Justiça federal manda suspender BR 421 em terra indígena


A pendenga é antiga. A BR-421 está projetada de Ariquemes a Guajará Mirim, porém atravessa o parque Estadual de Guajará Mirim. A sentença continua a impedir a construção da estrada no parque e no entorno das terras indígenas Uru Eu Au Au e Karipuna, da qual no momento existiam apenas 10 km. Hoje segundo notícias dos moradores, já está totalmente aberta e utilizável na época da seca. No rumo da BR 421 está o distrito de Jacinópolis, uma das áreas "sem lei" do nosso estado. A notícia é do Tudorondônia.  
25/08/2011 - 13h49min -
Rondônia: Juíza federal manda suspender construção de estrada em terra indígena

Na sentença a magistrada apontou a negligência do Ibama, da Funai e da Secretaria Estadual do Meio Ambiente .
A juíza federal substituta Jaqueline Conesuque Gurgel do Amaral determinou ao IBAMA, Funai, Secretaria Estadual do Meio Ambiente, Estado de Rondônia e município de Vila Nova do Mamoré que se abstenham de construir ou permitir que se construa a estrada de rodagem na BR 421 no entorno do Parque Estadual Guajará-Mirim e nas terras indígenas adjacentes.
Além disso, a Justiça Federal ordenou a interdição do trecho já existente, indicando o Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis e Fundação Nacional do Índio como responsáveis pela fiscalização e aplicação da ordem judicial na região.A decisão foi tomada pela magistrada nos autos de uma Ação Civil Pública que vem tramitando há muito tempo na 5ª vara Ambiental e Agrária da Seção Judiciária de Rondônia e que tem por autora a Ecoporé – Ação Ecológica Vale do Guaporé, que pediu à justiça a abstenção pelos requeridos processuais da construção da rodovia com o objetivo de evitar a intrusão em área da Reserva Indígena Karipuna e no Parque Estadual de Guajará-Mirim, onde estaria havendo a presença irregular de posseiros, grileiros e máquinas pesadas dentro das áreas protegidas por lei.
Na sentença a magistrada apontou a negligência do Ibama, da Funai e da Secretaria Estadual do Meio Ambiente do município de Vila Nova Mamoré, destacando que “os requeridos, todos parte do Poder Público, no mínimo, fecharam os olhos para a abertura da estrada de 10 km que passa no interior do Parque Guajará-Mirim, propiciando, assim, que inúmeras espécies florestais fossem retiradas e que pelo menos oito cursos d’água fossem danificados. Sem contar os índios afugentados e os animais possivelmente mortos durante as derrubadas e a intrusão antrópica. Como já dito, uma estrada de 10 km não aparece de repente, sendo que, se houvesse um mínimo de fiscalização, os “construtores clandestinos” não teriam conseguido ir tão longe. Patente, portanto, a omissão dos órgãos que foram criados para promover a fiscalização ambiental e falharam no cumprimento da sua missão. Igualmente, o Estado de Rondônia e o Município de Nova Mamoré são responsáveis pela degradação causada, pois, apesar do mandamento constitucional de que devem proteger o meio ambiente, deixaram com que a Estrada da BR 421 fosse iniciada sem qualquer providência para coibir a atividade ilícita.”
Para fazer valer às últimas conseqüências os termos da sentença do poder judiciário federal no Estado de Rondônia, a juíza Jaqueline Gurgel determinou, ainda, aos réus no processo que apresentem, no prazo de 60 dias, um Plano de Recuperação de Área degradada, referente ao trecho construído da estrada da BR 421 e que o plano seja implementado no prazo de 180 dias. A magistrada fixou multa mil reais/dia pelo não cumprimento da decisão e mandou afixar uma placa de interdição no local, contendo os seguintes dizeres: “Proibido acesso não autorizado a partir deste ponto. Estrada interditada em virtude de decisão judicial proferida nos autos nº 95.00.02600-7. Obrigação de fiscalizar atribuído ao IBAMA e à FUNAI”.



Comentários

  1. todo mundo deve ser respeitado

    ResponderExcluir
  2. Duas usinas podem ser construidas causando enorme prejuizo ambiental e histórico. Porém, 10 km de estrada é motivo para embargo. 200 km separam o pólo desenvolvido do estado e o cantinho atrasado chamado Nova Mamoré. No entanto, hoje dia 01/07/2012 eu estarei em um ônibus andando em circulo a uma distância de 700km só porque não há interesse politico em resolver essa querela de 10km de reserva florestal. Que tal uma obra faraônica para resolver esse problema? Vamos construir um tunel nesses 10km e problema resolvido Ah! me esqueci, isso fica economicamente inviavel não sobraria dinheiro pros corruptos. Mas resolveria a questão ambiental não é mesmo.

    ResponderExcluir

Postar um comentário

Agradecemos suas opiniões e informações.

Postagens mais visitadas deste blog

O acidente das usinas que nos esconderam

Santo Antônio do Matupi, no Km 180 da transamazônica.

POLICIAIS INVADEM E AMEAÇAM FAMÍLIAS ACAMPADAS EM RONDÔNIA