Famílias sem teto resistem a ameaças de empresários grileiros de terras públicas


Chico Nery. Porto Velho, Rondônia – Pelo menos, trinta famílias de sem-tetos que ocupam uma área de mais 30 hectares sob domínio da prefeitura da Capital Porto Velho, continuam sendo ameaçadas por um grupo de supostos grileiros que atuam nesta Capital sob proteção de policiais militares [fardados e à paisana] “convocados” de forma considerada ilegal por um empresário ligado ao setor da construção civil rondoniense.
Há mais de uma década, a área de conflito – localizada nas confluências das vias Calama com a Mamoré, Zona Leste – é disputada entre famílias de baixa renda, o município Porto Velho e o empresário de pré-nome Cícero, que não teve o nome revelado na 6ª Vara Cível a este site de notícias na manhã desta sexta-feira, 25.
Depois de demolições apoiadas por policiais à paisana e fardados, respectivamente, as famílias permanecem na área ocupada até que o suposto dono apresente ao Judiciário a documentação que comprove emissão do título que diz possuir do INCRA e do município, revelam fontes de entidades ligadas à defesa dos direitos humanos e de terras consideradas improdutivas para quem nelas vivem e trabalham. A informação é de órgãos vinculados à Arquidiocese e da Ordem dos Advogados do Brasil, Seccional de Rondônia.
TRISTE HISTÓRICO – Além dos sem-tetos, o empresário Cícero proprietário do Candeias Material de Construção, a área é disputada pela Ypê Empreendimentos Imobiliários – que constrói um complexo de luxo nas fundiárias da ocupação. De acordo com as famílias, a maioria de mulheres, idosos e crianças, “o local faz parte de um antigo lixão não extinto até hoje”. Depois de ocupado, o município reconheceu que, trata-se de uma área verde e “já mostrou a cara e aplicou multas pesadíssimas a cada morador”, denunciou um dos ocupantes do terreno.
Além do lixão, este site de notícias comprovou junto aos moradores que, o local serviu durante décadas para um cemitério clandestino, onde bandidos supostamente assassinados eram enterrados no local, uma vez que, “várias ossadas humanas foram encontradas, mas os achados nunca sensibilizaram as autoridades rondonienses”, eles disseram.
Outro fato que preocupa as famílias é a relação “estreita” do empresário Cícero algumas vezes sozinho e portando arma de fogo em mãos ou com policiais militares durante as supostas vistorias que ele, pessoalmente, encabeça na área de conflito . Nenhuma das incursões atribuídas ao empresário, não contou com a presença de membros do Judiciário ou do município.
O caso, de acordo com fontes dos ocupantes da suposta Área Verde, será levado na segunda-feira, 28, simultaneamente, ao conhecimento do governador Confúcio Moura [PMDB], ao Comandante-Geral da PM, Cesar Figueiredo, ao presidente da Assembléia Legislativa, deputado Hermínio Coelho [PSD], ao Arcebispo Dom Moacir Grecchi, ao prefeito Roberto Sobrinho [PT] e ao Ministério do Desenvolvimento Agrário [MDA].
REUNIÃO CAMPAL – Neste domingo 27, com a participação de autoridades, órgãos de defesa dos direitos humanos da Arquidiocese, da OAB-Rondônia, da Associação dos Advogados dos Pobres do Brasil, do Poder Legislativo [Municipal e Estadual], bem como da Câmara dos Deputados, além da cobertura de parte da imprensa acreditada nesta parte da Amazônia Brasileira e Países Andinos especializada no segmento do jornalismo investigativo, este com assento na Capital Porto Velho.

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