Ilário Bodanese, fazendeiro de Vilhena, condenado na justiça.
Conhecido político, Ilário Bodanese, comerciante e fazendeiro de Vilhena, envolvido em conflito agrário, é condendo pela justiça por porte ilegal de armas. Ilário Bodaneses é ex-secretário de governo de Rondônia de Cassol e foi condenado a 3 anos de reclusão e pode ter candidatura (suplente da mulher de Cassol no senado) barrada pela justiça. A condena é das poucas decisões contra contra fazendeiros por atos de violência contra pequenos agricultores em conflitos agrários de Rondônia.
Ilário Bodaneses, foto ariquemes online |
Ilário Bodaneses entrou em conflito dizendo "cuidar" da propriedade de amigos, conhecida como Fazenda Rio do Ouro, em local conhecido também como Barro Branco, em Chupinguia. No local existe um antigo título provisório (CATP) inadimplente, que o INCRA requeriu para reforma agrária.
Os pequenos agricultores do atual Acampamento Barro Branco (mais de 65 famílias), ocupavam a área desde antes de 2010, éoca na qual o INCRA ajuizou em 2006 uma ação ordinária de retomada, pedindo imissão na posse contra Ilário Bodanese, Euzébio da Silva André, Arnaldo da Costa Esperança (espólio e Leonilda Tonin André. Com a intervenção do Órgão Federal, o processo tramita há anos na Justiça Federal.
No entanto, desde que os autos subiram para outra instância, os trabalhadores/as estavam sofrendo todo tipo de ameaças e perseguições. Ilário Bodanese e fazendeiros associados Agrovil (Associação dos Agropecuaristas de Vilhena), no Governo Cahulla pareciam "ser o detentor da atuação da polícia e da Justiça locais", ironizava uma fonte do distrito de Novo Plano recolhida pelo jornalista Chico Nery em outubro de 2010.
Moradia dos posseiros do Barro Branco destruídas em fevereiro de 2011. foto acampados |
O Acampamento Barro Branco
Na Fazenda Rio do Ouro (conhecida também com fazenda Bodanese) os posseiros sofreram numeras reintegrações de posse e diversos atos de pistolagem e violência. Eles foram despejados da área e suas casas destruídas em Fevereiro de 2011.
Organizados em acampamento nas proximidades, continuaram sendo ameaçados e perseguidos. Dois agricultores do Acampamento Barro Branco em Chupinguáia resultararam baleados quando estavam pescando, o dia 24 de Junho de 2011. Os dois baleados eram irmãos dumas as lideranças do acampamento, que já teria escapado de atentado depois de ser perseguido por duas moto no dia anterior.
As famílias do Barro Branco voltaram a ocupar as terras reivindicadas para reforma agrária. Em setembro de 2011 ocuparam novamente a área e já houve uma apreensão de armas de fogo do fazendeiro.Em audiência da Comissão Nacional contra a Violência Agrária, realizada em Vilhena, acordo celebrado na 320ª, no dia 16 de abril de 2012; aceitaram sair pacificamente do local e ficar acampados numa pequena área esperando decisão da justiça sobre o domínio da terra, onde permanecem até agora. Depois de intervenção da Ouvidoria Nacional, ainda um pistoleiro foi detido e novamente diversas armas foram retiradas da Fazenda Barro Branco.
Absolvidos da primeira apreensão de armas na Fazenda Rio do Ouro.
Em 11 de junho de 2013 Ilário Bodanese, (ex-prefeito de Vilhena, ex-secretário de Estado de Rondônia do Governo Cassol e presidente de honra da Aviagro - Associação Vilhenense de Agropecuaristas), foi absolvido por "falta de provas" a pedido do Ministério Público de Vilhena, em processo onde era réu, acusado de ser o dono de armas pesadas apreendidas na sua fazenda em Chupinguaia em 02 de Julho de 2011. Durante operação de busca e apreensão foram encontradas três arma de fogo, sendo elas duas espingardas calibre 20 e um rifle calibre 22 assim como, 34 cartuchos calibre 20 cartuchos calibre 20, 8 cartuchos 22 e 20 cartuchos calibre 38, e munições de armamento calibre 12, de uso exclusivo de Polícia. A CPT RO lamentou a parcialidade da decisão.
Cabe destacar que o grupo espera há anos, após serem despejados de suas posses, uma decisão da Justiça Federal sobre a retomada pelo INCRA das terras, também apenas com título provisório inadimplente. A área está sendo examinada pelo Terra Legal, que deve deciudir pelo retorno legal da área pela União, por abandono e incumprimento das cláusulas resolutivas do Contratos de Alienação de Terras Públicas (CATPs), o qual deve permitir o assentamento no local das famílias de posseiros. A demora na decisão judicial e do Terra Legal, assim como a espera fora das terras prejudica gravemente as famílias de posseiros.
