CAMPANHA DA FRATERNIDADE - “Fraternidade e Tráfico de Pessoas”
“É para a liberdade que Cristo nos libertou” (Gl 5,1).
Fonte: Assessoria Arquidiocese
Dom Esmeraldo, ercebispo de Porto Velho, no lançamento da Campanha de Fraternidade de 2014. foto Arlete |
A Campanha da Fraternidade de 2014 trabalhará em sua reflexão no tempo quaresmal o tema “Fraternidade e Tráfico Humano” e o lema “É para a liberdade que Cristo nos libertou” (Gl 5, 1). Não só os católicos, mas todos os homens e mulheres de boa vontade estão sendo convidados/as a estudar, ler, refletir, rezar e escolher as ações para erradicar essas práticas contra a dignidade do ser humano. Em suas diferentes modalidades: trabalho forçado, exploração sexual, tráfico de órgãos, tráfico de crianças e adolescentes.
A escolha do tema surgiu pela proposta apresenta à Conferência dos Bispos do Brasil (CNBB) através dos Grupos de Trabalho de Enfrentamento ao Tráfico de Pessoas e de Combate ao Trabalho Escravo.
A Organização Internacional do Trabalho (OIT) divulgou em 2012 uma estimativa global quanto ao tráfico humano: as vítimas do trabalho forçado e exploração sexual são 20,9 milhões de pessoas em todo mundo, sendo que o número de traficados na América Latina e Caribe é de 1,8 milhões, uma estimativa de 3,1 casos por mil habitantes.A pesquisa constatou que 4,5 milhões (22%) de pessoas são exploradas em atividades sexuais forçadas; 14,2 milhões (68%) em trabalhos forçados em diversas atividades econômicas; e 2,2 milhões (10%) pelo próprio Estado. A maioria das vítimas são mulheres (55%). Crianças e adolescentes representam o 26% do total.
A Organização Internacional pelas Migrações (OIM) constatou que há um crescimento bem acentuado na América Latina e Caribe do tráfico de migrantes. Já a Comissão Pastoral da Terra (CPT) divulgou dados que mostram no Brasil 3.596 casos de trabalho escravo no anode 2012, o que é preocupante. O Ministério do Trabalho e Emprego – MTE nos apresenta os dados de trabalhadores resgatados no Brasil em 2013: foram 1.967 pessoas, sendo treze destas, em Rondônia.
Adultos, crianças, mulheres e homens, são vitimas do tráfico e os observadores ativistas do Combate do Trabalho Escravo e Erradicação, consideram que a situação do Brasil é muito desafiadora.
O tráfico humano atinge as pessoas mais vulneráveis, por motivos econômicos, sociais e culturais, a maioria aliciada com promessas enganosas de bons salários.
O tema da Campanha da Fraternidade chegará junto com a Copa de 2014, as experiências anteriores da Alemanha (2006) e da África do Sul (2010) confirmaram o aumento do risco do tráfico humano para a exploração nos serviços e exploração sexual. A campanha será intensificada com um trabalho de conscientização, pretendendo-se assim minimizar esta prática criminosa, caracterizada pela invisibilidade, e levar adiante a luta para que seja realmente erradicada.
A CF 2014 escolheu como tema uma das formas de criminalidade atuais que envergonham a humanidade, o tráfico humano. “Pretende-se com a campanha contribuir para reforçar a conscientização, a prevenção, a denúncia e o repúdio com relação a essa atividade ilegal, além de apelar tanto para o Estado como para toda a sociedade civil a fim de que se empenhem em coibir tal iniquidade” (J.B. Libaneo SJ).
Objetivo Geral da CF 2014
Identificar as práticas de tráfico humano em suas várias formas e denunciá-lo como violação da dignidade e da liberdade humana, mobilizando cristãos e a sociedade brasileira para erradicar esse mal, com vista ao resgate da vida dos filhos e filhas de Deus.
Objetivos específicos da CF 2014
1. Identificar as causas e modalidades do tráfico humano e os rostos que sofrem com essa exploração;
2. Denunciar as estruturas e situações causadoras do tráfico humano;
3. Cobrar dos poderes públicos, políticas e meios para a reinserção na vida familiar e social das pessoas atingidas pelo tráfico humano;
4. Promover ações de prevenção e de resgate da cidadania das pessoas em situação de tráfico;
5. Suscitar, à luz da Palavra de Deus, a conversão que conduza ao empenho transformador dessa realidade aviltante da pessoa humana;
6. Celebrar o mistério da morte e ressurreição de Jesus Cristo, sensibilizando para a solidariedade e o cuidado às vítimas desse mal.
O cartaz da CF, quer refletir a crueldade do tráfico humano. As mãos acorrentadas e estendidas simbolizam a situação de dominação e exploração dos irmãos e irmãs traficados e o seu sentimento de impotência perante os traficantes. A mão que sustenta as correntes representa a força coercitiva do tráfico, que explora vitimas que estão distantes de sua terra, de sua família e de sua gente. A sombra na parte superior do cartaz expressa as violações do tráfico humano, que ferem a fraternidade e a solidariedade, que empobrecem e desumanizam a sociedade. As correntes rompidas e envoltas em luz revigoram a vida sofrida das pessoas dominadas por esse crime, e apontam para a esperança de libertação do tráfico humano. Essa esperança se nutre da entrega total de Jesus Cristo na cruz para vencer as situações de morte e conceder a liberdade a todos. “É para a liberdade que Cristo nos libertou” (Gl5,1), especialmente os que sofrem com injustiças, como as presentes nas modalidades do tráfico humano, representadas pelas mãos na parte inferior.
Coleta
No Domingo de Ramos, dia 13 de abril de 2014 haverá a Coleta Nacional da Solidariedade (60% para o Fundo Diocesano de Solidariedade e 40% para o Fundo Nacional de Solidariedade).
Gesto concreto – CF 2014
Os 60% da coleta que formarão o fundo de solidariedade na Arquidiocese de Porto Velho serão destinados especialmente:
a) A apoiar o trabalho de prevenção, de acompanhamento e conscientização de mulheres vulneráveis à exploração sexual, especialmente em Jaci Paraná;
b) Impressão de folhetos explicativos sobre as causas e consequências desse crime hediondo e de como se deve fazer um trabalho preventivo e de denúncia aos órgãos competentes.
Pareticipnates do lançamento da CF 2014 em Porto Velho. foto Arlete |
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