Camponeses se manifestam em Vilhena, Rondônia.

Centenas de famílias de Vilhena (RO) são atingidas por conflitos de terra.
Agricultores de diversas associações de pequenos agricultores, coordenados pela Central de Associações de Vilhena e o Sindicato dos Trabalhadores Rurais (Fetagro), junto com representantes da CPT,  MST, CIMI, CONTAG, CUT e outros movimentos sociais, tem realizado hoje em Vilhena  atos de protesto e manifestação nas ruas da cidade, pedindo o fim da violência no campo.
Tal manifestação se deve a atual conjuntura agrária do Estado de Rondônia, em especial da Região Sul do Estado, marcada por conflitos e pela criminalização da luta pela terra, junto com o desejo que haja avanço na reforma agrária no Estado.
Um dos assuntos da pauta foi a libertação do presidente do sindicato da cidade Vilhena, Udo Wahlbrink, injustamente tratado como terrorista e preso após um confronto entre grupo de posseiros e pistoleiros da Fazenda Caramello, em Chupinguáia. Segundo os posseiros da Associação Água Viva, um dos supostos pistoleiros desaparecidos no confronto da fazenda Caramello, apenas estava escondido para incriminar os posseiros e já foi visto mais tarde em companhia dos fazendeiros.
Após ato no sindicato pela manhã, pela tarde uma manifestação pacífica com mais de 500 participantes percorreu algumas das principais ruas de Vilhena até a cadéia onde está preso e foi duramente tratado o presidente do sindicato, um vereador de Chupinguaia e lideranças de duas associações de Chupinguaia. No centro de detenção no dia de hoje foram proibidas as visitas de familiares, fato que provocou o protesto dos detentos e alguns disparos foram ouvidos desde o exterior.
Com esta campanha o sindicato também marcou o início das ações para o Grito da Terra Esadual – GTE, programado para a primeira semana do mês do de Julho.  


Foto: Folha de Vilhena


A região de Vilhena e Chupinguáia tem concentrado numerosos atos de violência contra os pequenos agricultores em 2011 e início de 2012.  A Comissão Nacional de Combate à Violência no Campo realizou reuniões em Vilhena, na Câmara de Vereadores, no dia 15 de março de 2012,  no dia 16 de março de 2012.
Além do próprio presidente do sindicato, que sofreu ameaças e intento de assassinato, outras pessoas tem sofrido e continuam sofrendo ameaças, intimidações e atos de violência. Um dos atingidos está esperando desde março a resolução técnica que deve atender pedido de inclusão ao Programa de Proteçã aos Defensores dos Direitos Humanos da Presidência da República.   
Duas pessoas do Acampamento Barro Branco em Chupinguaia, foram baleadas em 2011 quando estavam pescando num córrego. O pistoleiro que foi preso acusado dos fatos está solto. Mais tarde um arsenal de armas que seria propriedade do fazendeiro Hilário Bodanes foi encontrado no local, apreendido e mostrado na TV sem que se tenha conhecimento de maiores consequências.
Dezenas de famílias, alguns com muitos anos de posse nos locais, foram despejados de suas casas e lavouras, perdendo anos de trabalho e terras produzindo alimentos: Da Associaçã do Rio Melgaço (na divisa de Pimenta Bueno), da Associação Canarinho (Vilhena), da Associação Água Viva, do Barro Branco e da Associação Nossa Senhora Aparecida (Chupinguáia).
Em outros lugares, onde assentamentos foram criados (PA Águas Claras), os agricultores sofrem ameaças e indimidações de pistoleiros que se apossaram de terras no local e circulam impunemente ameaçando os outros moradores. Um deles, que viu a casa da filha queimada e o terreno posteriormente ocupado, hoje está sofrendo insistentes ameaças contra a vida.
Agricultores no início da manifestação frente ao sindicato de Vilhena. Foto: Folha de Vilhena.

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