Segundo arsenal apreendido nas Fazenda Bodanese em fevereiro de 2012. Imagem de Vídeo de "Vilhena Urgente" |
Um segundo arsenal com "significativa quantidade de armas e munição" foi aprendida com supostos funcionários da fazenda do pecuarista Ilário Bodanese, ex-vice-prefeito da cidade de Vilhena. De acordo com informações da Polícia Militar, a ocorrência aconteceu na tarde do sábado 04 de fevereiro de 2012, na propriedade denominada também Barro Branco, pivô de disputa judicial que se arrasta há vários anos no município de Chupinguaia. A posse é requerida por Bodanese, que já teve duas sentenças de reintegração de posse favoráveis a ele, as última ocorrida há pouco tempo antes da apreensão deste segundo arsenal.
Na tarde de sábado cerca de 50 posseiros ocuparam mais uma vez a área, e teriam encontrado numa casa quatro homens portando um tubo de PVC de diâmetro suspeito, com cerca de dois metros de comprimento. Dentro do cano foram achadas várias armas e munições. Seguindo com a versão dos posseiros, três dos homens foram rendidos, e o outro fugiu. Os prisioneiros teriam afirmado ser funcionários de Bodanese, encarregados de tomar conta da propriedade.
A Polícia Militar dos distritos de Boa Esperança e Guaporé registraram a ocorrência, segundo a qual os PMs encontraram uma carabina calibre 38; um revólver calibre 38, outro calibre 32 , e um terceiro calibre 22; além de uma espingarda calibre 28.Os policias também acharam vasta munição para as armas apreendidas, várias delas deflagradas. Os supostos jagunços foram detidos, sob acusação de porte ilegal de armas, e ficaram a disposição da Justiça na Delegacia de Polícia Civil de Vilhena.
A informação foi divulgado pelo programa local de TV: "Vilhena Urgente", que postou depoimento dos três funcionários novamente presos. Segundo os posseiros entre eles estaria novamente Edson Martins de Souza. Na matéria divulgada, um dos funcionários presos da fazenda declara que as armas não são dele mais do fazendeiro Ilário.
Em entrevista na mesma matéria Ilário negou que as armas achadas em sua fazenda fossem dele. O vídeo desta reportagem, postado na internet, após pressões recebidas pelos jornalistas posteriormente foi modificado, apagando as declarações do jagunço onde aforma que as armas são doe Ilário. Mais tarde todo o vídeo foi retirado. Porém uma cópia do mesmo vídeo chegou a ser exibida na Audiência Pública em Vilhena em 16 de março de 2012 da Comissão Nacional Contra a Violência.
A informação da condena de Ilário Bodaneses é do site rondoniaovivo:
FICHA SUJA? ex-secretário de Cassol é condenado a 3 anos de reclusão e pode ter candidatura barrada
O agropecuarista vilhenense Ilário Bodanese, que exerceu a função de secretário regional no Cone Sul na gestão de Ivo Cassol, foi condenado a 3 anos e 6 meses de reclusão, acusado de porte ilegal de armas de fogo. Ele também terá que pagar 20 (vinte) dias- multa, no valor de 5/30 do salário mínimo por dia. A sentença foi proferida na última segunda-feira, 21, pelo Juiz de Direito, Adriano Lima Toldo. Ilário, que também foi vereador em Vilhena, foi condenado em ação movida pelo Ministério Público.
Entretanto, a pena pode ser substituída em prestação pecuniária, correspondente a dez salários mínimos. A pena também consiste na proibição de frequentar determinados lugares, tais como bares, lanchonetes, boates, entre outros onde haja o consumo e venda de bebida alcoólica. Ilário, ainda, pode recorrer da decisão.
O CASO
Segundo a denúncia, no dia 4 de fevereiro de 2012, no Assentamento “Barro Branco”, município de Chupinguaia, Ilário, acompanhado de outras duas pessoas identificadas como Miguel Cordeiro de Souza e Valdomiro Ribas, foram surpreendidos por policiais militares portando seis armas de fogo e várias munições.
Uma das armas tratava-se de revólver calibre 22, com numeração raspada, sem autorização e em desacordo com a determinação legal ou regulamentar, conforme auto de apresentação e apreensão.
Ouvido em juízo, Ilário declarou que na época houve uma invasão em sua propriedade, alegando que somente tinha uma arma de fogo devidamente registrada para sua própria segurança e que esta ficava guardada em seu quarto.
Ao analisar os autos, o magistrado explicou que “a materialidade do crime restou comprovada pelo auto de prisão em flagrante delito, pelo boletim de ocorrência policial, pelo auto de apresentação e apreensão das armas de fogo e munições”, apesar dos mesmos terem negado os fatos.
FICHA SUJA?
Com a condenação, Ilário Bodanese pode cair na lei da “Ficha Limpa”, que impede disputar cargos eletivos. Ele é primeiro suplente ao Senado de Ivone Cassol (PP), esposa do senador e ex-governador Ivo Cassol.
Proc.: 0001125-55.2012.8.22.0014
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