Assembélia dos Pescadores do Baixo Madeira -2



Simbolizando a resistência da identidade cultural ribeirinha, uma caminhada de pescadores levando nas mãos varas, tarrafas e outros instrumentos da pesca artesanal, abriu a Assembléia de Pescadores (as) e Ribeirinhos (as) da Região do Baixo Madeira. A Assembléia foi realizada na manhã da última segunda-feira, dia 21, organizada pelo Movimento dos Atingidos por Barragens – MAB, no distrito de São Carlos/RO.
Envolvendo pescadores, ribeirinhos, extrativistas e trabalhadores, participaram da atividade mais de 300 pessoas, de cinco comunidades da região – Jamari, Brasileira, Bom Será e Curicacas. Também estiverampresentes várias organizações, como a Comissão Pastoral da Terra, Pastoral do Migrante, Cooperativa COMADRE, Associação de Pescadores (ACCPESC), além do assessor do Deputado Federal Padre Tom (PT/RO) e representantes da empresa Santo Antônio Energia.
O marco fundamental da Assembléia foi o debate e a construção coletiva de uma plataforma de reivindicações que será apresentada aos órgãos governamentais e às empresas. Ficou definida uma comissão para entregar o documento ao Ministério da Pesca e Aquicultura – MPA, que nos dias 23 e 24 realizará, em Porto Velho, um Workshop de Pesca e Aquicultura, nas Usinas Hidroelétricas de Santo Antônio e Jirau, para definição das políticas públicas do setor pesqueiro para a região.
Ações emergenciais
Com a construção das barragens na região, houve muito prejuízo na vida dos pescadores. Na fala de um deles ficou clara esta situação: “Minha vida foi na beira do rio há mais de 30 anos. Vivi aqui e quero continuar na beira do rio Madeira, mas temos muitas dúvidas se vamos continuar tendo peixe e alimentando o nosso povo, hoje vejo que as barragens vão acabar com todo peixe, sei que o rio não vai ser mais o mesmo, acredito que não vamos ter mais 30 anos de riqueza, como tínhamos antes.”
No debate com os pescadores, foi construída a pauta de reivindicações, que envolve desde o plano de recuperação e desenvolvimento das comunidades até ações prioritárias sobre o fortalecimento da pesca, investimentos imediatos para recuperação, preservação e desenvolvimento das comunidades e a necessidade de um programa de regularização e de reforma agrária para a região.
Entre os principais pontos de reivindicação estão:
  • O fortalecimento da pesca na região, com condições para compra e melhoria de barcos, câmara fria, fábrica de gelo, máquinas para beneficiamento, seguro defesa a todos, repovoamento das espécies nativas.

  • Investimentos imediatos para recuperação, preservação e desenvolvimento das comunidades e distritos da região. Recursos investidos num conjunto de medidas/ações nas áreas da produção, geração de renda, educação, cultura, saúde e infra-estrutura.

Comentários

Postagens mais visitadas deste blog

O acidente das usinas que nos esconderam

Santo Antônio do Matupi, no Km 180 da transamazônica.

POLICIAIS INVADEM E AMEAÇAM FAMÍLIAS ACAMPADAS EM RONDÔNIA