A PAZ NO CAMPO SERÁ FRUTO DA JUSTIÇA NO CAMPO
Nota da Comissão Pastoral da Terra de Rondônia
Diante da campanha dos representantes do latifúndio em Rondônia, que espalham sobre a paz no campo, queremos lembrar que “A Paz é fruto da Justiça” (Isaias 32,17 ; CF 2009).
Uma verdadeira paz no campo no Brasil somente será possível pela justiça social, ajudando a resolver algumas das atuais SITUAÇÕES DE INJUSTIÇA DO CAMPO:
- A distribuição injusta da posse da terra nas mãos de latifundiários. Arredor de 500 famílias, apenas 10% dos proprietários rurais, têm mais de 30% da terra do Estado de Rondônia, e 80% das terras griladas do Patrimônio da União de forma ilegal e clandestina.
- As situação de irregularidade trabalhista e o crime de trabalho escravo que perdura no campo brasileiro. 6.520 trabalhadores liberados de média por ano, a maioria na pecuária, uma afronta para o país ferindo a dignidade humana.
- As comunidades tradicionais despossuídas dos seus territórios, como as comunidades quilombolas do Guaporé e dos povos indígenas que ainda hoje não tem reconhecidos os territórios onde nasceram e viveram desde tempos imemoriais.
- A falta de cuidado com os biomas naturais, como nossa Amazônia, violentada e destruída pelo desmatamento (35% em Rondônia, provocando a desertização do solo e o aquecimento global) e pelo uso dos agrotóxicos, que envenenam a terra, as águas e os alimentos.
- A situação de violência e de impunidade, que acirra os conflitos agrários, mais de 65 em Rondônia. Nos últimos 25 anos no Brasil 1.546 trabalhadores rurais foram assassinados, e somente 85 dessas ocorrências foram a julgamento, com a condenação apenas de 20 mandantes e 71 executores.
- O uso da mídia e do aparelho do estado a favor dos poderosos, com 2.709 famílias despejadas de suas terras todo ano e a criminalização dos movimentos sociais.
- A bancada ruralista no Congresso Nacional, que tem servido de instrumento para barrar todo e qualquer avanço da reforma agrária e dos direitos dos trabalhadores do campo, como a atualização dos índices de produtividade da terra.
- Uma reforma agrária inexistente, condenando ao desemprego, à dependência e à exclusão social a milhares de famílias sem terra, descumprindo a Constituição, que prevê à função social da propriedade da terra.
Por estas injustiças, acreditamos que uma paz verdadeira e duradora no campo somente será possível com a justa distribuição da propriedade da terra, para assim se cumprir à função social reconhecida na Constituição brasileira.
A Paz e a Justiça unidas segundo a promessa da Bíblia Sagrada: Os pobres possuíram a terra (Salmo 37,11) e as palavras do próprio Jesus Cristo: “Benaventurados os que tem fome e sede de justiça, porque serão saciados” (Mateus 5, 6)
Comissão Pastoral da Terra de Rondônia, 15 de junho de 2010.
Diante da campanha dos representantes do latifúndio em Rondônia, que espalham sobre a paz no campo, queremos lembrar que “A Paz é fruto da Justiça” (Isaias 32,17 ; CF 2009).
Uma verdadeira paz no campo no Brasil somente será possível pela justiça social, ajudando a resolver algumas das atuais SITUAÇÕES DE INJUSTIÇA DO CAMPO:
- A distribuição injusta da posse da terra nas mãos de latifundiários. Arredor de 500 famílias, apenas 10% dos proprietários rurais, têm mais de 30% da terra do Estado de Rondônia, e 80% das terras griladas do Patrimônio da União de forma ilegal e clandestina.
- As situação de irregularidade trabalhista e o crime de trabalho escravo que perdura no campo brasileiro. 6.520 trabalhadores liberados de média por ano, a maioria na pecuária, uma afronta para o país ferindo a dignidade humana.
- As comunidades tradicionais despossuídas dos seus territórios, como as comunidades quilombolas do Guaporé e dos povos indígenas que ainda hoje não tem reconhecidos os territórios onde nasceram e viveram desde tempos imemoriais.
- A falta de cuidado com os biomas naturais, como nossa Amazônia, violentada e destruída pelo desmatamento (35% em Rondônia, provocando a desertização do solo e o aquecimento global) e pelo uso dos agrotóxicos, que envenenam a terra, as águas e os alimentos.
- A situação de violência e de impunidade, que acirra os conflitos agrários, mais de 65 em Rondônia. Nos últimos 25 anos no Brasil 1.546 trabalhadores rurais foram assassinados, e somente 85 dessas ocorrências foram a julgamento, com a condenação apenas de 20 mandantes e 71 executores.
- O uso da mídia e do aparelho do estado a favor dos poderosos, com 2.709 famílias despejadas de suas terras todo ano e a criminalização dos movimentos sociais.
- A bancada ruralista no Congresso Nacional, que tem servido de instrumento para barrar todo e qualquer avanço da reforma agrária e dos direitos dos trabalhadores do campo, como a atualização dos índices de produtividade da terra.
- Uma reforma agrária inexistente, condenando ao desemprego, à dependência e à exclusão social a milhares de famílias sem terra, descumprindo a Constituição, que prevê à função social da propriedade da terra.
Por estas injustiças, acreditamos que uma paz verdadeira e duradora no campo somente será possível com a justa distribuição da propriedade da terra, para assim se cumprir à função social reconhecida na Constituição brasileira.
A Paz e a Justiça unidas segundo a promessa da Bíblia Sagrada: Os pobres possuíram a terra (Salmo 37,11) e as palavras do próprio Jesus Cristo: “Benaventurados os que tem fome e sede de justiça, porque serão saciados” (Mateus 5, 6)
Comissão Pastoral da Terra de Rondônia, 15 de junho de 2010.
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