com a
natureza não pode ser diferente.
Espiritualidade
Ecológica
O Papa
Francisco, certa feita, falou sobre a conversão ecológica. Na ocasião, o Pontífice
comentou: “Desejo propor aos cristãos algumas linhas de espiritualidade
ecológica que nascem das convicções da nossa fé, pois aquilo que o Evangelho
nos ensina tem consequências no nosso modo de pensar, sentir e viver.” (Laudato
Si’, 216).
“A
Espiritualidade Ecológica nos convoca a resgatar a harmonia descrita lá no
livro de Gênesis ‘E Deus viu que tudo era bom. Cuidai de todos os seres
criados’. Sejamos guardiões da vida, não só da minha e da sua, mas da vida de
todas as pessoas e todos os seres viventes. A Espiritualidade Ecológica resgata
o verdadeiro sentido da terra. Ela é mãe. Fonte de vida e providência todas as
condições para todos os seres criados. A Ecologia Integral passa por um
processo de conversão pessoal e coletiva, onde somos convidados a mudar nossa
mentalidade, postura e coração. Nós não podemos fazer dicotomias entre a fé e a
vida. Não podemos separar a dimensão social, ambiental e espiritual. Tudo está
interligado nessa casa comum”, pontuou.
O bispo
salienta que as ações do tempo presente podem gerar conseqüências desastrosas à
gerações futuras. “Sou do Sul do Brasil, o famoso escritor Érico Veríssimo
dizia que o problema do mundo é um problema crônico: todos morrem pela barriga.
Alguns poucos que comem muito e muitos que não comem quase nada. A
Espiritualidade Ecológica nos leva, sobretudo, ao caminho da sobriedade feliz.
Não precisamos desperdiçar, abusar. Não vamos levar nada. A nossa herança pode
ser a miséria para as futuras gerações”, avaliou.
Comentários
Postar um comentário
Agradecemos suas opiniões e informações.