LUTA NO CAMPO: Ativista é assassinado em frente à associação camponesa em Rio Pardo

O distrito de Rio Pardo, localizado no município de Buritis, presenciou no dia 1.º de maio mais um assassinato de ativista na luta pelo acesso à terra. Paulo Justino Pereira, presidente da Associação Vladimir Lênin foi assassinado em frente à sede da mesma entidade. Já é o 3.º caso registrado em menos de um mês em Rondônia.

Segue a matéria veiculada na rede social do Jornal A Nova Democracia sobre o caso:

RONDÔNIA: MAIS UM ATIVISTA CAMPONÊS É ASSASSINADO EM BURITIS
Fonte: Liga dos Camponeses Pobres de Rondônia e Amazônia Ocidental - LCP
Na noite do dia 1.º de maio, Paulo Justino Pereira foi assassinado a tiros, no Projeto Rio Pardo. Ele era o presidente da Associação Vladimir Lênin. Paulo participou da reunião do dia 27 de abril, em Jaru, onde camponeses de várias áreas de Rondônia se reuniram com representantes do Incra, Eletrobrás, DER, secretaria de obras, lutando por energia, estradas e pontes, escolas nas áreas e regularização das terras dos camponeses. Ele foi o secretário desta reunião e apresentou a reivindicação de energia para as 3 mil residências do Projeto Rio Pardo, prometida há 16 anos.
Nos dias 29 e 30 de abril, Paulo participou com outros camponeses de uma reunião em Porto Velho com o Sr. Gercino José, ouvidor nacional dos latifundiários. Ele denunciou a situação de centenas de famílias de Rio Pardo, há dois anos sem solução. Como diz um boletim da Associação Lênin:
“Já fazem dois anos da desocupação violenta da Flona pelas forças armadas da presidente Dilma e do Governador Confúcio Moura. Durante esse período, nenhum tipo de assistência foi dado às famílias residentes no Rio Pardo. Das trezentas que foram desalojadas, apenas 34 foram assentadas, e de forma equivocada, em outras terras conflitosas, de propriedade do fazendeiro ‘Zoinho’. Com a morosidade do Governo Estadual em resolver o problema, as famílias já se preparam para o retorno à reserva, ‘dessa vez para ficar’”.
Paulo Justino Pereira
A reunião foi tensa e terminou sem acordo. Paulo comunicou a decisão das famílias de Rio Pardo de retomarem suas terras, e como sempre, Gercino não apresentou nenhuma solução e ainda disse: "O Sr. quer dizer que as famílias irão descumprir uma ordem?" Paulo defendeu que o velho Estado é que não cumpre o direito legal e sagrado à terra para quem nela trabalha.
Paulo Justino nasceu em Pernambuco, morou no Rio de Janeiro e veio para Rondônia para ajudar a luta camponesa, causa tão perigosa, mas tão urgente e justa. Ele deixou três filhos e três netos e será enterrado em Maceió, na manhã do dia 6 de maio.

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