NOS PASSOS DA LIBERDADE.

Três jovens, trabalhadores, frustrados nas expectativas de trabalho e melhoria de vida. Resgatados do Trabalho Escravo Contemporâneo!
A obra do Espaço Alternativo em Porto Velho - RO, que seria responsável por satisfazer os anseios da população por áreas de esporte e lazer, foi palco de corrupção e submeteu três trabalhadores a condições análogas a de escravo. O resgate foi realizado pela Superintendência Regional do Ministério do Trabalho e Emprego, em dezembro de 2014, poucas semanas antes do Natal.
Frustrados os trabalhadores carregam nos olhos um misto de dor e incompreensão. A difícil situação de três migrantes que deixaram as suas casas e famílias em busca de uma vida melhor. Como voltar para trás e dizer que foi tudo diferente? Que no lugar de encontrar trabalho digno, foram escravizados.
Os três trabalhadores da área de Construção Civil, jovens de 21 anos e 24 anos, embora vindos de realidades diferentes, não imaginavam passar por essa situação, saíram de suas terras, para longe da família, no sonho de um trabalho e uma vida digna, depararam-se com o trabalho escravo. Enquanto isso, exploradores prolongaram a negociação e o pagamento dos direitos dos trabalhadores, que só vieram a receber em meados de janeiro. Num sistema capitalista, prevalece o capital em detrimento do humano, esse sistema se sustenta com a exploração e negação de direitos dos trabalhadores, que são quem, de fato, produzem toda a riqueza.
Voltar pra casa, foi a opção de dois dos trabalhadores, reencontrar a família, aguardar para voltar a buscar emprego. Outro preferiu ficar em Porto Velho, disse que veio para Rondônia para conseguir alguma coisa e não conseguiu nada, assim como não conseguiu no lugar de onde veio, onde a seca castiga e a migração em busca de trabalho é a única saída vislumbrada.
Encontrá-los ali meio perdidos e envergonhados, faz entender a importância das coisas simples: a acolhida de Pe. Miguel e da Paróquia São João Bosco, o apoio, a conversa e o acompanhamento da CPT!
Nas conversas, o transparecer das frustrações, anseios, angustias e sonhos de um trabalhador após o resgate. Ao ver o retrato de um resgatado que dizia na história não ter mais sonhos; o trabalhador chegou à conclusão que: “o cara não tem mais sonhos, mas não podemos deixar de sonhar”!
Nesta vida, uma grande troca de aprendizados, porque todos tem algo a ensinar. Nos sorrisos, que traduzem esperança, no anseio do retorno, a certeza de que O menino Deus Conosco nasce em cada trabalhador oprimido e explorado, e continua sendo luz e guiando homens, mulheres e crianças no caminho da liberdade. Uma liberdade que se constrói com o povo em luta!

Comentários

Postagens mais visitadas deste blog

NOTA PÚBLICA - HOMENAGEM RIDICULARIZA RONDÔNIA E ESTIMULA A CRUELDADE CONTRA AS MINORIAS.

Santo Antônio do Matupi, no Km 180 da transamazônica.

O acidente das usinas que nos esconderam