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Mostrando postagens de maio, 2008

Gado e Amazônia

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Tal vez “sem querer querendo”, a União Européia está dando neste começo de ano uma boa ajuda ao meio ambiente da Amazônia, com a suspensão da importação da carne brasileira. A contribuição amazônica na pecuária brasileira, que era de menos da décima parte nacional no ano noventa, triplicou e passou para mais de uma quinta parte da produção brasileira no ano 2005. Levantamentos atuais falam que 50% do gado do Brasil já está na Amazônia. Segundo as estatísticas do Ministério de Agricultura, tinha neste ano 2005 total de 41.489.000 cabeças de boi criadas nos estados do Norte: Em Rondônia (11.349.000), Pará (18.069.000), e completando o resto Acre, Amapá, Roraima, Amazonas e Tocantins. Sem contar os bois criados nas áreas amazônicas do Mato Grosso e do Maranhão. Este aumento, de 13.317.000 cabeças de boi para 41.064.000 em quinze anos, somente foi possível a custa do desmatamento e da destruição de milhares de hectares de floresta amazônica. De forma que, mesmo que seja por motivos sanitár

Morreu nosso comandante

O Pe. José Simionato, Padre Zezinho, de 83 anos, faleceu em Porto Velho , Rondônia, no dia 27 de fevereiro de 2008, na Paróquia de Nossa Senhora das Graças. No dia anterior tinha se encontrado mal e foi descansar. Porém o seu coração não resistiu e morreu durante a noite. Missionário em Espírito Santo , Rondônia e Mato Grosso. Termina aqui a trajetória de um dos mais veteranos militantes da luta pela terra em Rondônia. De origem italiana, ele tinha chegado ao Brasil no ano 1955. Membro da Congregação dos Missionários Combonianos, o Pe. Zezinho formava parte do primeiro grupo de combonianos que tinha chegado ao Brasil, e também foi dos primeiros em se naturalizar brasileiro, nos anos 60. Trabalhando durante décadas no estado de Espírito Santo, lá ele se dedicou preferentemente ao trabalho da educação, fundando escolas e ginásios em todos os lugares onde estava. Acompanhando a vinda de migrantes que vinha de pau de arara para Amazônia, o Pe. José chegou em 1977 à nova cidade de Cacoal, n

Indígenas despejados por militares no Forte Príncipe da Beira

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Um grupo de sete indígenas e seringueiros foi despejado de suas terras por soldados do exército no dia 27 de Março de 2008. Eles estavam tirando castanha na área chamada "Cipoal", no setor da Serra Grande, em Costa Marques (Rondônia, Brasil). O local era um antigo seringal onde Dona Maria Rita Laia da Silva, indígena cojubim, mora faz 54 anos, e onde nasceram os seus dez filhos e quatro dos seus netos. O local é reconhecido pelo representante local do INCRA, Sr. Batista, como Terra da União, porém o Exército Brasileiro considera que está dentro da Área Militar do Quartel do Forte Príncipe da Beira. O dia 27 de Março chegou ao Cipoal um Toyota com um sargento, um cabo e quatro soldados, apontando as armas para a cabeça dos presentes, revirando os colchões e as mochilas, e impediu os moradores de entrar em suas casas e de tomar conta da criação, ficando sem comer das 07 horas da manhâ até às 22 horas da noite que foram trasladados para Costa Marques e liberados. Chamados repres

Avanço do agro e hidronegócio em Rondônia

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Historicamente Rondônia sofreu pelos Rios Guaporé, Mamoré e Madeira o avanço da frente das missões jesuíticas e dos bandeirantes portugueses (s. XVI-XVII),posteriormente a frente da extração da borracha (s. XIX – XX). E nas últimas décadas a Frente Colonizadora dos anos 1970-1994, segue a construção das estradas, (na rota marcada pelo Marechal Rondon nos anos 1913-1915), pelo eixo da BR 364. O resultado é 27% do Estado desflorestado. Estado atual da ocupação de terras de Rondônia: - Colonização oficial e projetos regularizados: 104.369 famílias, 6.696.600 Ha, 28% do Estado. - Áreas públicas e licitações ocupadas pelo latifúndio: 1.100 famílias, 7.870.000 Ha, 33% do Estado. - Reservas indígenas e áreas de conservação: 7.500 famílias, 9.063.000 Ha., 38% do Estado. Atualmente o avanço da frente do agronegócio segue a mesma rota das estradas. A primeira frente de expansão é a extração de madeira, acompanhada de grilagem de terras e da implantação da pecuária extensiva, estimada em 11 milho

Contra a anistia ambiental

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Ainda soltando os foguetes pela renúncia de Marina Silva, os políticos e representantes dos fazendeiros e madeireiros de Rondônia espalham a mentira que ela demitiu pela proposta de “desmatamento zero”. Parece piada: Agora que já derrubaram tudo o que puderam, depois de décadas de total impunidade, agora querem propor desmatamento zero? Em realidade, eles esperam poder continuar impunemente a roubar madeira e grilar terras públicas no interior do estado do Amazonas, como já estão fazendo, desmatando a vontade. Foto: Madeira presa na delegacia de Sao Francisco do Guaporé E em troco, ainda querem conseguir anistia de todas as multas que receberam nestes três últimos anos. Durante décadas ficaram tirando madeira de forma ilegal, derrubando e queimando impunemente, com esquemas organizados de corrupção. É assim como o latifúndio tem se apossado de um terço de nosso estado de Rondônia. Agora que os esquemas de corrupção estão sendo desmantelados, quando o governo federal começa a defender