Em Rondônia: Acampamento Hugo Chaves do MST sofre ataque por pessoas armadas
Aproximadamente cem famílias de trabalhadores rurais sem terra ligadas ao MST- Movimento Sem Terra, acampadas no Acampamento Hugo Chaves desde 2013, estão aflitas, assustadas e clamam por segurança por parte do poder público. Não é a primeira vez que este acampamento vem sendo ameaçado por parte de pessoas desconhecidas vinculadas a fazenda Nova Vida no município de Ariquemes. Lideranças do MST, bem como, famílias ligadas ao Acampamento já registraram Boletins de Ocorrência a polícia denunciado as ameaças sofridas por estas pessoas. Inclusive, ainda em 2015 a CPT-RO, acompanhou uma dessas denuncia na delegacia agrária em Porto Velho.
Desta vez, a violência foi proferida e por pouco não resultou em mais assassinatos de conflitos agrários em Rondônia. No dia 02 de abril as 23:00 horas 05 jagunço entrou no acampamento atirando nos barracos e dando golpe de coronha na cabeças de vários acampando, ferindo mais de 03 pessoas. As 7 horas do dia 03 uma moto com (2) dois pistoleiro disparou novamente tiros sobre o acampamento.
abaixo, nota do MST:
No
dia 8 de julho de 2013 o MST (Movimento dos Trabalhadores/as Rurais Sem Terra)
iniciou um acampamento de famílias Sem Terra nas margens da Rodovia Estadual 140 no km 04, que liga a BR
364 ao município de Cacaulândia.
O acampamento está localizado ao lado direito da rodovia sentido Cacaulândia. O
Objetivo Principal é organizar as famílias através do acampamento para lutar
por terra e para e apresentar a demanda da reforma agrária aos órgãos de
Governo Federal e Estadual que finge que a regularização fundiária vai dar
conta de resolver o problema agrário em nosso estado.
O
acampamento iniciou na manhã do dia 8 de junho, estar localizado em frente as
Fazenda Quatro Cachoeiras e Fazenda Nova
Vida, que diz ser de Propriedade de João Arantes Neto a polícia começou a
visitar os acampados após circulação do avião das fazendas sobre o acampamento
recém iniciado. Em todos os contatos com as policias (PM, GOE), as famílias disseram
claramente que o objetivo principal é se organizar e lutar para que o direito a
terra fosse alcançado através de uma luta e reivindicação coletiva perante o
INCRA. Mesmo ás famílias estando acampadas, na área da união, o Juiz EDILSON
NEUHAS da comarca de Ariquemes, aceitou um pedido relâmpago do “dono” da
fazenda através do advogado SEVERINO JOSÉ PETERLE, expedindo um MANDADO DE
CUMPRIMENTO DE LIMINAR E CITAÇÃO (INTERDITO PROIBITÓRIO), mostrando mais uma
vez a eficiência do poder judiciário para com os fazendeiros e o desrespeito
com os pobres que é visto em qualquer espaço, ate em suas moradias improvisadas,
como bandidos e são tratados como Réus.

O
MST, mesmo já respondendo processo judicial antes de entrar na área, informa
que no momento estas duas fazendas não estão em nossos objetivos imediatos, mas,
sugere para o Estado Brasileiro que devido ao tamanho das mesmas e da ótima
localização, deveriam estar nas mãos das famílias que necessitam de terra para
viver e produzir alimentos diversificados favorecendo todos os municípios da
região.
Durante o ano de 2014, 2015 e no
corrente ano 2016 as famílias seguem acampadas, sofrendo todos os tipos de repressão.
No dia 02 de abril as 23:00 horas 05 jagunço entrou no acampamento atirando nos
barracos e dando golpe de coronha na cabeças de vários acampando, ferindo mais
de 03 pessoas. As 7 horas do dia 03 uma moto com (2) dois pistoleiro disparou
novamente tiros sobre o acampamento.
O
acampamento segue aberto para receber novas famílias para fazer do acampamento um
espaço de luta pelo direito a terra. Não vamos parar de forma alguma de
organizar famílias que tem sonhos e direito de ter um pedaço de terra. Pedimos
apoio à sociedade civil organizada para que possamos reparar as injustiças e
desmandos causados por fazendas que adotam a pistolagem para manter seus bens adquiridos de forma ilegal.
Coordenação Estadual
MST/Rondônia
03/04/3016
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