Dom Roque Paloschi denuncia agressão aos povos indígenas


Mediante o assassinato ocorrido no dia 18 de abril de 2020, ceifando a vida do Professor Ari do povo Uru Eu Wau Wau, em entrevista   ao Jornal Bom dia Amazônia, Dom Roque Paloschi - Arcebispo de Porto Velho/RO e Presidente do Conselho Indigenista Missionário – CIMI - Regional de Rondônia, denuncia a agressão aos povos indígenas e pede ação imediata das autoridades, dizendo:

"O caso é resultado da política indigenista do governo, da indiferença do governo federal em relação a isso. A morte do Senhor Ari já vinha sido anunciada, já estava marcado para morrer, a mais de 30 anos que o povo luta para tirar os invasores, os que ocupam ilegalmente as terras, mas infelizmente o governo faz vista grossa e não realiza ações verdadeiramente eficazes. Nós podemos pegar que não só o caso do povo Uru Eu Wau Wau, mas é também a situação de tantos povos do Brasil, e aqui em Rondônia na sombra dos prédios do Ministério Público da Policia Federal o povo Caripunas estão sendo invadidos, suas terras estão sendo tomadas e tudo fica como se nada tivesse acontecido. Isso tudo os invasores se sentem autorizados pela fala e postura do Senhor Presidente. Nós suplicamos que essa morte não seja investigada como uma morte comum, mas com todas as consequências do processo de difamação, calunia contra os povos indígenas e ameaças diretamente as lideranças indígenas e no caso do professor Ari concretamente.
Infelizmente vivemos em um país aonde os povos indígenas já enfrentaram tantas atrocidades e continuam enfrentando agora com esse governo que no fundo incentiva a ocupação e esbulho possessório e sobre tudo a tomada dessas terras reconhecidas, demarcadas, homologadas e registradas".
Dom Roque continuou a entrevista dizendo que essas "situações são realizadas de forma sistemática de opressão onde os direitos originários são negados e os direitos constitucionais consagrados nas constituições de 1988 estão sendo retirados simplesmente porque o Senhor Presidente se outorga o direito de não cumprir a constituição".
E,  concluiu ressaltando que "Gostaríamos de sonhar que pelo menos os primeiros habitantes dessas terras fossem respeitados porque é um direito constitucional e mais que constitucional é um direito originário."


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