Grupo Maggi ameaça desertificar região de Porto Chuelo no Rio Madeira
Balsa carregando soja no atual porto graneleiro do Grupo Maggi em Porto Velho. foto chico nery |
GRUPO MAGGI AMEAÇA DESERTIFICAR REGIÃO DE PORTO CHUELO NO RIO MADEIRA
A empresa é acusada por moradores antigos de usar "métodos considerados medievais para assegurar a suposta propriedade dentro do Plano de Expansão Urbana e Rural do Município".
Autor: Xico Nery, publicado no site newsrondonia
Porto Chuelo, Porto Velho - A discutível construção de um porto graneleiro na localidade de Porto Chuelo, às margens do Rio Madeira, com apoio maciço do Grupo Maggi [leia-se Blairo Maggi], além de desalojar famílias tradicionais que ocupam a terra a mais de meio século, pode trazer resultados desastrosos ao ecossistema regional e prejuízos financeiros à população local.
O empreendimento é intermediado com o governo do Estado e o município através da ABEPRO [Administração de Bens S/C Ltda], um conglomerado de direito privado de São Paulo e que se diz dona da área desde 1991, apesar de nunca ter se instalado nesta Capital. Com a entrada da soja, o rio e seus mananciais serão potencialmente contaminados devido a perda de grãos durante o trajeto.
A empresa é acusada por moradores antigos de usar "métodos considerados medievais para assegurar a suposta propriedade dentro do Plano de Expansão Urbana e Rural do Município". Apesar de sucessivas liminares não esclarecedoras, a ABEPRO ainda não deu a devida publicidade de sua abrangência.
Por sua vez, o Grupo Maggi vem se utilizando de expedientes do Juízo Cível em cima da propriedade que são partes do patrimônio da União que integram o Projeto Fundiário Alto Madeira para, adquirir por via individual, a compra de vários lotes na localidade, o que não é permitido pelo Estatuto da Terra e pela Constituição, ‘quando a área faz parte do Plano Nacional e Regional da Reforma Agrária’.
A disputa, que é acompanhada pelo CNJ [Conselho Nacional de Justiça], por intervenção do deputado federal Padre TOM [PT], já gerou a prisão de policiais civis contratados pelo Grupo Maggi, através da preposta da empresa ABEPRO. O inquérito que apura o uso de armamentos exclusivos da SESDEC tramita na esfera do 2º Distrito Policial. Mas ainda não chegou ao Ministério Público.
Com área de 402,0587 [Quatrocentos e dois hectares, cinco ares e oitenta e sete centímetros] pertenceria a um agricultor desde o tempo da Província do Amazonas e já falecido. A ABEPRO, diante do Juízo da Sexta Vara Cível, Falências e Concordata da Comarca do Município, ‘sustentou a posse da terra, mas até agora se exime de apresentar o Título Definitivo, se limitando apenas a divulgar registros de recibos de supostas compras e vendas entre posseiros’. (continua)
IDOSOS, ALVO MAIOR – Segundo este site de notícias apurou, os tentáculos do Grupo Maggi tiveram o seu maior ápice no governo de Ivo Cassol, sobretudo com apoio logístico da Defesa Civil e do Batalhão Ambiental. À época, lembram os mais antigos, ‘fomos induzidos a vender os lotes sob a visível ameaça de que tudo iria virar um grande lago após a conclusão das obras das usinas’.
Esses dois órgãos governamentais, eles disseram, ‘coletaram assinaturas, mapeamentos e estudos sócio-econômicos das famílias, cujos assentados mais antigos eram idosos pensionistas e aposentados’. A maioria atesta que ‘resiste até hoje às investidas de corretores e supostos representantes do Governo que aparecem no local para desafetar à área’.
SÓ PAGAM MIXARIA – A ABEPRO ou o Grupo Maggi, este maior interessado no porto graneleiro de Chuelo, nas investidas sobre assentados da terceira idade, ‘insistem em pagar de R$ 30 a 40 mil por cada lote’. Na transação chegam a garantir a permanência na terra por tempo indeterminado’. Na verdade, ‘no dia seguinte, os proíbem de transitar na área, além de não permitirem mais o plantio de roça e hortaliças.
O monitoramento, com o avanço do suposto direito sobre alguns lotes comprados pelo conglomerado ABEPRO-Maggi, é feito sob a vigilância de policiais [civis e do PM] contratados pelo PM alcunhado de Novaes, este já denunciado no 2º Distrito, em Porto Velho, sob a acusação de porte ilegal de arma, coação e prática de pistolagem dentro do Projeto Fundiário Alto Madeira do INCRA [Instituto Nacional de Colonização e Reforma Agrária].
Xico Nery é Produtor Executivo de Rádio, Jornal, TV, Repórter Fotográfico e CONTATO de Agências de Notícias nas Amazônias, Países Andinos e Bolivarianos.
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