SANTA ELINA – 13 ANOS DE ESPERA
O Brasil e o mundo sabem, a Comissão Inter-americana de Direitos também, recomendações já foram feitas ao governo brasileiro, leis já foram aprovadas e descumpridas pelo governo estadual. Ou seja, o Caso Corumbiara, está algemado na história e condenado ao esquecimento.
Mas os trabalhadores, mediante inclusive promessa do governo federal, decidiram ocupar novamente a Fazenda Santa Elina, 13 anos depois, até como forma de pressão, para que se resolvessem de vez, não só o assentamento das famílias como o ressarcimento, indenização e pensão às vítimas e familiares, tal como aconteceu com as vítimas do massacre de Eldorado dos Carajás, no Pará.
Desta vez, uma vistoria por parte do IBAMA levantou o crime ambiental ocorrido principalmente entre setembro de 1995 e julho de 1996, quando mais de 5 mil hectares de matas, reservas de preservação permanente foram destruídas de forma criminosa no imóvel.
Como tem sido sempre, à ocupação seguiu-se imediata ação e liminar de reintegração de posse. Depois disto, os trabalhadores se dividiram em dois acampamentos: um ligado ao MAP (Movimento Agrário Popular) que aguarda o desfecho do processo administrativo em acampamento próximo à cidade de Corumbiara e outro acampamento ligado à LCP (Liga dos Camponeses Pobres), que decidiram retornar à área, mas que vem sofrendo sucessivos ataques por parte de “funcionários” da Fazenda.
A denúncia da “pistolagem” contra os trabalhadores já foi feita tanto à Polícia Civil, quanto Federal e à Órgãos de defesa em Brasília. Nada ou muito pouco tem sido feito, no entanto.
No dia 09 de agosto de 2008, presidida por Dom Geraldo Verdier, bispo de Guajará Mirim, lembrou-se dos 13 anos do acontecimento conhecido como “massacre de Corumbiara”, onde onze pessoas foram assassinadas.Na Igreja, principalmente na hora da encenação da tragédia não houve quem não se emocionasse ao verem recontadas as histórias das vítimas, especialmente da pequena Vanessa, que tombou ante às balas da Polícia e dos pistoleiros.
A sombra da tragédia de 13 anos atrás ronda o destino dos trabalhadores e consagra a impunidade do latifúndio, um dia depois, 11 de agosto de 2008, o acampamento dos Trabalhadores foi novamente atacado, barracos queimados e por sorte não houve feridos ou mortos.
Espera-se desta vez, com a pressão e o apoio de várias entidades, inclusive a CPT/RO, que o processo de desapropriação da área seja imediatamente efetivado para que se destine enfim o imóvel Santa Elina ao assentamento das famílias. Da mesma forma, denunciamos todo o tipo de ação violenta e principalmente a “pistolagem”, muitas vezes acobertada pela impunidade e omissão dos poderes públicos. Clamamos aos trabalhadores e organizações à União para enfim, vermos implantada a Justiça e a Paz, em honra da memória das vítimas, no sonho da terra repartida, da dignidade de todos que buscam fazer desta terra uma terra de irmãos.
Afonso Maria das Chagas
CPT/RO
Mas os trabalhadores, mediante inclusive promessa do governo federal, decidiram ocupar novamente a Fazenda Santa Elina, 13 anos depois, até como forma de pressão, para que se resolvessem de vez, não só o assentamento das famílias como o ressarcimento, indenização e pensão às vítimas e familiares, tal como aconteceu com as vítimas do massacre de Eldorado dos Carajás, no Pará.
Desta vez, uma vistoria por parte do IBAMA levantou o crime ambiental ocorrido principalmente entre setembro de 1995 e julho de 1996, quando mais de 5 mil hectares de matas, reservas de preservação permanente foram destruídas de forma criminosa no imóvel.
Como tem sido sempre, à ocupação seguiu-se imediata ação e liminar de reintegração de posse. Depois disto, os trabalhadores se dividiram em dois acampamentos: um ligado ao MAP (Movimento Agrário Popular) que aguarda o desfecho do processo administrativo em acampamento próximo à cidade de Corumbiara e outro acampamento ligado à LCP (Liga dos Camponeses Pobres), que decidiram retornar à área, mas que vem sofrendo sucessivos ataques por parte de “funcionários” da Fazenda.
A denúncia da “pistolagem” contra os trabalhadores já foi feita tanto à Polícia Civil, quanto Federal e à Órgãos de defesa em Brasília. Nada ou muito pouco tem sido feito, no entanto.
No dia 09 de agosto de 2008, presidida por Dom Geraldo Verdier, bispo de Guajará Mirim, lembrou-se dos 13 anos do acontecimento conhecido como “massacre de Corumbiara”, onde onze pessoas foram assassinadas.Na Igreja, principalmente na hora da encenação da tragédia não houve quem não se emocionasse ao verem recontadas as histórias das vítimas, especialmente da pequena Vanessa, que tombou ante às balas da Polícia e dos pistoleiros.
A sombra da tragédia de 13 anos atrás ronda o destino dos trabalhadores e consagra a impunidade do latifúndio, um dia depois, 11 de agosto de 2008, o acampamento dos Trabalhadores foi novamente atacado, barracos queimados e por sorte não houve feridos ou mortos.
Espera-se desta vez, com a pressão e o apoio de várias entidades, inclusive a CPT/RO, que o processo de desapropriação da área seja imediatamente efetivado para que se destine enfim o imóvel Santa Elina ao assentamento das famílias. Da mesma forma, denunciamos todo o tipo de ação violenta e principalmente a “pistolagem”, muitas vezes acobertada pela impunidade e omissão dos poderes públicos. Clamamos aos trabalhadores e organizações à União para enfim, vermos implantada a Justiça e a Paz, em honra da memória das vítimas, no sonho da terra repartida, da dignidade de todos que buscam fazer desta terra uma terra de irmãos.
Afonso Maria das Chagas
CPT/RO
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