Escritor belga visita hidrovia do Rio Madeira, em Porto Velho.

O escritor belga, frei Luc Vankrunkelsven, na Rádio Kaiary 15.4.12. Foto cpt ro
Em visita de apresentação de novo livro "LEGAL!, otimismo - realidade - esperança", Curitiba PR Cenfuria, 2012)  sobre a relação Brasil-Europa, o frei belga Luc Vankrunkelsven esteve esta semana na CPT RO de Porto Velho.
Domingo ele se dirigiu aos ouvintes da Rádio Caiari, no programa do Rio Madeira Vivo, falando da dependência que Europa e outros paises do mundo têm das proteinas brasileiras para produção de carne, provocando a grande demanda de soja, milho e outros produtos do agronégocio aqui no Brasil, e a pressão sobre a Amazônia. Segunda feira, apresentou o livro no jornal da TV Rondônia, onde falou também do problema dos conflitos agrários.
Após participar de encontro das Pastorais Sociais sobre a Va Semana Social, na sede da CNBB Noroeste, Luc visitou o Rio Madeira, visitando desde o rio o porto graneleiro e a Usina de Santo Antônio. Muitos acham que as grandes usinas do Madeira foram projetadas para permitir no futuro a navegação de barcos acima das cachoeiras, pela construção de eclusas, previstas no projeto inicial.
Via BR 364, o porto de Porto Velho é ponto chave de transporte do agronegócio da soja e do milho, que aqui embarca para Itacotaiara, no rio Amazonas, e lá em barcos transoceânicos, rumo ao exterior.
O novo livro "Legal!"pode ser achado no escritório da CPT em Porto Velho.
Instalações do Porto Graneleiro de Porto Velho, Ro. Foto cpt ro
Segundo dados difundidos esta semana pelo comandante do 9° Distrito Naval, almirante Antônio Carlos Frade, o Rio Madeira transportou em 2010 R$ 4 milhões em cargas. “Com a hidrovia podemos atingir a marca de R$ 40 a R$ 50 milhões, o que significa de 10 a 12 vezes mais que a capacidade atual."  Esta infraestrutura interessa especialmente aos grandes consórcios que financiam a produção, transporte e comercialização de grãos destinados a produção de ração e de carne no exterior.

O superintendente de navegações interior da Agência Nacional de Transporte Aquaviários (Antaq), Adalberto Tokarski em fórum celebrado sobre a Hidrovia, teria reconhecido que as usinas têm provocado alguns problemas para anevageação: “Com o início da operação de uma das usinas, houve algumas complicações, como o assoreamento de algumas áreas. Todos os impactos na hidrovia precisam ser avaliados e os trabalhos necessários realizados para tornar a navegação mais segura e eficiente”. A entrada em funcionamento da barragem de Santo Antônio atingiu de forma imprevista pelo consórcio os moradores ribeirinhos do porto do Cai d`Água e proximidades, obrigando a levantar proteção para o barranco do rio contra a erosão.



Casas atingidas pela Usina de Santo Antônio no porto de Porto velho,
marcadas com X para ser demolidas. Foto cpt ro

Este tipo de monocultura agrícola utiliza grande quantidade de agrotóxico e degrada a fertilidade do solo. Os benefícios ficam para as grandes empresas, porém os prejuizos causados ao meio ambiente atingem a todos. Especialmente aos pequenos agricultores, que sofrem com a especulação da terra e o avanço do agronegócio exportador, tando de soja como de carne da pecuária, que a precede.

Contadores, no Posto Miriam II da entrada de Porto Velho,
controlam o acesso das carretas de soja e milho ao porto graneleiro do Rio Madeira.
A afluência de carretas carregadas de soja e de milho é tão grande em Porto Velho, que os carreteiros têm que ficar esperando por dias em grandes estacionamentos na BR 364, na entrada da cidade, para não colapsar as ruas e o acesso ao porto, esperando a vez de descarregar nos portos da Maggi, Cargill e a Bunge, nas proximidades de Balsa que cruza o Rio Madeira, na estrada de Porto Velho em direção a Manaus. Novo porto está sendo construído atingindo a comunidade ribeirinha de Portochuelo



Carretas com soja entrando no porto da Cargill em Porto Velho, RO. Foto cpt ro
 Boa parte dos conflitos de terra de Rondônia e de violência agrária tem este pano de fundo. Mostra disso é a situação dos pequenos agricultores de Vilhena e do Cone Sul de Rondônia, onde a pressão da soja tem provocado conflitos agrários e problemas de pistolagem, ameaças e violência  nas associações de agricultores da região de Vilhena e Chupinguaia.

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