Homens e mulheres presos em acampamento não tinham armas

Atualização 17/7/14. Camponeses - onze homens e mulheres- presos em Monte Negro relatam atuação de jagunços armados junto a polícia, agressões e maus tratos, desmentindo a existência de arsenal no local, que seria prova armada para inculpar os mesmos. Em 16/7/14 foi solicitado habeas corpus de Robson, Jean, Oziel, Sebastião, Wellington, Roseli, Maria e Thais. 

Intento de reintegração de posse no acampamento foi realizado em 11/6/14. foto jornalrondoniavip

Segundo as informações recebidas pela CPT RO os camponeses e camponesas presos em Ariquemes em 11 de julho de 2014 estavam acampados dentro do Acampamento Monte Verde, dentro de área em litígio judicial em conflito com a Fazenda Cicero, na região de Monte Negro. No local já foi pedido a intervenção do INCRA, pois, haveria elementos que apontam a grilagem de terras por parte do fazendeiro Jordão, sendo, portanto, área propícia para se fazer Projeto de Assentamento.

As camponesas Thais da Silva Floriano (20 anos), Maria Ferreira do Nascimento Siqueira (40 anos) e Roseli dos Santos Pires (39 anos) relatam que estavam dentro dos barracos no Acampamento Monte Verde, quando jagunços dos fazendeiros, bem armados, invadiram os barracos e apontaram as armas para as mesmas e disseram que colocariam fogo no barraco com elas dentro se elas não falassem onde estavam escondidas as armas.

Uma das camponesas testemunhou que foi surpreendida por vários homens uns trajando roupas de PM da selva outros encapuzados e ela foi conduzida com as duas crianças em uma camionete aparentado ser nova que era conduzida por um homem de chapéu de abas largas (estilo tipico de fazendeiro da região) por isto ela acredita ser o latifundiário Jordão. Ele era o condutor do veículo.  Assustadas não reagiram e nem souberam informar, pois, desconhecem qualquer arma em poder do acampamento.

Segundo relato, em seguida a Polícia Militar chegou, juntamente com o fazendeiro Jordão e as ameaças continuaram. Os policiais não desarmaram os jagunços, mas, continuaram fazendo ameaças as camponesas levaram-as para a sede da fazenda, onde ficaram do meio-dia até as 18 horas da sexta-feira somente com acesso à água; para fazer as necessidades fisiológicas eram acompanhadas por policiais que ficavam presenciando os atos. As ameaças continuaram e a pergunta era sempre referente as armas.
As camponesas contaram que depois foram trazidas para Ariquemes/RO onde na DP somente foi feita a qualificação das mesmas e fizeram com que elas assinassem uma Nota de Culpa - não falaram sobre que a acusação pesavam sobre elas e nem o motivo da violência praticada pela PM. Até o presente momento encontram-se no Setor de Triagem do Presídio de Ariquemes/RO.

Também ficaram nessa situação as camponesas: Cristiane e seus dois filhos (um de um ano e sete meses e o outro de 07 anos) e a Senhora Deusira e sua neta - sendo que essas foram liberadas e não se sabe qual a razão da liberação dessas mulheres e não das demais.

Em junho dois acampados já tinham sido detidos pela PM. foto jornalrondoniavip
Quanto aos camponeses: Welington Faustino de Oliveira (22 anos), esposo de Thais; Sebastião Pereira dos Santos (36 anos), esposo de Maria Ferreira do Nascimento; Oziel Lima de Oliveira (26 anos), Robson do Nascimento Siqueira (22 anos) e Jean Neves dos Santos (20 anos) as informações recolhidas são que eles foram presos pelos policiais sem nenhuma arma, mas, a polícia junto com os jagunços prenderam os mesmos na sede da fazenda, nas mesmas condições das mulheres - sem alimentação e sob sol escaldante.

O Sr. Sebastião Pereira dos Santos, um homem negro de 36 anos, teria informado que estava trabalhando roçando pasto quando foi agredido e que não portava arma. teria relatado torturas tanto com a arma apontada para o nuca, foi conduzido para a beira de um rio ouvindo constantemente um dos integrantes do grupo do latifundiário gritar que era para matá lo, afirmou que foi desferido um forte chute na barriga e que está em razão disso sofrendo dores apesar dos medicamentos que recebeu no presídio e que sem um raio x para realmente constar o ocorrido. A agressão física teria partido do Comandante da PM e a vítima até o presente momento sentido dores - na DP relatou as agressões físicas, porém, não foi encaminhado para realização de Exame de Lesão.

Segundo os relatos, as agressões verbais foram constantes, sendo que o fazendeiro e os jagunços acompanharam todo o procedimento. Segundo as declarações dos mesmos, os policiais fizeram os homens localizarem armas e que estes ao entrarem no mato, foram apresentados armas para os mesmos, dizendo que os camponeses é que estavam com as armas. Não sabem indicar qual o policial, mas, que este, apresentou para o fazendeiro Jordão as armas e perguntou se ele queria levá-las, no que o fazendeiro disse que não. Jogados na caminhonete, foram trazidos para DP de Ariquemes/RO, colhido somente as qualificações e colocados no presídio, também assinaram a nota de culpa.

Segundo as informações recolhidas, durante todo o período foram ameaçados de morte, inclusive, com apontamento violento das armas para os camponeses e camponesas. Não se sabe qual a acusação que pesa sobre eles, mas, a verdade é que a notícia divulgada pelo site: jornalrondoniavip, não condiz com a verdade dos camponeses, que recolhidos, agredidos, ameaçados, jogados no camburão, encontram-se no presídio sem saber a verdadeira acusação que pesa sobre eles.




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