Barragem de Jirau poderá alagar área da Bolívia

Barragem de Jirau poderá alagar parte da Bolívia. A informação foi confirmada por Julião Coelho, diretor da Agência Nacional de Energia Elétrica (Aneel). Para isso o governo brasileiro precisa fazer um acordo com o governo da Bolívia para aumentar o nível de Jirau, assegurando no mínimo 57,3 megawatts de garantia física para a usina, o que poderá alagar uma área do país vizinho. Bolívia sempre foi reticente a construção das usinas, que deverá prejudicar grande parte do país situado na bacia hidrográfica do Rio Madeira.

Ainda, o Complexo do Madeira projeta construir mais duas usinas: Cachuela Esperanza, situada no Rio Beni, no interior da Bolívia, e Guajará Mirim, na cachoeira do Ribeirão, situada na divisa entre os dois países. 

Segundo informações divulgadas em Porto Velho, com o aumento da cota de reservatório da Usina Hidrelétrica Santo Antônio, no Rio Madeira (RO), de 70,5 metros para 71,3 metros, aprovada no dia 02 de julho de 201, acreditam que será possível agregar mais 207 megawatts (MW) médios à potência instalada da usina (3.150 MW). Segundo a Santo Antônio Energia, responsável pela obra, o aumento da cota vai possibilitar a inclusão de mais seis turbinas às 44 previstas inicialmente no projeto.

A informação não detalha quantas novas famílias de moradores serão atingidos, nem quantos mais km² deverão ser sacrificados por esta medida, de deverá aumentar a altura das alagações da barragem em quase mais um metro de altura (0,80 cm.), não previstos no estudos iniciais do empreendimento.

Os diretores decidiram, no entanto, que a Santo Antônio Energia terá que ceder 24,3 megawatts médios de garantia física para a Energia Sustentável do Brasil, responsável pela Usina Hidrelétrica Jirau, que também está sendo construída no Rio Madeira. A medida foi adotada porque os empreendedores alegavam que o aumento da capacidade de Santo Antônio iria prejudicar o desempenho de Jirau.

“É uma forma de equalizar a limitação física. Para que você chegue no máximo potencial energético, é preciso que os dois invistam e o que cada um quer supera o que fisicamente é possível. Então você dilui a frustração, porque se concentrar em um só o risco de não haver investimento é maior. Aí atende aos dois”, explicou o diretor da Aneel, Julião Coelho, relator do processo.

De acordo com Coelho, a cessão será suspensa caso o governo brasileiro consiga fazer um acordo com o governo da Bolívia para aumentar o nível de Jirau, assegurando no mínimo 57,3 megawatts de garantia física para a usina, o que poderá alagar uma área do país vizinho. “Nesse caso, atende os dois naquilo que ambos gostariam e aí não faz sentido a cessão”. 

Fonte: RONDONIAVIP

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