Comitê Estadual da Campanha Permanente Contra os Agrotóxicos traz Especialista para debater a problemática dos Agrotóxicos na saúde Humana e no meio ambiente
Há alguns anos, pesquisadores
como Sebastião Pinheiro, vêm alertando a sociedade sobre os impactos causado
pelos agrotóxicos na saúde da terra, da água e dos seres humanos, mas mesmo
assim, em média, 100 bilhões de calda química destes produtos têm sido jogada
nas terras brasileira, tornando o Brasil o maior consumidor de agrotóxicos do mundo.
Apesar disso, não somos os campeões de produção agrícola.
Em 2011, a sociedade
civil organizada, após uma profunda análise do modelo de produção desenvolvido
no Brasil percebeu que predominava, em termos de políticas públicas e incentivo
privado, o agronegócio, baseado na apropriação de grandes áreas para
monocultivos, cuja produção baseia-se em um uso intensivo dos agrotóxicos, com
a justificativa de viabilizar altos índices de produtividade. Sob influência
deste modelo e contando com financiamentos dos bancos, a pequena e média
agricultura reproduzem, com poucas exceções, este projeto de agricultura em
pequena escala, e o uso de agrotóxicos passa a fazer parte de forma natural da
vida de milhares de pessoas do campo e da cidade.
Diante desta realidade,
cerca de 50 entidades da sociedade civil organizada do Brasil reuniram-se em
torno do Comitê Nacional da Campanha Permanente contra os Agrotóxicos, para
difundir os debates sobre os impactos dos agrotóxicos na vida das pessoas e no
meio ambiente. Estudos científicos
afirmam que doenças como o câncer, perda de fertilidade dos animais e dos seres
humanos estão relacionados à presença dos agrotóxicos, colocando em risco o
presente e o futuro da humanidade.
Estes estudos indicam
que não é possível se prevenir contra os efeitos dos agrotóxicos usando apenas
máscaras, roupas ou outros utensílios, porque a contaminação ocorre não apenas
durante a aplicação destes produtos, mas continua presente na água e alimentos
contaminados, pelo o ar com as pulverizações aéreas e até mesmo no leite
materno, como foi constatado em pesquisa realizada pela Fiocruz, coordenada
pelo Prof. Dr. Wanderlei Pignati, médico e pesquisador da UFMT.
Neste cenário
assustador, concluímos que a unida saída para a humanidade é banir os
agrotóxicos e construir outro modelo de agricultura, pautado pela produção
agroecológica, respeitando as dinâmicas da natureza e da dignidade humana.
Tento em vista a
importância desta temática para a sociedade, o Comitê Estadual da Campanha Permanente
Contra os Agrotóxicos em Rondônia, em parceria com diversas movimentos e organizações
sociais, universidades, pesquisadores e algumas instituições públicas, traz
para o nosso estado o Prof. Dr. Wanderlei Pignati, especialista em Saúde Pública. Em
diferentes atividades, ele debaterá com a sociedade rondoniense sobre os
impactos dos agrotóxicos na saúde humana e lançará aqui o documentário “Nuvens
de Veneno”, sobre os impactos dos
agrotóxicos no Mato Grosso. No dia 17/10,
Prof. Pignati terá uma agenda em Porto Velho com pesquisadores da UNIR,
CEREST e a mídia local. No dia 18/10, durante o dia participará do Seminário
Estadual da Campanha Permanente contra os Agrotóxicos, em Ji-Paraná, evento que
contará com a participação de 150 pessoas, envolvendo 12 entidades. À noite, haverá o lançamento do documentário
“Nuvens de Veneno” no auditório da ULBRA, seguido de debate. No dia 19, o Prof.
Pignati segue em conversas com alunos e professos do IFRO de Ji-Paraná.
Coordenação
Estadual da Campanha Permanente Contra os Agrotóxicos
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