Acampamento Sílvio Rodrigues: Tiroteio e esperança
Acampamento do MST Sílvio Rodrigues, em Alvorada do Oeste Rondônia. Foto Lenir |
Mais de setenta famílias acampadas as margens da rodovia que liga Presidente Médici a Alvorada há mais de três anos esperam a vistoria do INCRA nas terras do Italiano para que a mesma seja destinada para o assentamento das famílias. O Acampamento Sílvio Rodrigues é o exemplo claro de que as pessoas que estão debaixo da lona preta em condições precárias esperam providências para que o Estado faça cumprir a função social da propriedade: terra para quem nela mora e produz.
Alunos na BR429 aguardam para ir na escola. Foto Lenir |
Sem a esperada vistoria, as famílias ficam a mercê de acidentes ocasionados pelo fluxo de carro na estrada e agora tem que conviver com os tiros vindos da fazenda do Italiano, onde jagunços armados apontam suas armas para o acampamento e disparam.
Os acampados já pediram providências as polícias locais que não tomaram nenhuma medida enérgica para desarmar os jagunços. Por outro lado, os acampados teimem por suas vidas, já que o fazendeiro espera uma intervenção conflituosa com os acampados para impedir novamente a vistoria na área e assim conseguir-se manter de forma irregular a fazenda.
Bandeira do Movimento dos Sem Terra. Foto Lenir |
Conversando com as famílias percebe-se o desejo claro de serem assentadas em suas terras e poderem produzir e viver com dignidade, pois, é muito tempo que estão às margens da estrada esperando essa fadada Reforma Agrária, que não chega. Em suas falas, os acampados demonstram esperança de que o INCRA resolva a situação e entregue a terra esperada para o devido plantio antes que termine a temporada da plantação desse ano, pois, estão cansados de verem seus filhos ameaçados por carros e balas.
Dia 30 de novembro haverá audiência pública para tratar do assunto, audiência em que os acampados esperam ser ouvidos e atendidos, pois, já estão cansados de esperar pelo Estado para que possa ter acesso a terra para plantar e viver com dignidade!
(Lenir Correia Coelho – Assessora Jurídica da CPT/RO)
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