Greve Geral pelo Brasil
Greve Geral pelo Brasil, em 28 de abril de 2017, que vai entrar para a História
A
sexta-feira começou com manifestações pelo País.
Atualizado 28/04/2017 19:47 http://www.huffpostbrasil.com/2017/04/28/as-imagens-da-greve-geral-pelo-brasil-em-28-de-abril-de-2017-q_a_22059943/
Na madrugada da quinta-feira
(27), a Câmara dos Deputados aprovou por 296 votos a 177 o projeto que altera a
Consolidação das Leis do Trabalho (CLT), cujas origens estão na década de 40 -
período em que Getúlio Vargas comandava o País.
A
Reforma Trabalhista, uma das prioridades do governo de Michel Temer, traz
impactos substanciais ao texto. Para o presidente, a nova legislação será uma garantia de direitos aos
trabalhadores:
"Uma
vez em vigor, a nova legislação permitirá garantir os direitos dos
trabalhadores previstos na Constituição Federal e impulsionar a criação de
empregos no País. Trata-se de mais um importante avanço para superar a mais
profunda crise econômica de nossa história", avaliou.
A
manhã da sexta-feira (28), porém, começou com protestos daqueles que enxergam
nas mudanças um retrocesso para a classe trabalhadora.
Convocados por centrais
sindicais e movimentos sociais, membros de diversas categorias prometem parar e
aderir a uma Greve Geral contra as reformas da previdência e a trabalhista.
A Greve Geral foi foi convocada
pela Central Única dos Trabalhadores (CUT), Central dos Trabalhadores do Brasil
(CTB), Intersindical, Central e Sindical Popular (CSP/Conlutas), União Geral dos
Trabalhadores (UGT), Força Sindical, Nova Central, Central dos Sindicatos
Brasileiros (CSB) e Central Geral dos Trabalhadores do Brasil (CGTB).
Pelo menos 25 estados devem
aderir as paralisações. Sindicatos do Distrito Federal, São Paulo,
Rio de Janeiro, Minas Gerais, Bahia e Pernambuco declararam apoio à
manifestação e organizaram uma agenda de intervenções para o dia.
Em São Paulo e em Brasília,
representantes de movimentos sociais fizeram barricadas e atearam fogo em pneus
fechando rodovias.
Em ações pontuais,
linhas de transporte público foram paralisadas no ínicio do dia na capital
paulista. Também há o bloqueio das principais rodovias que dá acesso à cidade.
Pelo menos 16 manifestantes já foram
detidos na cidade.
Em Brasília, a concentração da
paralisação acontece na Biblioteca Nacional e segue caminhada rumo ao
Congresso.
Em outros estados, servidores
públicos, bancários, motoristas de ônibus e professores estão entre os
manifestantes.
Em
Campinas/SP, SINSAÚDE aderiu a #GreveGeral
e estendeu bandeira na frente da sede em denúncia às reformas trabalhista e da
previdência.
Em Barra Mansa, na região Sul do Rio
de Janeiro, o povo está na rua da Matriz em ação pela #GreveGeral.
#BrasilEmGreve
Na capital mineira, sob chuva, manifestantes ocupam
o centro de Belo Horizonte. Agências bancárias estão fechadas e o metrô
paralisado.
Nas redes sociais, hashtags como #BrasilEmGreve e
#GreveGeral estão entre os assuntos mais comentados.
100 anos, mesma luta
A Greve Geral desta sexta-feira acontece na mesma
data em que, em 1917,
Apesar dos anos que separam as duas datas, o desejo
de paralisar a mão de obra para pressionar o governo segue como bandeira das
principais entidades de classe do País.
Para o desembargador do Tribunal Regional do
Trabalho da 10 ª Região Grijalbo Coutinho, o jogo está
"desequílibrado" e o trabalhador precisa "reagir".
"Temos uma situação extremamente preocupante.
Em uma sociedade que se diz democrática a Constituição deve ser de todos e,
claramente, isso não está ocorrendo no Brasil. Por exemplo, a aprovação
relâmpago do projeto da terceirização foi um absurdo. O jogo está
desequilibrado e o trabalhador tem que reagir. Devemos relembrar ao povo do seu
poder e para os demais órgãos os seus limites. É fundamental ocupar todos os
espaços públicos, somente o diálogo e a greve poderão
Modernização nas leis
A Reforma Trabalhista é apoiada por entidades
empresariais. Para o governo, ela será capaz de gerar mais empregos.
Entre as principais mudanças no
texto está a prevalência de acordos entre patrões e empregados sobre
a lei, o fim da obrigatoriedade da contribuição sindical, obstáculos às ações
trabalhistas, a possibilidade do parcelamento de férias e a flexibilização de
contratos de trabalho.
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